domingo, 4 de fevereiro de 2018

“ A GUERRA DO RIO” (JORNAL EXTRA, DOMINGO, 4 DE FEVEREIRO DE 2018 - PÁGINA 14)



 SERÁ MESMO GUERRA?...






O Jornal EXTRA de hoje estampa em página inteira uma das mais espetaculares contradições na segurança pública do Rio de Janeiro – Capital. Com o subtítulo “MENOS TIROTEIOS NO COMPLEXO DA PENHA”, o jornal afirma que houve uma redução de 82% nos confrontos da Penha, não sem destacar na matéria, em separado, um pequeno “editorial”: “AUSÊNCIA – Um dos motivos seriam ocorrências ignoradas em área de risco”...

A matéria destaca uma foto que circulou largamente nas redes sociais, ao lado dela a esdrúxula explicação da COORDENADORIA DE POLÍCIA PACIFICADORA (CPP) baseada em “POLÍCIA DE PROXIMIDADE”, de tal modo que a pesquisadora portuguesa Susana Durão, antropóloga de formação e pós-graduação, cairia dura se visse a que foi reduzida a sua verdade científica sobre “PATRULHA E PROXIMIDADE – UMA ETNOGRAFIA DA POLÍCIA EM LISBOA”, decorrente de dissertação submetida como requisito parcial para a obtenção do grau de Doutora em Antropologia das Sociedades Complexas, trabalho que contou com o concurso de universidades e pesquisadores tupiniquins, destacando-se a UFF, dentre outras intervenções da pesquisadora nas suas andanças em terras pátrias, tornando a sua tese uma espécie de pesquisa comparada.

Ora, a foto não retrata nenhuma “proximidade”, mas, sim, uma aberrante promiscuidade, pelo visto consentida pela CPP, pelo que se deduz da explicação oficial, desde que o Jornal EXTRA não se tenha confundido. Ora, ora, a foto retrata uma espécie de “cegueira deliberada”, parecendo adrede combinada entre dois lados histórica e legalmente  antagônicos. No caso, é impossível imaginar algum acordo, nem tácito e muito menos explícito. Certo seria, aí sim, recuar, tática de combate que defendo por ser milenar e sobejamente conhecida no meio militar desde Sun Tzu.

Portando, nenhuma explicação é possível para justificar a foto, ficando claro, agora, que a culpa não foi dos PMs que numa favela dominada pelo tráfico singelamente passaram no meio de facínoras armados, estes que também e singelamente ignoraram a radiopatrulha em cena burlesca, típica de palco numa ópera bufa. Parabéns aos atores, PMs e facínoras, que protagonizaram a cena que, em contrário, não decorre de nenhuma “metodologia de aproximação” segundo seus conceitos científicos firmados no mundo. Ora!

Demonstra a foto, isto sim, data vênia, uma “polícia de promiscuidade” ou uma “polícia movida pelo medo”, cá entre nós até justificável diante de tantos óbitos sucessivos de PMs de inúmeras UPP espalhadas pelo Rio de Janeiro em projeto casual confesso, e não fruto de nenhum diagnóstico e respectivo planejamento estratégico, tático ou operacional como subsistemas de um sistema de segurança pública, que, na verdade, transformou-se em dejeto por conta do governante Sérgio Cabral e seus acólitos, burocratas vindos do Sul “costeando o alambrado”, tal e qual o omisso Brizola. O resto é piada de mau gosto, e cada discurso justificando o injustificável dói no espírito de quem não quer ver PMs morrendo gratuitamente só porque os maus governantes decidiram vencer eleições e roubar deste modo tenebroso que sabemos.

Fica então dito aqui que as UPPs não decorreram de nenhuma “metodologia”. E quem quiser ter certeza disso basta ler o livro “TODO DIA É SEGUNDA-FEIRA”, que narra a vida de José Mariano Beltrame, relevando sua sinceridade ao responder às indagações dos jornalistas que subscrevem o texto: Sergio Garcia e Eliane Azevedo, que não foram menos sinceros e grafaram a realidade de como emergiu do acaso a tal UPP a partir de incidente no Morro Dona Marta. O resto, como eu já disse, é piada!

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