quinta-feira, 4 de maio de 2017

VIOLÊNCIA URBANA NO RJ – SECRETÁRIO ASSUME FRACASSO DAS UPPs



“O mundo está perigoso para se viver! Não por causa daqueles que fazem o mal, mas por causa dos que o veem e fazem de conta de que não viram.” (Albert Einstein)

'UPP foi uma tentativa ousada demais', diz secretário de segurança do RJ

Roberto Sá deu declaração sobre o projeto do Governo do Estado nesta quinta-feira (4). 'Talvez estejamos pagando um preço caro por termos tido essa tentativa de levar paz a todas as áreas', disse ele.



 Roberto Sá diz que UPP pode ter sido projeto ousado demais (Foto: Cristina Boeckel / G1) 

O secretário de Segurança, Roberto Sá, destacou que o RJ tem registrado queda no número de homicídios dolosos por 100 mil habitantes, com aumento no ano passado. Fazendo um balanço do projeto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), ele acredita que o projeto foi "ousado demais".
"A UPP foi uma tentativa ousada demais do governo estadual com o instrumento que ele tinha de segurança pública local. A experiência da Colômbia, com um governo federal, com todos os poderes. Fomos ousados demais e talvez estejamos pagando um preço caro por termos tido essa tentativa de levar paz a todas as áreas, inclusive as mais carentes", explicou Sá.
Ele ainda destacou que a PM está realizando um estudo aprofundado sobre a situação das UPPs e sobre as possibilidades de que elas atuem de maneira melhor dentro das comunidades.
"Estamos fazendo um diagnóstico, determinei à Polícia Militar que através de um grupo de estudo analisasse todas as hipóteses. A diretriz é o policiamento comunitário e preservar direitos, mas o crime organizado perde com isso e vai tentar desestimular o poder público de estar presente onde ele perde seu lucro", destacou o secretário.

Ajuda da Força Nacional

O Rio de Janeiro deve receber mais do que os cem homens da Força Nacional de Segurança que foram anunciados na quarta-feira (4). A informação é do secretário nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, general Carlos Alberto Santos Cruz, em reunião com o secretário de Segurança Pública do RJ, Roberto Sá; o chefe de polícia Civil, Carlos Leba; e o comandante-geral da Polícia Militar; Cel. Wolney Dias. A reunião aconteceu durante a manhã no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC).
"Temos hoje 125 homens que fazem uma tarefa específica na Alerj é no Palácio Guanabara. A estruturação não passa pelo limite de 100 ou 200. Passa pela necessidade da secretaria", destacou o general.
O reforço pode chegar até 300 homens, de acordo com o secretário, mas ele afirma que há a necessidade de planejamento logístico. Os homens da Força Nacional devem chegar em até 48 horas.

MEU COMENTÁRIO

Se se considerar que grandes empresas multinacionais já fracassaram em alguns projetos de grande porte e recuaram, arcando com seus prejuízos e seguindo em frente por outras vias, não seria nada demais a SSP reconhecer que as UPPs deram água e são hoje mais problema que solução. Mas como falamos de dinheiro público jogado fora e que continuará sendo gasto sem parcimônia, porque não sai das algibeiras de nenhum gestor, - e como esse gestor já se encontra fora do problema, - nada demais insistir no erro

Porque não falamos de lucro ou prejuízo pecuniário, mas de lucro ou prejuízo social, o que nem sempre pode ser aferido em linguagem matemática, precisa, mas em subjetividades e evasivas que não pesam no bolso a não ser dos contribuintes. Mas como estes são apáticos e não se preocupam em como seu tributo é gasto, o erro segue em frente junto com a natimorta empreitada. Por outro lado, sabe-se que as empresas públicas têm sete vidas e não morre nem na falência. Daí permanecerão incidindo no erro, embora o RJ tenha sido a ele levado por incapacidade e/ou inidoneidade de sucessivos governantes e alguns seus específicos gestores.

Muito bem, há quem diga que admitir a existência do problema é passo importante no sentido de saná-lo. Pode ser que a fala do secretário titular da SSP se encaminhe para uma pragmática alteração de rumo. Quem sabe até tenha sido motivada pela recente e excelente ação operacional que não envolveu mais que PMs do batalhão da área, dispensando-se os efetivos das UPPs, sempre reunidos quando uma delas é atacada em área onde teria ido instalada depois de supostamente conquistada pela PMERJ.

Indago se a afirmação é válida, nos dias de hoje, para alguma UPP, ou seja, que ela realmente tenha “pacificado” algum ambiente escolhido entre milhares idênticos em se tratando de domínio do tráfico. Indago porque confesso que não sei. Ademais, o recado do secretário ao fim e ao cabo torna-se confuso, ao dizer que mandou a PMERJ reestudar uma saída, talvez para fazer alguma espécie de “recall”, algo comum em se tratando de veículos automotores, mesmo os mais sofisticados e caríssimos. Será isso? Bem, não sei, só sei que até então vale o ditado: “Errar é humano, mas insistir no erro é burrice.”

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