domingo, 16 de outubro de 2016

VIOLÊNCIA URBANA NO RJ - OLIMPÍADAS



“O mundo está perigoso para se viver! Não por causa daqueles que fazem o mal, mas por causa dos que o veem e fazem de conta de que não viram.” (Albert Einstein)


JORNAL EXTRA de 26 ago 2016 - Por Rafael Soares (rafael.soares@extra.inf.br)
Roubo de rua cresceu 44% nos dias da Olimpíada - Aumento significativo de policiamento não inibiu a ação de ladrões na cidade.

O patrulhamento das Forças Armadas, da Força Nacional e o aumento no número de PMs nas ruas não foram suficientes para conter a explosão de roubos no Rio durante os Jogos. Ao todo, ocorreram 1.856 roubos a pedestres na capital no período entre as cerimônias de abertura e encerramento, de 5 a 21 de agosto — uma média de quatro por hora. A quantidade de casos é 44% maior do que a registrada no Rio no mesmo período do ano passado, quando foram feitos 1.287 registros.

O levantamento exclusivo feito pelo EXTRA teve como base registros de ocorrência feitos em delegacias distritais da capital, na Central de Garantias — onde são registrados casos em que há prisão em flagrante — e na Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (Deat). Foram contabilizados casos de roubos a pedestres que tiveram como vítimas tanto moradores da cidade quanto turistas.

O número de assaltos durante os Jogos também foi maior do que no período de 17 dias imediatamente anterior, 19 de julho a 4 de agosto, quando as forças de segurança enviadas pelo governo federal já haviam chegado na cidade. Nesse intervalo, 1.812 casos foram registrados —2% a menos do que durante a Olimpíada.

O número de vítimas dos assaltos também foi contabilizado pelo EXTRA: foram 2.140 durante a Olimpíada. Cada registro de ocorrência pode envolver mais de uma vítima. No mesmo período de 2015, 1.466 pessoas foram a delegacias para registrar assaltos.

Para os Jogos, 24 mil homens das Forças Armadas reforçaram o policiamento da cidade na orla e em vias expressas. A Força Nacional foi responsável pelas instalações olímpicas. Já a PM aumentou, graças a suspensão de férias dos agentes, o efetivo na cidade em 3 mil homens por dia


MEU COMENTÁRIO

A notícia veiculada pelo Jornal EXTRA, talvez por ter tido acesso aos dados oficiais somente após o término das Olimpíadas, na verdade confirma a obviedade com que diversos coronéis da PMERJ, em Carta Aberta ignorada pela Grande Mídia, denunciaram que assim seria a realidade, apesar do reforço de policiamento. Prova também o poder que a Grande Mídia tem de conduzir a sociedade para uma falsa sensação de segurança, mesmo afetada por diversos fatos criminosos, não apenas os difundidos, que por si são alarmantes, mas principalmente em virtude dos mais graves que não foram divulgados: da abertura das Olimpíadas até o seu final, 25 (vinte e cinco) policiais foram baleados; destes, 20 (vinte) eram PMs, 03 (três) eram policiais civis, 01 (um) era policial rodoviário federal, e 01 (um) era da Força Nacional de Segurança Pública. Dos 25 (vinte e cinco) baleados, 06 (seis) morreram. Desses 25 (vinte e cinco) fatos criminosos extremos, 08 (oito) aconteceram em favelas com UPPs, ou seja, ditas “pacificadas”. Acrescente-se a tudo isto a morte de alguns civis que se perderam na enxurrada de fatos criminosos omitidos pela Grande Mídia.


Destaca-se dos fatos historiados, banais de tão repetitivos, a capacidade da Grande Mídia em manipular a massa, de modo que seus interesses comerciais não sejam afetados, e não apenas no momento olímpico, mas durante todo o tempo em que exerce sua influência sobre a opinião pública. Melhor dizer “opinião publicada”, pois vale o que está sob seus holofotes, tão imediatistas quanto afastados de sua função social de informar a realidade e não cuidar de ficções ou de omissões prejudiciais à segurança pública. Fica aqui o comentário para que cada um raciocine sobre este complexo tema que é a segurança pública como realidade a ser enfrentada, sem a obscuridade das soluções mágicas que têm no lucro seu principal valor. Porque enquanto as instituições de segurança pública se curvam à Grande Mídia, em vez de influenciarem diretamente o ambiente como contraponto competitivo às falsas opiniões jornalísticas, haverá o predomínio do preconceito contra as instituições policiais, haverá a apatia moral e a inércia intelectual, e, por fim, a unidade de dogmas prevalecerá sobre uma humanidade comum a ser posta como interesse real duma sociedade que não pode prescindir de sua polícia, não como organismo repressor, mas como serviço indispensável à boa ordem que deve imperar na convivência social.

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