Há quem se levante da cama num pulo ao tilintar do relógio; até mesmo alguns aposentados assim o fazem para despertar cedinho e ficar mais tempo à toa (sem hífen). No meu caso, – o segundo, – levanto-me ao ouvir o barulho do jornal O GLOBO jogado por cima do muro em horário kantiano. Ao pegar o jornal, e até chegar aos óculos, sem os quais nada vejo, vou invariavelmente à página das opiniões. Hoje, dia 09 de setembro de 2008 (data gravada para o futuro), deparo com o impecável texto de um publicitário (Fernand Alphen) reclamando, nas entrelinhas, dos blogueiros (neologismo ainda não dicionarizado, dentre outros que terão um dia seus verbetes). O autor afirma, grosso modo, que blog é caminho para a disseminação de artigos “impensados”, em contraposição aos artigos impressos, estes sim, geralmente “pensados”. O título do artigo dele diz tudo: Internet: droga e ilusão.
Sem querer atacar o argumentador (Quem não pode atacar o argumento ataca o argumentador – Paul Valéry.), não há como não dizer que a profissão do articulista depõe contra o seu argumento. Não se há de pôr dúvida, porém, quanto a excelência da linguagem por ele utilizada, moldada como escultura lingüística em texto ótimo de se ler. Impressiona... Mas não convence, e está na contramão da Sociedade de Informações, à qual nos rendemos por ser cultura irreversível do Mundo Contemporâneo. Todavia, em sendo ele publicitário, sua exposição à crítica é deveras corajosa, pois as opiniões pensadas sobre a publicidade não são nada alvissareiras. Basta trazer à tona, novamente, o pensador, escritor e poeta francês Paul Valéry (Ambroise-Paul-Toussaint-Jules Valéry – 1871/1945), em Olhares sobre o Mundo Moderno (ressalvando-se que a opinião dele não foi selecionada via internet, mas poderia ter sido): A publicidade, um dos maiores males da nossa época, insulta nossos olhares, falsifica todos os epítetos, estraga as paisagens, corrompe toda qualidade e toda crítica, explora a árvore, o rochedo, o monumento, e confunde, nas páginas que as máquinas vomitam, o assassino, a vítima, o herói, o centenário do dia e a criança mártir.
Sem querer atacar o argumentador (Quem não pode atacar o argumento ataca o argumentador – Paul Valéry.), não há como não dizer que a profissão do articulista depõe contra o seu argumento. Não se há de pôr dúvida, porém, quanto a excelência da linguagem por ele utilizada, moldada como escultura lingüística em texto ótimo de se ler. Impressiona... Mas não convence, e está na contramão da Sociedade de Informações, à qual nos rendemos por ser cultura irreversível do Mundo Contemporâneo. Todavia, em sendo ele publicitário, sua exposição à crítica é deveras corajosa, pois as opiniões pensadas sobre a publicidade não são nada alvissareiras. Basta trazer à tona, novamente, o pensador, escritor e poeta francês Paul Valéry (Ambroise-Paul-Toussaint-Jules Valéry – 1871/1945), em Olhares sobre o Mundo Moderno (ressalvando-se que a opinião dele não foi selecionada via internet, mas poderia ter sido): A publicidade, um dos maiores males da nossa época, insulta nossos olhares, falsifica todos os epítetos, estraga as paisagens, corrompe toda qualidade e toda crítica, explora a árvore, o rochedo, o monumento, e confunde, nas páginas que as máquinas vomitam, o assassino, a vítima, o herói, o centenário do dia e a criança mártir.
Paul Valéry
Na mesma página do jornal sublinhado, outro articulista denuncia o blog plenarinho.gov.br, produzido pela Câmara dos Deputados, – destinado às crianças brasileiras e pago por nós, – no qual foi divulgada impressionante apologia ao comunismo, demonstrando que os pátrios “vermelhos por fora e US-dollar por dentro” estão mais assanhados do que o Zecamunista, “amigo de infância” de João Ubaldo Ribeiro que anda sumido lá da ilha de Itaparica faz bom tempo. Pelo amor de Deus, o Zecamunista é só um personagem! Ah-ah... Talvez o mestre João Ubaldo finalmente conclua que o Zecamunista está em Brasília, disfarçado e difundindo sua carcomida ideologia para a gurizada entre um e outro uísque importado e canapés deliciosos... Entretanto, os adultos que vigiam o “ingênuo” blog reagiram e fizeram com que seus buliçosos responsáveis voltassem atrás e vestissem a saia justa que produziram para engrupir os pais brasileiros. E tiveram ainda de aturar o deputado federal Jair Bolssonaro soltando a lenha neles! Bem feito! Que gente à-toa (agora com hífen), hein? Querendo atrapalhar a evolução da democracia, que interessa a todos nós, milhões de brasileiros. Será que não chega de extremismo (de direita ou de esquerda, tanto faz)? Ora, as extremas se tornaram tão fora de moda que nem no futebol existem mais...
