segunda-feira, 6 de junho de 2016

RIO EM GUERRA - “NO TRAJETO OLÍMPICO, COMPLEXO DO ALEMÃO EXIBE DERROTA DA PACIFICAÇÃO” (Título de matéria da FOLHA DE SÃO PAULO)

MEU COMENTÁRIO

Ponho o link porque o Jornal FOLHA DE SÃO PAULO não permite a reprodução de suas matérias para comentários, embora seja um serviço essencial e goze de regalias públicas, como todos os meios de comunicação pátrios. Mas a matéria, curiosamente publicada por um jornal paulista, versa sobre o fracasso das UPPs no Complexo do Alemão, imenso conglomerado favelado cuja orla desemboca na Linha Amarela, trajeto das Olimpíadas.

Na matéria, nenhuma novidade, apenas a constatação do fiasco que foi a “tomada do Alemão” em operação militar-policial burlesca no momento da fuga em massa dos traficantes, cena que correu o mundo e levou as autoridades civis e militares à máxima empolgação.

De cá do outro lado do rocambolesco cenário de guerra urbana eu já advertia que os bandidos não fugiam, apenas batiam em retirada seguindo a cartilha chinesa e/ou vietnamita que recomenda, em síntese, que a tropa deve recuar quando o inimigo atacar, assim como deve atacar se o inimigo recuar, e deve inquietar se o inimigo estacionar. Eu advertia inclusive em romance de minha autoria (FOGO URBANO - http://altadena.loja2.com.br/). Confiram.

Em muitas outras oportunidades alertei sobre o inevitável fracasso das UPPs, seguindo a lógica da seletividade do uso da força, técnica absolutamente ignorada e trocada por discursos vazios de conteúdo de gestores do temerário programa, este que visou, na verdade, instituir algo diferente para salvar a Copa do Mundo e as Olimpíadas.

Deixando de lado as trocas de farpas entre autoridades e imprensa, com boa parte desta última interessada nos lucros gerados por esses eventos internacionais portentosos, e deixando de lado as trocas de tiros entre bandidos e policiais, com mortes de dois lados, ainda para desgraça de um terceiro segmento social (moradores) atingido por sobras de chumbo quente em meio ao fogo cruzado, difícil será, no futuro, desativar esse “exército particular” chamado UPP.


Mas, doa a quem doer, isto terá de ser feito, de modo que a PMERJ retome seu efetivo para emprego em benefício de toda a população do RJ, sem privilégios e discriminações, como, aliás, determina o texto da Constituição do Estado do Rio de Janeiro (Parágrafo Único do Art. 9º), sendo certo que o que a lei não permite aos servidores públicos, ela proíbe. Significa dizer que quando a Carta Estadual não permite privilégios nem discriminações, isto deve soar ao servidor público como imperativo. Ora, não foi nem está sendo o caso, a lei está solenemente ignoradanesse importante aspecto do Múnus Público!

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