terça-feira, 21 de junho de 2011

HORA DE MUDAR III

Abaixo há um comentário anônimo que critica o que exponho sobre o militarismo nos Corpos de Bombeiros (HORA DE MUDAR II), dentre outras considerações. Ocorre que também anoto que já passou a hora de se rever o militarismo das Polícias Militares, com a ressalva de que sou PM. Portanto, não advogo causa própria. Defendo ideias e insisto que enquanto não descermos do pedestal da arrogância inerente à farda e aos símbolos pimpões do nosso "militarismo denorex", encerraremos nossas vidas institucionais no limbo ou no inferno. Também devo lembrar que na condição de deputado estadual (1991-1994) consegui aprovar a lei nº 1890, de 14 de novembro de 1991, de minha autoria, permitindo aos militares estaduais o porte de arma fora do serviço. Na época, fui criticado por estender o direito aos bombeiros-militares e me defendi dizendo que absurdo seria discriminá-los, já que eles, tanto quanto os policiais-militares, são militares estaduais, portanto detentores de direitos e deveres iguais ou semelhantes. Feito o reparo, respondo ao anônimo com o artigo providencialmente publicado no Jornal O Globo de hoje, 21 de junho de 2011, subscrito pelo insigne jornalista Luiz Garcia, com o qual concordo. Encerro não sem antes agradecer a preciosa intervenção do anônimo, própria ao debate que pretendo manter com os leitores que me prestigiam com a sua atenção. Deste modo, pretendo manter aceso o "alarme", porque vem tempestade adiante e devemos nos preparar para não "perder de zero"...







"A verdade é que... Pouco importa se o regime é militar ou civil, o importante é que os serviços prestados a sociedade sejam de qualidade, e o que determina o desempenho de cada instituição, certamente não é o regime. Será, por exemplo, que o CBMERJ alcançaria os 100% no índice de aprovação junto a sociedade se passasse a ser civil??? Será que quem realmente necessita dos serviços essenciais destas instituições está preocupado com ISTO??? E quem deveria ser desarmado??? Não seria mais lógico, importante, coerente e inteligente se as preocupações fossem voltadas para as armas que estão em poder dos bandidos??? E fazer analogia do Brasil com outras nações, parece até comédia... Afinal de contas são povos diferentes, histórias diferentes, culturas diferentes, organizações sociais e políticas diferentes, e bla bla bla!!! Não precisa ser escritor nem polêmico pra ver isso." (Por Anônimo em HORA DE MUDAR II em 20/06/11)

6 comentários:

Anônimo disse...

Tiros no incêndio?

Já foi feita, por alguém em algum momento, referências quanto ao uso de armas durante a atividade fim???
É óbvio que não faria nenhum sentido, por acaso já se viu algum BM no exercício de sua função utilizar armas??? Claro que não!!!
Baseado nesta ótica, faria sentido um militar da Marinha, que tem como missão proteger a nação de uma eventual guerra, através de nossos litorais, utilizar armas no seu momento de folga??? Quem ele destruiria com sua pistola, a ESQUADRA NORTE-AMERICANA??? E o militar da FAB, quando em seu lar, defenderia ele seu Pais de ataques aéreos BRITÂNICOS??? Ah fala sério.

Será que o Luiz Garcia, tem dificuldades para ver isso, ou existem interesses ocultos??? Será???

Essa matéria de O Globo seria engraçada se não fosse ridícula, não precisa ser EINSTEIN, nem tão pouco ter olhos de LINCE, pra perceber que esta mídia CONTROLADA, tem como único objetivo desviar o foco em proteção àquele que INCHA seus cofres bilionários.

Chega de forçar opiniões;
Chega de falsidades;
Chega de textos maratonas (extensos e cansativos);
Chega de esconder o lixo de baixo do tapete;
Chega de benefícios próprios;
Chega de interesses egoístas;
Aproveitem seus espaços.
Que tal se PREOCUPAR com o que realmente é PREOCUPANTE???
Já pensaram nisso???
Não???
Deveriam!!!

CHEGA!!!

Aos entendidos, especialistas, estudiosos, sociólogos e etc... OPINIÕES SÃO COMO DIGITAIS, cada um tem a sua, a diferença é que as digitais servem para alguma coisa.

LAMENTÁVEL!!!!!!!!!!!!!!

Emir Larangeira disse...

