quarta-feira, 4 de março de 2015

RIO EM GUERRA XXI

“O mundo está perigoso para se viver! Não por causa daqueles que fazem o mal, mas por causa dos que o veem e fazem de conta de que não viram.” (Albert Einstein)

Arrastão na Barra da Tijuca, tiroteio em três favelas

G1 Rio

04/03/2015 06h30 - Atualizado em 04/03/2015 06h30

Policial teme ser reconhecido por criminosos e pula de ponte no Rio

Um policial pulou da ponte estaiada da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, na noite desta terça-feira (3) durante um arrastão na Avenida Ayrton Senna. O agente temeu ser reconhecido e morto pelos criminosos. Como mostrou o Bom Dia Rio, pelo menos sete pessoas tiveram os pertences roubados e um homem foi agredido. Ninguém foi preso.

A movimentação chamou a atenção de um motorista, que pegou o celular e fez algumas imagens de duas viaturas da PM tentando passar pelos carros parados na Avenida Ayrton Senna. O chamado foi feito no fim da noite, quando criminosos faziam um arrastão no meio da ponte estaiada. Uma vítima, que preferiu não se identificar, disse que foi parada, roubada e ameaçada pelos criminosos.

Depois de assaltar a motorista, os bandidos começaram a abordar outros carros. Pelo menos sete pessoas foram roubadas pelo bando. Uma das vítimas levou uma coronhada na cabeça e precisou ser medicada no Hospital Lourenço Jorge.

Um policial militar também acabou se ferindo. Ele parou o carro quando percebeu que logo à frente estava acontecendo um arrastão e pulou da ponte. A farda dele estava guardada no banco de trás e ele disse que achava que seria morto se os bandidos descobrissem.

Um motociclista que, segundo testemunhas parou para ver a ação dos bandidos acabou sendo atingido por um táxi e também teve de ser levado para o hospital. Segundo a polícia, antes de fechar a ponte estaiada, os quatro bandidos assaltaram em outro ponto da avenida Ayrton Senna, perto do shopping Via Parque. O bando fugiu em direção a Jacarepaguá.

 04/03/2015 06h41 - Atualizado em 04/03/2015 06h41

Do G1 Rio

Policiais são atacados em três pontos da Zona Norte do Rio

Um PM e uma mulher ficaram feridos durante os tiroteios.

Bope reforçou segurança, mas ninguém foi preso nesta terça-feira (3).

Três policiais de Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs) foram atacados, em comunidades diferentes, simultaneamente nesta terça-feira (3). Os PMs disseram que os tiroteios aconteceram nas comunidades da Chatuba, Parque Proletário e na Vila Cruzeiro, onde um policial ficou ferido.

De acordo com a polícia, o confronto entre policiais e traficantes começou no fim da tarde, durante uma operação da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis com apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais, a Core, para cumprir dois mandados de prisão. Uma mulher foi ferida por estilhaços e levada para o hospital.

Durante a madrugada desta quarta-feira (4), novos tiroteios foram registrados no Conjunto de Favelas da Penha. Após os confrontos, o soldado Hélvio Ribeiro Quintes foi atingido na perna por dois tiros e levado para o Hospital Estadual Getúlio Vargas. Ele passou por uma cirurgia e, segundo os médicos, não corre risco de morrer.

Os policiais contaram que o confronto começou depois que traficantes lançaram uma granada contra eles em um dos acessos à Vila Cruzeiro. O Batalhão de Operações Especiais (Bope) reforçou a segurança na Penha, mas até o fim da madrugada, ninguém tinha sido preso.


MEU COMENTÁRIO

Lugares-comuns, as notícias parecem anunciar o nascimento de gêmeos, tamanha a semelhança com as de ontem, de anteontem, da semana passada, do mês passado, do ano passado...

Mas não, é tudo fato novo neste movimentado RJ, com a sublinha de que os grandes jornais a que temos acesso não noticiam praticamente nada do que ocorre no interior do RJ, na verdade nem na Baixada Fluminense, instituindo-se nesses lugares uma falsa impressão de paz, sendo a acirrada ação da criminalidade apenas na Capital.

A uma, o interior trafica drogas à vontade, enquanto a PMERJ faz blitze a aborrecerem os usuários de veículos, em suspeição generalizada, o que novamente me obriga a lembrar o inglês Colquhoun (criador da polícia na Inglaterra em século passado, citado por Michel Foucault em Vigiar e Punir) que criou a polícia londrina em séculos passados: “Todas as vezes que estiver reunida no mesmo lugar uma grande quantidade de trabalhadores, haverá necessariamente muitos maus elementos.” A duas, os bandidos provam a mais e mais sua desenvoltura nas favelas e no asfalto, com a população à mercê de seus ataques de surpresa, geralmente se evadindo antes de a polícia chegar.

Ora, será que não há hipóteses preventivas? Não pode haver antecipação? Não há nenhuma investigação criminal minimamente eficiente e eficaz para minimizar tanta facilidade de ação pelos bandidos? Afinal, quem são eles? Onde está a PCERJ para reprimi-los em investigações? O que ela diz de tudo isso? Por que a imprensa jamais cobra da PCERJ investigações criminais em vista desses crimes que não são alcançados pela prevenção nem pela repressão da PMERJ? Será que ninguém se liga na impossibilidade de a PMERJ não ser onisciente nem onipresente? É preciso novamente explicar qual o limite da PMERJ como polícia administrativa e qual a extensão da PCERJ como polícia judiciária?...

A verdade primeira é a de que, como confessou o secretário Beltrame, a polícia está “sozinha” (referindo-se genericamente às duas). E isto é grave, pois não há uma concreta e permanente mobilização do aparato da segurança pública no RJ, não apenas o estadual, mas o federal e o municipal. Não sistema de segurança pública, não há planejamento nem ação globalística (o todo maior que a soma das partes). Não há acompanhamento deste processo de degradação do ambiente social em virtude da audácia e da certeza de impunidade dos bandidos.

Há, sim, muitos intelectuais zebróides e ideológicos incentivando o crime por vias transversas da crítica à “violência policial”, ignorando totalmente a realidade da morte e do ferimento diário de muitos PMs e PCs. E não duvido nada que algum intelijumento a serviço da “Esquerda Caviar” venha a público dizer que tudo é “culpa da ditadura” ou “culpa do FHC”... Mas ele que se cuide! Afinal, o crime está pujante também no asfalto e lhe poderá alcançar e encerrar num átimo sua cláusula de tempo terreno...



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