sábado, 7 de setembro de 2013

Cobertor curto

 
Impressionante o descuido do articulista do Jornal O GLOBO ao tentar reparar a gafe do seu irmão mais povão (Jornal EXTRA, de 02 set 2013), conforme venho demonstrando neste blog. Ao fazê-lo mais uma vez, como se lê, confirma um conveniente acerto escancarando um erro. Pois é certo que o ufanismo com as UPPs, espécie de resgate de causa quase perdida, culmina por estabelecer a desigualdade de tratamento por parte da PMERJ ao instalar UPPs somente na Zona Sul (Capital), ficando o interior do RJ a ver navios. Pior é que as UPPs vêm sugando efetivos interioranos e pode ser que esta seja uma das causas do tal aumento da criminalidade no interior, tendo o homicídio como referência, aliás, por demais reducionista. Ora, não se deve avaliar a criminalidade a partir de apenas um crime, por mais gravoso que o seja. Há uma série de conexões entre os delitos em geral, e o homicídio geralmente decorre de outras práticas criminosas, ressalvado o homicídio fortuito, este, que representa talvez a menor parcela do problema. Por exemplo, o tráfico de drogas responde por muitos crimes de sangue, para não alongarmos a discussão. Interessa aqui focalizar o pequeno editorial posto em meio a extensa matéria sobre as UPPs no O GLOBO de hoje, 07 set 2013. Parece-me guinada combinadíssima entre o poderoso sistema de comunicação social interessado nos eventos desportivos internacionais (Copa do Mundo e Olimpíadas) e o sistema estatal posto ao dispor desta mídia particular. Como prêmio por esta subserviência, que vem de longe, o Sistema Globo volta a exaltar as UPPs, inclusive na telinha da tevê. Isto ocorre depois da troca de comando em praticamente todas as UPPs, nada mais que troca de meia dúzia por seis, porém a dar a impressão (falsa) de que todos os comando anteriores falharam, razão talvez da depreciativa matéria publicada no Jornal EXTRA e desmentida sistematicamente por seu poderoso irmão mais velho. Vamos ver agora a próxima jogada desta mídia que confia na sua capacidade de manipular concomitantemente a PMERJ, as UPPs e a população fluminense e carioca. Bem, eu não caio nessa, e aviso aos meus amigos leitores para que não engulam tão inocentemente a isca...
 
 
 

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