“O mundo está
perigoso para se viver! Não por causa daqueles que fazem o mal, mas por causa
dos que o veem e fazem de conta de que não viram.” (Albert Einstein)
“Na
história da sociedade há um ponto de fadiga e enfraquecimento doentios em que
ela até toma partido pelo que a prejudica, pelo criminoso, e o faz a sério e
honestamente. Castigar! Isto parece-lhe injusto de algum modo, mas o certo é que a ideia de ‘castigo’ e do ‘dever
castigar’ lhe dói, lhe mete medo. ‘Não basta tornar o criminoso inofensivo? Para que castigar ainda? Castigar é
horrível!’ Fundado nestas inquirições, a moral de rebanho, a moral do receio
vai até as suas últimas consequências.” (Nietzsche, Friedrich – Para Além do
Bem e do Mal – Martin Claret – São Paulo/RJ – 2004)
Mortes
por intervenção policial no RJ se aproximam de patamar de antes das UPPs
Índice teve aumento de 120% nos
últimos quatro anos. Janeiro de 2017 indica continuidade no aumento da
violência no estado.
O número de pessoas
que morreram por intervenção policial no Rio se aproxima de forma cada vez mais
veloz dos índices da época em que o estado não contava com as Unidades de
Polícia Pacificadora (UPPs). Os dados do Instituto de Segurança Pública (ISP)
apontam que esses números tiveram uma melhora na mesma época em que as UPPs
começaram a ser implantadas.
Na era pré-UPP, o Rio
de Janeiro teve 1,3 mil pessoas mortas por policiais em 2007. Em 2008, ano em
que a primeira UPP foi inaugurada, no Morro Santa Marta, em Botafogo, na Zona
Sul da cidade, o número caiu para 1.137. A menor marca obtida pelo estado foi em
2013, com 416 mortes.
Desde então, é
possível observar uma ascensão no número de mortes em decorrência de
intervenção policial: em 2016, foram 920, ou mais que o dobro de apenas três
anos atrás. O número é semelhante ao de 2008, quando a UPP Santa Marta, foi
inaugurada, no dia 19 de dezembro.
Os dados de janeiro
de 2017 mostram que continua o aumento de mortes, com 98 pessoas assassinadas por
policiais. A última vez em que o mês de janeiro superou esse dado
foi em 2008, com 109 mortos.
O G1
questionou a Secretaria Estadual de Segurança do Rio sobre o aumento no número
de mortes, mas até a publicação desta reportagem não obteve resposta.
Cerca de 50 mortes por mês
Um levantamento
realizado pelo G1, também com base em estatísticas do
Instituto de Segurança Pública, mostrou que de janeiro de 2010 a agosto de 2016
houve 3.985 autos de resistência - antigo nome de registro da morte em
decorrência de intervenção policial - no estado, o que dá uma média
de 50 pessoas mortas por mês.
No dia 17 de outubro
de 2016, quando tomou posse, o secretário de Segurança Roberto Sá afirmou que
um dos objetivos de sua gestão seria a redução da letalidade policial. Na
semana seguinte, o comandante-geral da Polícia Militar, Wolney Ferreira Dias,
declarou que a corporação trabalhará para diminuir mortes de policiais e de
civis.
"Estamos fazendo
um estudo para diminuir a vitimização de policiais, como a de civis. Vamos ter
o apoio da DH Divisão de Homicídios. O policial militar não pode morrer",
disse ele. Ao ser perguntado sobre o aumento de mortes também de civis, Wolney
respondeu: "Temos que ter em mente que quem enfrenta a polícia corre o
risco de morrer".
MEU
COMENTÁRIO
"Temos que ter em mente que quem enfrenta a polícia corre o risco
de morrer". (Cel PM Cmt Geral Wolney Ferreira Dias)
Impressionante como os articulistas
do Jornal O GLOBO (G1) confundem a mente coletiva quando se trata de noticiar
ações policiais. Do modo como o fazem, ignoram o reverso da medalha. Seria mais
ou menos dizer que a polícia do RJ sai matando indiscriminadamente pessoas
inocentes. Fingem assim que o lado oposto: facínoras armados com fuzis assassinando
quase que um policial por dia. Sim, essa mídia complacente, ou medrosa, insidiosamente
desfocada da realidade, parece atender a algum propósito maior. Talvez seja o de
desmerecer a instituição policial militar (principalmente) como forma de
demonstrar ao respeitável público que durante o regime militar ela não o
aplaudiu, mas o combateu tenazmente. Tentam assim mudar a imagem (nódoa) do
passado, desmerecendo o quanto pode as instituições fardadas, no caso a PMERJ.
Mas o mesmo ocorre em todo o Brasil e em instituições jornalísticas semelhantes
(rádio, tevê, jornais, revistas, redes sociais etc.), não como regra, mas
quase...
Tal compostura, facciosa em todos
os sentidos, acarreta graves prejuízos ao desempenho do policial, já que eles
se sentem constrangidos ao serem rotulados com a pecha de “assassinos”, como,
ao final, e nem tão singelamente, sugere o articulista: “Os dados de janeiro de 2017 mostram que continua o aumento de mortes,
com 98 pessoas assassinadas por
policiais.” Tal frase de efeito difere das anteriores: na própria matéria
lemos que houve “pessoas mortas por
intervenção policial” ou “pessoas
mortas por policiais”. E, como não há espaço para explicar o detalhe,
prevalece o geral, que, por sinal, e também nem tão singelamente, não aponta
quantos policiais foram, aí sim, assassinados
por bandidos.
Pena que esses articulistas, que
provavelmente assim escrevem “mediante ordem superior”, não atentem para o
grave prejuízo que produz no espírito coletivo de policiais militares que
geralmente matam em legítima defesa de si e/ou de terceiros, ou morrem antes
numa relação direta de causa e efeito (dentro e fora do serviço). Claro que há,
de um lado, aquele que optou, como cidadão ordeiro, por vestir a farda para defender
a sociedade até com o risco da própria vida, o que não significa que aceite
“morrer se preciso for, matar nunca”, lembrando aqui o Marechal Rondon em suas
andanças em territórios indígenas tupiniquins. Pois aqui no RJ a PM não cuida
de índios armados com arcos e flechas, mas de facínoras perigosos, formados em
bandos e armados com fuzis de última geração, tornando-se corriqueiras as
imagens desses meliantes assaltando no asfalto com os mesmos fuzis que utilizam
para ferir e matar policiais sistematicamente.
Há um cenário de confronto bélico
no RJ, porém ignorado por um governo nacional ilegítimo e interessado no caos,
ao que parece. Ficam essas altas autoridades políticas como expectadores de
aquário, vendo peixes em autofagia por falta de alimento. Um absurdo! Mas agem
em acordo com a “mídia amiga” que os poupa em troca de muitos milhões ou bilhões
em publicidade e outros tantos em “esquecimento” de suas dívidas tributárias,
dentre outras conversações que acontecem na obscuridade para cegar uma opinião
pública tendente a ser autista por vício de cachimbo. Quem paga mais caro por
isso é o povo, já sofrido, que hoje é assaltado nas esquinas, dentro de lojas e
bares, ou morrem de caminho ao trabalho ou ao colégio. Morrem os inocentes,
morrem os PMs, e ficam na alça de mira do silogismo erístico desta mídia que a
atua a serviço do mal em detrimento do bem.
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