segunda-feira, 15 de julho de 2013

As manifestações: “sonho de uma noite de verão” (continuação)



Ou pesadelo?...

Encerrei minha exposição anterior com a frase: “Mas pode ser que tudo renasça e se torne perigosa realidade...”. Pois bem, no dia em que postei o artigo com o título acima (famosa frase de William Sheaskepeare), projetei a idéia de que a realidade talvez ainda não se tenha concretizado. Agora, porém, em vista dos episódios de 11 de julho (quinta-feira), com características totalmente diversas das anteriores manifestações deflagradas por jovens universitários, percebo que a situação poderá efetivamente rumar ao caos. Porque estas últimas manifestações foram promovidas por centrais sindicais, partidos políticos e movimentos sociais, além de deflagradas durante o dia (mais um incômodo), relevando-se as bandeiras do PT e de algumas outras agremiações governistas, tornando-se espécie de manifestação de “chapa branca”. Portanto está claro que o público manifestante foi outro, e de certo modo hostil ao movimento anterior, deflagrado à noite.
Enfim, duas multidões diversas e separadas em seus objetivos e ideologias, porém ambas contaminadas por indigestos intrusos: os “Black Blocs”. Esses grupos encapuzados, protegidos por máscaras contra gases, e armados com coquetéis-molotov, pedaços de pau e pedras foram os que mais atordoaram os movimentos de rua e a polícia. Autênticos e assumidos “corpos estranhos”, têm sido eles responsabilizados pelo vandalismo e pela violência em geral, incluindo ataques contra as forças de segurança em todas as manifestações, deste modo generalizando uma violência que naturalmente seria evitada.
Sem rosto, e com objetivos beligerantes, esses “Black Blocs” não receberam até então tratamento especial pelos setores de investigação criminal. Com efeito, há certo marasmo em relação à específica repressão policial e penal a esses vândalos que nada reivindicam além da anarquia pela anarquia. Parece que interessa aos mandatários políticos, policiais, ministeriais e judiciais que os manifestantes ordeiros respondam por excessos alheios para perderem a legitimidade que conquistaram desde os primeiros momentos.
Por outro lado, se se acirrarem as hostilidades entre os manifestantes “chapa branca” e os precursores das manifestações (que se dizem apartidários), e se ambos os grupos quantitativamente expressivos decidirem se manifestar no mesmo dia, na mesma hora e no mesmo local, poderá haver entrechoques de consequências imprevisíveis, em especial porque não se pode deixar de considerar a intrusão dos tais “Black Blocs”. É como se se formasse um “triângulo do fogo: manifestantes “chapa branca” como combustível, manifestantes universitários como comburente, e os “Black Blocs como a faísca (calor) a incendiar tudo. É esta a realidade me referi prognostiquei no primeiro artigo intitulado “sonho de uma noite de verão”, este que se poderá tornar "pesadelo egípcio"...

 

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