“O mundo está perigoso para se viver! Não por
causa daqueles que fazem o mal, mas por causa dos que o veem e fazem de conta
de que não viram.” (Albert Einstein)
G1 RIO
27/10/2016 10h33 - Atualizado em 27/10/2016 12h54
Troca de
tiros assusta moradores do Pavãozinho, em Ipanema, no Rio.
Polícia também realizou operação
no Morro da Providência nesta manhã. Houve correria na estação de trem na
Central do Brasil.
Uma troca de tiros assustou moradores da comunidade
do Pavãozinho, em Ipanema, na manhã desta quinta-feira (27). Segundo
informações da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP)
Pavão/Pavãozinho/Cantagalo, agentes estavam em patrulhamento nas proximidades
da Quadra do Pavãozinho, pouco antes das 9h, quando viram criminosos armados,
com quem trocaram tiros.
Até a publicação desta matéria, não havia
informações de feridos no incidente. A UPP informa que realiza buscas para
tentar localizar os suspeitos.
Nesta manhã, outra troca de tiros também assustou
moradores da Providência, na Região Central do Rio, e os passageiros da
Supervia que passavam pela Central do Brasil. De acordo com a Polìcia Militar,
homens do Batalhão de Choque (BPChq) e do Batalhão de Ações com Cães (Bac)
estavam no local por volta das 8h30.
Em redes sociais, passageiros de um trem do ramal
de Japeri relataram momentos de desespero durante o tiroteio. Algumas pessoas
teriam se jogado no chão e outras saíram correndo para fugir dos tiros quando
desembarcavam na plataforma da Central do Brasil. Ainda não há informações
sobre prisões ou apreensões.
De acordo com a assessoria de imprensa, os trens
chegaram a sofrer atrasos por volta das 8h, mas por volta da 8h35, todos os
ramais voltaram a circular normalmente na Central do Brasil. O tráfego foi
afetado por medida de segurança pública. Ainda de acordo com a SuperVia, nenhum
passageiro ficou ferido no local.
O teleférico da Providência também foi fechado
nesta manhã, às 8h10, por motivos de segurança e, às 9h40, ainda não havia
previsão para que o funcionamento fosse reestabelecido.
Pacificada, Pavãozinho tem sido alvo de
confrontos
No dia 10 de outubro, três
suspeitos foram mortos em uma intensa troca de tiros que causou pânico
entre moradores e fechou o comércio na favela e em ruas dos bairros Ipanema,
Lagoa e Copacabana, na Zona Sul do Rio. Vias de acesso à comunidade foram
interditadas, e o acesso ao metrô do Complexo Rubem Braga também precisou ser
fechado.
MEU COMENTÁRIO
Diz o ditado que “errar é humano,
mas insistir no erro é burrice”. O erro a que me refiro se prende a uma técnica
de uso de meios (eficiência) para se atingir um resultado ótimo (eficácia).
Durante a II Guerra Mundial os ingleses passaram a calcular esta relação de
custo/benefício formulando diversos modelos matemáticos, dentre os quais o que
ficou conhecido como Pesquisa Operacional (PO). Esse método de natureza
científica surgiu para facilitar a tomada de decisões num ambiente de
incertezas e riscos, acabando por ocupar importante espaço no mundo civil e na
Teoria Geral da Administração, sob o título de Teoria Matemática da
Administração. Em outras palavras, significa dizer que o uso da força deve ser
seletivo e sempre capaz de suplantar a força adversa no menor tempo possível e
pelo menor custo material e humano. Não é o que vemos no cotidiano da segurança
pública aqui no RJ.
Ora, é desagradável abrir os jornais
diariamente e deparar com mais um tiroteio aqui, outro ali e mais outro acolá
entre PMs e traficantes, geralmente com inocentes mortos e feridos de caminho.
Pior é que o foco principal dessas reações atabalhoadas são as comunidades
dotadas de UPPs. Pois o fato de estarem instaladas de modo permanente, e em
meio aos bandidos em maior número e melhor armados, tais cenários servem como
motivação para esses marginais da lei atacarem os PMs, estes, sempre em
inferioridade de forças, o que obriga o deslocamento rápido de tropas especiais
em apoio para evitar desastre maior. Ainda bem que as UPPs estão concentradas
em ambiente restrito no contexto da capital. Fossem mais distantes umas das
outras não haveria como as tropas especiais se deslocarem para apoiá-las a
tempo, porém nem sempre evitando mortes e ferimentos de PMs e de moradores
inocentes. Daí a inconveniência desses confrontos reativos, já que nunca se
sabe quando nem em qual comunidade com UPP será o próximo entrevero entre PMs e
traficantes.
A recentíssima mudança na cúpula da
segurança pública e os primeiros discursos dos novos gestores são de
reavaliação das UPPs. Honestamente, não vejo como aproveitá-las. Melhor seria o
reaproveitamento dos prédios com outra finalidade (social, médica etc.) e o recuo
da PMERJ aos quartéis para rever suas ações a partir de metodologias que
considerem a seletividade do uso da força em ações repressivas, já que é piada
imaginar prevenção permanente em locais que já se tornaram fortalezas do
banditismo do tráfico faz anos. Isto não pode e não deve mais ser subestimado.
Porque as UPPs estão como esparadrapos a tratar fratura exposta.
Difícil, porém, será esse desgoverno
se curvar ante a realidade e entregar o bastão da segurança pública a quem
entende, de modo a pôr o trem novamente nos trilhos. Capacidade para tanto os atuais
profissionais de segurança pública, civis e militares, têm de sobra. O que está
faltando é humildade para retroceder e revitalizar o sistema, que hoje se
encontra depauperado e perdendo feio para a criminalidade. Isto é inegável, não
significando, porém, que as rédeas não possam ser controladas por mãos firmes.
Para tanto, o recuo é imprescindível, fator comum num Teatro de Operações em
tempo de guerras e conflitos bélicos. No caso do RJ, cá entre nós, há um
conflito bélico de grandes proporções no Brasil e especificamente no RJ. É só
assumi-lo, desde que esses demagogos que desgovernam o RJ há décadas o
permitam.
Nenhum comentário:
Postar um comentário