Caro anônimo

Seu comentário é quase "impressão digital"... Devo postá-lo porque é pertinente, embora um pouco ofensivo. Aproveito para lhe dizer que de nada adianta se zangar porque foi assim que quase 500 BMs entraram por uma via de infortúnio sem saída, claro que por conta do "militarismo denorex" que praticamos. Não sou contrário ao porte de armas pelos bombeiros-militares. Sou o autor dessa lei estadual e aqui não o afirmo pensando em eleição alguma. Mas não é necessário ser militar nem policial para portar arma. Qualquer civil, idôneo, pode comprar e portar armas de fogo no Brasil. Minha discussão se prende a esse falso militarismo a nos negar direitos e a ampliar deveres. Nem mesmo podemos nos sindicalizar, fazer greve etc. O que defendo é a liberdade de reivindicar. Os militares estaduais não gozam dessa liberdade porque insistem em se enfeitar com galões e alamares e gostam de olhar para baixo, para seus "subordinadozinhos". Pena!
Sugiro ao ilustre anônimo que se identifique para valorizar suas ótimas intervenções.

Anônimo disse...

Concordo com algumas colocações feitas acima.
Civil ou militar? Independe! O importante e o BEM ESTAR coletivo, desde que sob a regência da DIGNIDADE.

Não sei se caberia a palavra “zangar”, mas de qualquer forma, e embora sem intenção OFENSIVA, dirijo-me aos meios de comunicação que elencam o TEATRO DA MANIPULAÇÃO, que oferecem aos RESPEITÁVEIS ESPECTADORES suas informações maliciosas.

Quanto ao...
Seu comentário é quase "impressão digital", este sim deveria ser usado para alguns ENTENDIDOS de diversos segmentos, que diariamente nos bombardeiam com publicações de idéias, pensamentos, opiniões e conceitos infundados.

O que realmente é ofensivo??? Minha colocação ou o começo de seu comentário???

Emir Larangeira disse...

Caro anônimo

Concordo que há muitos "entendidos" em segurança pública opinando por aí. Como eu sou do ramo, - e não sou "entendido" em nenhuma hipótese denotativa ou conotativa vinculada ao insinuante vocábulo, - procuro clarear as mentes de fora com ilustrações mais acuradas, em especial focando legislação, doutrina etc. Eu poderia também me esticar numa rede e balançar até morrer de tédio, mas não faço o gênero. Aliás, tenho sido assertivo contra a ação da PMERJ naquele inesquecível domingo de nódoa nas relações entre PMs e BMs. Por sorte, os companheiros soldados do fogo e indiscutíveis heróis da sociedade sabem que a tropa da PMERJ não aceitou tamanha afronta à dignidade da corporação coirmã. Pude constatar até no interior do Estado muitos PMs com fitas vermelhas em seus carros particulares e pude ouvir deles palavras de indignação. Creio que o nefasto episódio, longe de afastar as duas categorias, uniu-as a mais e mais. Confesso que cheguei a me preocupar com isso. Por outro lado, o fato de respeitar e admirar os valorosos bombeiros-militares não me impede de discordar de muitas coisas a eles relativas, como igualmente discordo de coisas da minha PMERJ com total independência. Não significa dizer que tenho razão. Às vezes não acerto nada em minhas opiniões. Mas não abro mão de externá-las a meu modo, e assim ficarei na minha trincheira, porém jamais crendo em ilusões enquanto a realidade se arremete contra nós para nos destruir, como ocorre atualmente no Congresso Nacional.

Paulo Xavier disse...

Toda mudança implica em discussão, e como disse o jornalista Luiz Garcia, "da discussão é mais frequente nascer o impasse do que a luz". Vejo três pessoas esclarecidas e cultas, porém com opiniões contundentes ou fazendo análises sob ângulos diferentes.
Faça-se uma pesquisa de opinião pública e com certeza os Bombeiros Militares do Estado do Rio de Janeiro ficarão em primeiro lugar em aceitação, admiração, confiança, etc.
A minha humilde opinião é a da maioria da população, ou seja, em time que está ganhando não se mexe. Deixem como está, mas deem um aumento digno a esses bravos guerreiros!

Emir Larangeira disse...

Caro Paulo Xavier

Em todas as pesquisas de que tomei conhecimento os bombeiros receberam aprovação quase unânime, e (pasme!)também as Forças Armadas foram bem avaliadas. Mas numa pesquisa realizada pela PMERJ (Cel PM Cerqueira) junto ao público interno, em 1984, houve uma pergunta sobre qual a qualidade dos superiores que os entrevistados mais admiravam, indicando diversas (honesto, competente etc.) a resposta que venceu foi "NENHUMA". Eis a síntese do nosso "militarismo", que você, por sinal, sentiu na carne. Enfim, o militarismo pode ser bom, mas para os militares estaduais ele é "denorex"! Ah, a imprensa recebeu reprovação no mesmo patamar que a polícia...