“O
mundo está perigoso para se viver! Não por causa daqueles que fazem o mal, mas
por causa dos que o veem e fazem de conta de que não viram.” (Albert
Einstein)
Do G1 Rio
05/11/2015 12h15 - Atualizado em 05/11/2015 13h14
PM pode
ter confundido skate com arma ao atirar em jovem no Rio
Grupo estava em área de mata
fumando maconha quando PMs chegaram.
Policiais foram afastados do serviço nas ruas até a conclusão do inquérito.
Um policial militar atirou e feriu um jovem de 16
anos, que estava desarmado e segurava um skate no Alto Leblon, na Zona Sul do
Rio. Como mostrou o RJTV desta quinta-feira (5) com exclusividade, há suspeita
que o policial tenha confundido o equipamento esportivo com uma arma, como
aconteceu na semana passada na Pavuna, Subúrbio do Rio, quando um policial
confundiu um macaco hidráulico com uma arma.
O caso está sendo investigado na 15ª DP (Gávea). De
acordo com o registro de ocorrência, quatro jovens teriam comprado uma pequena
quantidade de maconha na Praia de Ipanema e subiram a rua Aparema, no Alto
Leblon, para fumar. Um dos adolescentes contou que eles subiram a escada que dá
acesso à mata e ficaram sentados numa pedra.
Por volta das 17h30, eles foram surpreendidos por
dois policiais militares. O jovem afirmou que um dos amigos se assustou e fez
um movimento brusco, escorregando na pedra que estava sentado. E que neste
momento o policial atirou, atingindo o braço direito do rapaz.
Ainda de acordo com o depoimento, todos levantaram os braços e não fugiram, sendo desnecessário o tiro.
Um outro rapaz falou também que o amigo ferido fez
um movimento brusco ao se levantar. E acrescentou que o jovem estava com um
skate na mão. O policial Wanderley Siuves da Silva também prestou depoimento.
Ele contou que, durante o patrulhamento na Comunidade Chácara do Céu, uma
pessoa que não se identificou disse que havia vários homens armados vendendo e
consumindo drogas na mata.
Ele e um colega foram ao local e ouviram várias
vozes. O PM afirmou ainda que eles realizaram um cerco e que, durante a
abordagem, um dos rapazes fez um movimento brusco, abaixando para pegar algum
objeto não identificado, que ele acreditou que fosse uma arma. No depoimento, o
policial explicou que o local, de mata e de difícil visualização, é conhecido
como área de tráfico. E explicou que, por isso, efetuou um disparo para conter
o indivíduo.
No depoimento, o PM Wanderley da Silva disse que
somente após sair da mata percebeu que os rapazes eram menores, consumindo
maconha. O adolescente de 16 anos, que estava com skate, foi levado pro
hospital Miguel Couto onde foi medicado e liberado.
Na academia os policiais aprendem
que só devem atirar quando a vida deles ou de outras pessoas está em risco. Em
caso de dúvida, ninguém deve dar um tiro sequer. O problema é quando o último
recurso se transforma no primeiro.
Algumas pessoas acreditam em
falta de treinamento, outras apostam em níveis elevados de estresse. O fato é
que policiais estão matando ou ferindo inocentes porque confundem os objetos
que as vítimas carregam com armas.
Outros casos
Na semana passada, o caso foi ainda mais grave. Jorge Lucas Paes e Thiago Guimarães Dingo foram mortos numa rua da Pavuna, no subúrbio do Rio. Os dois estavam de moto quando passaram por policiais militares. Um dos PMs confundiu a ferramenta que eles carregavam - um macaco hidráulico, usado pra trocar pneu - com uma arma. O policial atirou. Um único disparo atravessou os dois mototaxistas. O sargento está afastado.
Em fevereiro do ano passado, PMs perseguiram quatro
rapazes que carregavam uma peça de moto, em Rocha Miranda também no Subúrbio.
Três policiais atiraram e mataram Gleberson Nascimento Alves, de 28 anos, e
Alan de Souza Pereira, de 20. Um outro jovem ficou ferido. Os rapazes também
eram mototaxistas. Os policiais respondem pelo homicídio em liberdade.
Em 2010, um outro episódio. Policiais do Bope
faziam uma operação no morro do Andaraí, na Zona Norte, quando o cabo Leonardo
Albarello atirou contra um morador. Hélio Ribeiro estava no terraço de casa,
usando uma furadeira. Em depoimento, o PM disse que pensou que Hélio estivesse
com uma submetralhadora. No julgamento, em 2012, o cabo Albarello foi
inocentado.
O caso do alto Leblon ainda está sendo
investigados. O comando da Polícia Militar informou que o policial Wanderley
Siuves da Silva e o outro soldado - que estava na ocorrência - foram afastados
do serviço nas ruas até a conclusão do inquérito. O PM Wanderley pode responder
por lesão corporal culposa - quando não há intenção de ferir. A arma dele, uma
pistola .40, foi apreendida.
MEU COMENTÁRIO
Como o assunto se reporta à postagem anterior,
serei sucinto. A matéria aponta para duas possibilidades (sublinhadas em cor
diferente). Eu concluiria que são ambas. E você?
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