terça-feira, 17 de outubro de 2017

A GUERRA NO RIO

A grave situação da segurança pública no Grande Rio, principalmente, tendo como epicentro o tráfico de drogas, tem dado azo a muitos pronunciamentos dos mais variados "especialistas", sublinhando-se entre eles alguns PMs oriundos da PMERJ e outros alienígenas que jamais atuaram no ambiente social do RJ, mas têm discursos afinados com a pauta da grande mídia localizada no Estado, mas com eco no Brasil e no mundo.
O fato de serem essas pessoas de algum modo vinculadas a interesses político-ideológicos-midiáticos torna a suas falas no mínimo contraditórias, para não dizê-las distanciadas da realidade. Ficam então os PMs que vivenciaram a segurança pública do lado de dentro e na linha de frente dos confrontos, em épocas várias, sem voz ativa, figurando então como "verdades" essas falas contaminadas por palavras mortas, meramente academicistas, no seu sentido pejorativo.
Enquanto isso, as batalhas por locais de venda de drogas, com muitas mortes, predominam ao lado de assaltos perpetrados por grupos armados de fuzis automáticos de última geração que entram a rodo no Brasil e desembocam nas favelas do Rio. E com eles e por conta deles ocorrem as matanças desenfreadas, com a população local em pânico e se recolhendo atrás de grades dentro de suas casas.
Mas como a vida há de seguir, as crianças vão às escolas e morrem de caminho, os cidadãos vão ao trabalho e morrem de caminho, os policiais vão à luta e morrem às pencas, ou no confronto com malfeitores agrupados em grandes quantidades ou reagindo a assaltos enquanto também de caminho ao trabalho e no retorno aos seus lares, quando não morrem em serviço.
O cenário é, sim, de guerra urbana, de confronto bélico além dos paradigmas adotados pela ONU para acionar forças de paz. Mas os governantes locais, mancomunados com esse sistema apodrecido por insistentes ideologias socialistas, fazem ouvidos moucos e se mantêm cegos e mudos, isto quando não defendem o lado de lá. maltratam os policiais e assim agradam a quem comanda os votos no RJ: os traficantes e suas facções.
A verdade é que nem a participação das Forças Armadas tem ajudado muito no controle da criminalidade na ponta da linha no RJ. Não possuem os militares federais a vocação para a atividade policial, e suas ações acabam se confundindo e gerando poucos resultados práticos. Sim, a hesitação dos militares federais é evidente e justificável. Afinal, não é função dos exércitos de linha se voltarem para o país e darem as costas para o mundo externo, onde de fato residiria o perigo que lhes compete atalhar em ações operativas de defesa ou de ataque. Porque, em vista das leis, o bandido não deve ser tido como inimigo porque aí se descamba para um perigoso conceito, que é o de "inimigo interno", que dá ao marginal comum o status de "subversivo". Ora, não há clima político no país para tal desiderato. Ocorre, porém, que a realidade é a de que as grandes facções criminosas armadas como forças paramilitares dominando territórios imensos (complexos favelados) só podem ser combatidas se enquadradas como "inimigas internas", demandando daí ações operativas e não mais as ações policiais.
Eis a questão: a ação das Forças Armadas no controle da criminalidade expõe as vísceras de um sistema militar que dispensa o uso real de forças intermediárias, ora representadas de modo inconstitucional pela Força Nacional de Segurança Pública, que não passa de emaranhado de PMs e BMs sem vivência nos terrenos onde são instadas a atuar. Enfim, uma bagunça do lado do sistema situacional e uma sofisticação a mais e mais preocupante do lado de um sistema criminoso conectado com um mundo criminoso multinacional que não será vencido aqui. Resta então rezar e pedir a Deus para lançar raios e trovões contra esses ímpios. Rezemos então...


Um comentário:

Anônimo disse...

Perfeita análise. Identificado o problema, um estrategista deveria reunir um gabinete e adotar as linhas de ação para enfrentamento, nas diversas frentes. Função de um SESEG. Mas não é o que ocorre.
Cel PM Ref Rosette