sábado, 4 de abril de 2009

Sobre a guerrilha urbana do tráfico no RJ

É a Guerra!



Confesso que relutei muito em postar estas fotos no meu blog. Mas, por amor à verdade, e como sou lido por muita gente de longe, e por isso desconhecedora da desgraça que no Rio de Janeiro acontece, decidi me arriscar a expor a tragédia como ela realmente é.
As fotos seriam de traficantes mortos nos embates travados na Zona Sul da "Cidade Maravilhosa" nos últimos dias. Não é difícil notar que todos os mortos calçam coturnos e trajam vestimentas parcialmente militares. Vestem-se e enfrentam a polícia usando táticas militares. E foram adrede treinados pelas Forças Armadas, pelas Polícias Militares e por mercenários estrangeiros vindos da África, segundo informações que jorram no noticiário. Não se tratam mais de bandos aleatórios e mal armados. A polícia do RJ encontra-se num estágio avançado de enfrentamento de guerrilha urbana.
Outras fotos servem para demonstrar uma violência sem limites. Policiais civis e militares postam-se diante de cadáveres destroçados como se fosse uma cena banal. É o Rio de hoje, reflexo de um passado de inércia e anomia. Pouco falta para que os cadáveres ganhem roupa de grife e manchem o asfalto. Aliás, nada falta, a pistolagem tem sido freqüente nas ruas da cidade.

Muitos cadáveres de policiais militares e policiais civis vêm quebrando a rotina das mortes violentas. É inaceitável ver tantos corpos de policiais dilacerados por tiro de fuzil. Demais disso, os traficantes abandonam carros apinhados de cadáveres arrebentados de todos os modos ou incinerados dentro da carruagem da morte que os transportaram. Isto quando não os incineram no interior das favelas em “fornos de microonda” feitos de pneus. A polícia, por sua vez, não pode esmorecer nem responder com menor violência. Afinal, é a guerra! Quem será capaz de duvidar?

A questão, todavia, prende-se ao rumo futuro. Qual será? Que governante estadual virá? Continuará o futuro governante a determinar o combate sem fim ou inibirá a polícia com a incriminação daqueles que sobreviverem à guerra atual?

Não sabemos... Ou será que sabemos?... Ora bem, eu sei...

Nem mesmo podemos garantir que essa “política do confronto” seja a melhor solução. Sim, malgrado o destemor da polícia e a disposição das autoridades públicas (muitas, porém, estão em perigoso silêncio e na tocaia, como no passado...), tudo indica que a “política do confronto” não está vingando, pois morrem policiais quase que diariamente. E haja contador para registrar os crimes de sangue conexos ao tráfico! O manancial da violência não se esgota, há muita gente disposta a morrer de todos os lados, há muitos desesperados atrás das migalhas residuais do capitalismo selvagem que nos assola.

Enquanto a União não cuida da violência e do crime como um grave problema nacional, o povoléu continuará a morrer esteja ele defendendo o Bem ou o Mal. E deste modo insano, num dia sorriem os policiais; no outro, gargalham os bandidos. É como nos informam veementemente as fotos que ilustram este espantado comentário, como se fora uma caminhada em terreno movediço, sem saída para lugar algum: uma caminhada em vórtice desesperado. E saiam da frente que lá vem bala!

Um comentário:

Felipe R. B. Maia disse...

Salve Emir,

Tive a liberdade de pegar algumas fotos suas para expor no meu blog.

Sou mais um indignado com a política de repressão e exclusão social que nossos políticos implementam.

Porém, sou novo e como todo jovem tenho planos de mudanças.

Abraços!