de 1964, data que as esquerdas tentam demonizar e contam com forte apoio de parte da mídia bem mais interessada em dinheiro e poder que em democracia...
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BLOG DO REINALDO AZEVEDO
31/03/2014
Às 16:10
As coisas são simples, embora muito complicadas.
Como não fiquei tocando flauta para general — nem tinha grandeza para isso, né?
Para executar esse tipo de instrumento, era preciso ter importância, e eu não
tinha (nem tenho) nenhuma —, não preciso agora exercitar o discurso da
hipocrisia. Ao contrário: já contei aqui e repito. Antes de completar 16 anos,
em 1977, durante o que se chamava então “primeiro colegial”, experimentei a
truculência do regime. Depois vieram outros embates e coisa e tal. Não tenho
mea-culpa a fazer sobre absolutamente nada — incluindo o período em que achava
que Trotsky havia descoberto a pedra filosofal.
Assim, a cretinada que anda por aí — que coisa
engraçada! — a me colocar como beneficiário do golpe, dizer o quê, além da
recomendação permanente? Que estudem! Que se livrem das trevas da ignorância!
Quando ser contra o regime militar rendia dissabores, eu era contra, e muitos
que hoje são “contra” experimentavam suas delícias. Em 2014, eu continuo
contra, mas não me alinho com oportunistas que pretendem contar a história que
não existiu (e já vou falar sobre Dilma Rousseff). Fanfarrões que se lambuzaram
no regime agora maldizem o tempo em que se refestelaram no banquete da
indignidade.
Outros tantos, que ficaram criando metáforas,
tropos e fantasias para o generalato, agora posam de velhinhos libertários e
críticos do regime: têm medo de cachorro vivo e chutam o cachorro morto com
aquela coragem que só os covardes sabem exibir.
Pra cima de mim? Não vem que não tem!
Não toquei instrumento de sopro pra general. Então
não peço desculpas! Quando já tinha idade para que as minhas ideias parassem
sobre as próprias pernas, descobri que eu gostava mesmo era de democracia, não
como um valor instrumental um meio, mas como coisa em si e um fim.
E sempre de graça! Por gosto mesmo!
Por Reinaldo Azevedo
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