Mas observem a situação criada: há um artigo demonizando a blogosfera, e outro, do seu lado, criticando com muita razão um blog estatal descaradamente utilizado para manipular crianças. Instituiu-se, por conta do publicitário, um argumento fundado em premissas puramente irascíveis, porém legitimado pelo outro artigo, o do administrador de empresas. A casualidade produziu uma perigosa indução a ferir a lógica, pois o leitor desatento pode concluir, pela leitura simultânea de ambos, que o argumento do publicitário é verdadeiro, eis que está escorado num exemplo real do que generaliza em sua crítica. Seria isto uma falácia indutiva?... Ainda bem que o próprio Sistema Globo possui cerca de cem blogs hospedados no site do Jornal O GLOBO, o que nos garante ter sido apenas uma infeliz coincidência.
Hum... Perdi-me na digressão... Tudo bem!... Irra!... É só uma pequena escaramuça em meio a minha guerra particular contra o alemão Alzheimer; é guerra mano a mano, sim, e não pretendo perdê-la tão cedo! Mas, voltando ao publicitário que detesta internet, tento aqui, – como o primeiro blogueiro PM do RJ (creio ter sido o primeiro a lançar no ar um blog, se isto não é mais uma diabrura do alemão), – tento aqui afirmar-lhe que não procede a sua idéia de que a internet seja droga e ilusão. Muito pelo contrário, o imediatismo das notícias impressas garante que William Randoph Hearst, tal como o cantor Elvis Presley, ainda não morreu.
Mas observem a situação criada: há um artigo demonizando a blogosfera, e outro, do seu lado, criticando com muita razão um blog estatal descaradamente utilizado para manipular crianças. Instituiu-se, por conta do publicitário, um argumento fundado em premissas puramente irascíveis, porém legitimado pelo outro artigo, o do administrador de empresas. A casualidade produziu uma perigosa indução a ferir a lógica, pois o leitor desatento pode concluir, pela leitura simultânea de ambos, que o argumento do publicitário é verdadeiro, eis que está escorado num exemplo real do que generaliza em sua crítica. Seria isto uma falácia indutiva?... Ainda bem que o próprio Sistema Globo possui cerca de cem blogs hospedados no site do Jornal O GLOBO, o que nos garante ter sido apenas uma infeliz coincidência.
Hum... Perdi-me na digressão... Tudo bem!... Irra!... É só uma pequena escaramuça em meio a minha guerra particular contra o alemão Alzheimer; é guerra mano a mano, sim, e não pretendo perdê-la tão cedo! Mas, voltando ao publicitário que detesta internet, tento aqui, – como o primeiro blogueiro PM do RJ (creio ter sido o primeiro a lançar no ar um blog, se isto não é mais uma diabrura do alemão), – tento aqui afirmar-lhe que não procede a sua idéia de que a internet seja droga e ilusão. Muito pelo contrário, o imediatismo das notícias impressas garante que William Randoph Hearst, tal como o cantor Elvis Presley, ainda não morreu.
Os jornais continuam a ser lidos, embora não possam evitar o poder da comunicação individualizada dos internautas. Droga ou ilusão, os amantes da mídia impressa, e de outras, que se sustentam dos espaços midiáticos tradicionais, deverão se acostumar aos novos tempos. Isto significa dizer que não ganhará força nem adeptos a chiadeira do ilustre articulista. A este, basta-lhe ser o melhor entre os melhores, posto que a mídia tradicional sobreviverá, ainda que por meio de muitos blogs, como, aliás, ocorre atualmente. E se existe algo que mui bem representa a fragmentação do conhecimento pós-modernista é a publicidade, que deve ser rápida e estimular o desatento consumidor a comprar porcarias. E sempre consegue! No fim de contas, trata-se de manipular emoções...
