segunda-feira, 24 de maio de 2010

Fui agraciado com a Medalha Joaquim Lavoura























A maior honraria do Município de São Gonçalo



No torvelinho dos meus anos idos e vividos, fui muitas vezes homenageado e outras tantas, escarnecido por uma imprensa divorciada da verdade. Tudo bem, sei que a natureza humana tende a valorizar bem mais a malícia. O olfato humano está sempre apto a mais se impressionar com o mau-cheiro e captura o perfume apenas efemeramente. O olor das rosas nos chega num átimo e nem tanto tempo permanece em nossas narinas, como sói acontecer com o miasma, este sim, insistente na arte de incomodar. E, infelizmente, a regra societária que se impõe ante a mídia é a malcheirosa, neste país em que jornalista é sinônimo de crítico e não de investigador e divulgador de verdades apuradas. Infelizmente, estou cheio de motivos para assim me manifestar antes de chegar ao cerne do assunto.
Com efeito, não se há de negar que os meios de comunicação estão interessados em noticiar que o cachorro mordeu a perna do transeunte; mas, se for o contrário, haja notícia!... E, na avidez do imediatismo, a mídia substitui a investigação jornalística pelo discurso oficial, afastando de si a responsabilidade pela difusão de inverdades impunes. Assim, ganha tempo e dinheiro e se livra de processos judiciais. Porque é sabido que ao Estado nada ocorre quando ele, por seus órgãos repressores, afronta a dignidade humana com falsas opiniões. Quando muito, em vista de alguma injustiça descarada, sacrifica uma de suas "ovelhas" e salva a "fazenda"... É como a vida segue: submetida à fedentina dos maus-caracteres abafando o perfume das boas ações, eis a superficialidade a nos afundar no lodo, fazendo o Mal triunfar do Bem. Daí, muitas vezes a maldade é apresentada em roupagem de bondade, lógica de quem pode mais desferida contra quem pode menos.
Será que um dia o mundo será mais justo e igualitário? Creio que não. A maldade humana é um sentimento relevante. No mundo prático e materialista, a bondade é a exceção e a maldade, a regra. E, ao fim e ao cabo, tudo se depositará em morte na crosta terrestre, e culminará abaixo dela em camadas superpostas ocultando o passado. A Gravidade garante que nada se solte naturalmente da Terra aos Céus. E aqui, portanto, ficaremos, sendo bons ou ruins, sepultados, gerações após gerações, sempre vivenciando ou pensado vivenciar o Bem na eterna luta contra o Mal. Atônitos, porém, ante a dificuldade de distinguir um do outro, seguimos a lógica do “rebanho” e seus “pastores”, bem mais na condição de “rebanho”... Em arremedo de algum escrito machadiano poderíamos sublinhar a alegoria: “Onde Deus constrói uma Igreja, o diabo levanta uma capela ao lado”... Com portas semelhantes nos impondo uma escolha nem sempre acertada, pois elas, – as portas do Bem e do Mal, – se refletem gêmeas, como se uma projetasse a outra num espelho...
Ao pé da letra, a vida que vivemos é de uma racionalidade cruel. E o que nos alenta é a coragem de nos entregarmos às emoções, embora entre elas estejam embutidas as raivosas e frustrantes. Sim, todas as emoções, boas ou ruins, são inevitáveis em nossa curtíssima existência. Mas, pelo menos, sabemos distinguir dentro de nós a boa emoção... Sabemos?... Malgrado algum erro, – e em otimismo, – digo que a boa emoção funciona como o sal de uma vida eterna da qual somos efêmeros depositários. E assim seguiremos, entre amores e ódios, até que o planeta Terra sucumba depois de cumprida sua finalidade universal desconhecida ou tida como “conhecida” pelas religiões, muitas delas exploradoras da boa-fé humana por conta daquela “capela do diabo”... Seria esta boa-fé nosso instinto ovino?...
Ora bem, entre alegrias e tristezas, ser objeto ou sujeito das primeiras é a melhor emoção. Quanto mais o nosso “ego” é massageado por nós mesmos ou por outrem, mais a vida dentro de nós se renova e purifica. Eis o que devemos garimpar até encontrar: o diamante perdido – a melhor emoção. Busca difícil, mas não impossível, bastando usar nossa mais aprimorada índole: o sentimento. Mas, como usar o sentimento?... Digo que sempre tentando interagir com outros seres humanos igualmente dotados de bons sentimentos, para que os nossos a eles se unam em sinergia e se transformem em realidade física e moral. Afinal, a emoção não é tão virtual assim. É concreta, sentimo-la no coração e até na “dor da alma”, que é a tristeza ou a saudade.
A homenagem de um ser humano a outro é forma de interação sentimental plena, desde que despida de intencionalidade hipócrita. Falo em prol da verdadeira e pura homenagem. Falo da homenagem decorrente do amor fraternal e do reconhecimento. Recebi uma dessas homenagens na sexta-feira próxima passada (21/05/2010), e foi tão vibrante a emoção que permanece em mim uma alegria imensa. Aconteceu em São Gonçalo...
... Minha terra natal!...
... Recebi a Medalha Joaquim Lavoura, eterno e inimitável prefeito gonçalense. Ele fez sua história política calcada numa vida ascética. Marcou-se pelo trabalho árduo e pela honestidade a toda prova. Morreu paupérrimo. Levou do mundo apenas a roupa do corpo e nada deixou de herança além do seu suor em benefício do povo gonçalense. Prova maior do seu grandioso caráter é impossível. A medalha que leva o nome dele é, portanto, a maior honraria pública que se pode receber em São Gonçalo. Fui alvo da homenagem por iniciativa do ilustre e digno vereador Augusto Senna, médico de renome e figura respeitadíssima na cidade. Ele apresentou o projeto de Resolução que recebeu a aprovação da Câmara Municipal.
Sublinho aqui no meu blog esta minha incontida alegria para compartilhá-la com meus amigos leitores, e até com alguns críticos. Pode ser que me vejam com outros olhos, não custa tentar. Também aproveito para dizer que recebi muitas medalhas e diplomas durante o exercício de minha profissão policial-militar, algumas delas por mérito em cursos exaustivos e outras em razão de ação profissional. E todas essas honrarias me serviram de escudo quando os maliciosos me tentaram enfiar porta adentro da “capela do diabo”. Não conseguiram, minha história de vida me garantiu a visão perfeita da outra porta: a da “Igreja de Deus”.
Mesmo que meus detratores tenham menoscabado muitas homenagens recebidas ao longo de minha vida, eu os venci por minhas boas ações. E creio que fui retaliado por despeito de gentes ruins jorradas contra mim da “capela do diabo”; eram muitos, vieram em missão diabólica e perderam para mim porque, aparentemente sozinho, eu estava, na verdade, acompanhado da verdade de minha vida real ao lado do Bem. E protegido por muitos amigos preciosos. Até então, talvez, a balança estivesse em desequilíbrio contra mim. Mas os promotores do desequilíbrio eram gentes sem feitos nem feitios e dobradiços à má política da época. Eu os venci. Eles perderam. E cada homenagem que recebo depois desta batalha desigual é um bálsamo a curar o meu coração gravemente ferido. Sim, esta homenagem mantém em minha boca o sabor do mel. Eis, portanto, o valor sentimental que empresto à Medalha Joaquim Lavoura. Sinto, por receber esta honraria política gonçalense, a máxima alegria de me ver como protagonista do Bem a mais uma vez triunfar do Mal.
Muito obrigado ao Dr. Augusto Senna, ilustre vereador da minha terra natal, e aos demais que com ele concordaram na aprovação desta iniciativa parlamentar!

