quinta-feira, 19 de março de 2015

RIO EM GUERRA XXIX

“O mundo está perigoso para se viver! Não por causa daqueles que fazem o mal, mas por causa dos que o veem e fazem de conta de que não viram.” (Albert Einstein)

Do G1 Rio

19/03/2015 07h26 - Atualizado em 19/03/2015 08h54
Áreas de UPPs do Rio terão cores para definir grau de risco

Governo do Estado anunciou mudanças em regiões com unidades.

Policiais serão treinados por agentes do Batalhão de Operações Especiais.


Uma nova regulamentação do governo promete consolidar as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) do Rio. O objetivo é impedir que o projeto seja interrompido com a troca de governos, como mostrou o Bom Dia Rio.

De acordo com a Coordenadoria de Polícia Pacificadora, bandeiras de cores diferentes serão instaladas para definir o grau de risco de cada região. As bandeiras verde serão instaladas nas comunidades já pacificadas, bandeiras amarelas serão colocadas nas comunidades em processo de pacificação, e as vermelhas devem ser colocadas nas comunidades onde os policias militares ainda encontram algum tipo de resistência.

Esses locais vão ganhar uma atenção especial. Os policiais das UPPs vão passar por um treinamento do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e o Batalhão de Choque vai continuar fazendo operações focadas na apreensão de armas, drogas e na prisão de traficantes. Segundo o governo do estado, as comunidades que vão ganhar a bandeira vermelha nesse primeiro momento são: Complexo do Alemão, Rocinha, Cidade de Deus, Camarista Méier e São João.






Porta de vidro da UPP da Cidade de Deus foi quebrada durante ataque (Foto: Mariucha Machado / G1)

A PM diz que essa medida consolida o processo de pacificação e impede que processo seja interrompido quando acontecer a troca de governo. Nesse decreto onde o governo do estado estabelece essas medidas, ele também promete mais estrutura para as Unidades de Polícia Pacificadora e diz que cada UPP deve ter a partir de agora, no mínimo, 100 policiais militares.

MEU COMENTÁRIO

Boas idéias! Traduzem o que eu já comentei aqui sobre a diversidade dos ambientes onde estão instaladas as UPPs. Identificá-las da forma proposta confirma que já houve um novo disgnóstico ambiental. Pois a diferenciação dos territórios serve para alertar os próprios PMs quanto ao grau de risco nos locais onde atuam, demais de advertir moradores e visitantes (turistas empolgados e desinformados). É mais ou menos como faz o Corpo de Bombeiros com as praias, onde há anos funcionam as bandeirolas em alerta aos banhistas.

Outra medida relevante é o treinamento constante dos PMs pelo BOPE, presumo que não para torná-los mais ofensivos, mas principalmente para lhes ensinar ações defensivas simples, porém de grande valor na preservação da vida humana. Porque hoje o que se vê em imagens televisivas é a aberrante diferença de postura operacional entre o PM do BOPE e o PM da tropa, este, cuja conduta não se faz tão rígida, sugerindo que talvez ele não se preocupe em se abrigar nos deslocamentos que faz em favelas, abrindo o corpo ao tiro inimigo. Ora, isto é desnecessária demonstração de valentia que costuma terminar mal!... Já o PM do BOPE, além de evoluir no terreno como mandam as boas técnicas de combate, não se desgruda de sua formação em relação aos demais integrantes de suas guarnições.


Enfim, duas medidas de alcance psicológico e material que em muito ajudarão na otimização da conduta de combate do PM lotado em UPP. É certo que tais medidas, acrescidas de outra, importantíssima, e vinculada à melhor seletividade do uso da força pelo aumento do efetivo das atuais UPPs, devem produzir bons frutos, e o principal deles é o da diminuição dos ferimentos e mortes de PMs em ações nas favelas dotadas desta forma de policiamento com o escopo final da pacificação. E também, como natural consequência, positiva, menos balas perdidas e morte de inocentes, situação que tem levado muitos PMs ao infortúnio do cárcere e da exclusão disciplinar.

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