Hum... Não sei mais que comentar, se um artigo ou outro... Ah, vamos retornar ao excelente artigo do administrador de empresas João Luiz Mauad. (Poderia até dizer que sou colega dele, mas apenas estudei Ciências Administrativas e jamais administrei empresa alguma. Enfim, um teórico e nada mais.). O supracitado autor encerra seu importante comentário com o aforismo que reitero: O preço da liberdade é a eterna vigilância. Que fique no ar a lição, pois nenhum brasileiro mais velho apagou o passado dessa turma que finge democracia, patrocina mensalões, adquire bens milionários e insiste em enganar o povo com seu “clientelismo socialista”! Que saibam eles: se a democracia ainda não chegou ao solo pátrio, não serão eles, com certeza, a consolidá-la! Seremos nós, atentos blogueiros e comentaristas de blogs.
Estamos vigilantes, sim! Eu, por exemplo, – leitor assíduo de jornais, revistas e livros (tranqüilize-se o publicitário, também entro na onda da emoção e compro até porcarias chinesas) e internauta de plantão, – eu, por exemplo, penso; ou, pelo menos, em vista do alemão que enfrento, penso que penso; sim, eu penso que penso, e, pela lógica de René Descartes, cogito ergo sum (penso logo existo). Saiba então o digno publicitário que efetivamente somos milhões de implacáveis editorialistas! Portanto, que seja ele um ótimo publicitário, e pela excelência do seu texto, creio que o seja! Já os mentores do blog da Câmara dos Deputados não devem repetir a tentativa de influenciar as crianças brasileiras em premeditada lavagem cerebral apologizando o comunismo, cujo mau exemplo poderia ser a própria China, lugar onde o povo é excluído da liberdade, não navega na internet e desconhece a formidável blogosfera ocidental. E é executado em massa...
Hum... Não sei mais que comentar, se um artigo ou outro... Ah, vamos retornar ao excelente artigo do administrador de empresas João Luiz Mauad. (Poderia até dizer que sou colega dele, mas apenas estudei Ciências Administrativas e jamais administrei empresa alguma. Enfim, um teórico e nada mais.). O supracitado autor encerra seu importante comentário com o aforismo que reitero: O preço da liberdade é a eterna vigilância. Que fique no ar a lição, pois nenhum brasileiro mais velho apagou o passado dessa turma que finge democracia, patrocina mensalões, adquire bens milionários e insiste em enganar o povo com seu “clientelismo socialista”! Que saibam eles: se a democracia ainda não chegou ao solo pátrio, não serão eles, com certeza, a consolidá-la! Seremos nós, atentos blogueiros e comentaristas de blogs.
Estamos vigilantes, sim! Eu, por exemplo, – leitor assíduo de jornais, revistas e livros (tranqüilize-se o publicitário, também entro na onda da emoção e compro até porcarias chinesas) e internauta de plantão, – eu, por exemplo, penso; ou, pelo menos, em vista do alemão que enfrento, penso que penso; sim, eu penso que penso, e, pela lógica de René Descartes, cogito ergo sum (penso logo existo). Saiba então o digno publicitário que efetivamente somos milhões de implacáveis editorialistas! Portanto, que seja ele um ótimo publicitário, e pela excelência do seu texto, creio que o seja! Já os mentores do blog da Câmara dos Deputados não devem repetir a tentativa de influenciar as crianças brasileiras em premeditada lavagem cerebral apologizando o comunismo, cujo mau exemplo poderia ser a própria China, lugar onde o povo é excluído da liberdade, não navega na internet e desconhece a formidável blogosfera ocidental. E é executado em massa...
Execução em massa na China
Mas conviver com a nova realidade é fácil: a todos eles, irritado publicitário e maus blogueiros da Câmara dos Deputados, basta-lhes seguir a verdadeira ética, pois estão e ficarão submetidos à eterna vigilância dos blogueiros, leitores, ouvintes e telespectadores: os brasileiros. Gostem ou não, a tendência é a de haver não apenas milhões de implacáveis editorialistas navegando em seus cada vez mais acessíveis computadores domésticos, mas bilhões deles mundo afora, incluindo-se os editorialistas da mídia tradicional, que também navegam pelas rotas da internet (navegar é preciso...*), excetuando-se, claro, os povos agrilhoados da China e de outros países comunistas...
* Navigare necesse; vivere non est necesse – latim, frase de Pompeu, general romano, 106-48 aC., dita aos marinheiros, amedrontados, que recusavam viajar durante a guerra, cf. Plutarco, in Vida de Pompeu. Obs.: Dados colhidos na internet.
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