5 comentários:

Paulo Xavier disse...

Sempre que vejo qualquer citação sobre S. Gonçalo, volto ao ano de 73 quando deixei minha Macaé para ser acolhido nesta simpática e hospitaleirta cidade. Em S. Gonçalo morei por 8 anos, depois fui para Niterói, berço natal do meu único filho, hoje com 24 anos. Por essas duas cidades carrego até hoje grande gratidão e apreço; aí fiz muitos amigos, alguns conservo até os dias de hoje.
Não! Não vim aqui falar de mim; venho sim, parabenizar o protagonista dessa história tão bonita quanto bem narrada.
Cel Larangeira, confesso que escreveria algumas páginas sobre a sua índole, o seu caráter, o seu aflorado senso de justiça, a sua coragem e abnegação em defesa dos mais humildes. Só os nobres, de coração puro, carregam todas essas virtudes. Saiba que essa homenagem foi mais do que merecida e justa e que não só o seu coração está em festa, mas de todos os que o conhece, sabem da sua luta e vibram com a vitória do bem sobre o mal. Meus sinceros parabéns, com um afetuoso abraço.

Emir disse...

Caro amigo Paulo Xavier

Obrigado pelo carinho!
Abraços

Neide disse...

DEPOIS DE LER MAIS ESTA CITAÇÃO ONDE A SUA IMAGEM E MORAL SÃO RECONHECIDAS, SÓ POSSO DIZER:
AINDA EXISTEM PESSOAS DE BOM SENSO E DE CARÁTER NESTE MUNDO. NEM TUDO ESTÁ PERDIDO. PARABÉNS!!!!!!!!!!!!!!!!

Anônimo disse...

Caro amigo Larangeira,
Eu te saúdo e me congratulo contigo pela merecida honraria recebida do Município de S Gonçalo, pelo qual tenho muito carinho e onde fui P/3 durante todo o ano de 1990.
Um grande abraço do
Paulo Fontes

Anônimo disse...

Parabéns padrinho
Cel Larangeira o senhor merece esse reconhecimento, dos seus compatriotas e com sua luz tem a virtude de compartilhá-la com os seus semelhantes e faz com que as pessoas em sua volta se tornem melhores.

TenBM QOA Reynoso Silva