sábado, 20 de maio de 2017

RIO EM GUERRA – PMERJ MATA MAIS E PMs MORREM MAIS



“O mundo está perigoso para se viver! Não por causa daqueles que fazem o mal, mas por causa dos que o veem e fazem de conta de que não viram.” (Albert Einstein)

http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/policia-mata-e-morre-mais-no-rj.ghtml

Polícia mata e morre mais no RJ

Nos quatro primeiros meses deste ano, 383 pessoas morreram em confrontos com policiais civis e militares, um aumento de 58,9% em relação ao mesmo período de 2016. Mortes de PMs também cresceram entre janeiro e abril.

Por G1 Rio

20/05/2017 05h00



 Policial assassinado é enterrado em Sulacap, Zona Oeste (Foto: Reprodução/TV Globo)

A polícia está matando e morrendo mais no Rio de Janeiro, mostram os dados do Instituto de Segurança Pública (ISP). Entre janeiro e abril deste ano, 383 pessoas morreram no estado em confrontos com policiais civis e militares, um aumento de 58,9% em relação ao mesmo período de 2016.
Os números podem refletir o acirramento dos confrontos entre policiais e traficantes nos últimos meses, que também deixa vítimas entre os civis.
Em março, policiais militares foram filmados atirando em dois homens já caídos no chão, feridos e desarmados, perto de uma escola em Fazenda Botafogo, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Mais cedo, um tiroteio no mesmo bairro terminou com a estudante Maria Eduarda morta na quadra de esportes do colégio. Uma das balas que atingiu a menina saiu do fuzil de um dos PMs.
Em apenas seis dias de abril, cinco pessoas foram mortas no Complexo do Alemão, onde os conflitos se tornaram frequentes desde que a Polícia Militar decidiu instalar uma torre blindada no alto da comunidade de Nova Brasília. Entre as vítimas estavam dois adolescentes: Felipe Farias, de 16 anos, e Paulo Henrique de Moraes, de 13 anos. Os dois foram atingidos por balas perdidas durante tiroteio entre policiais e traficantes.
Na quarta-feira (19), outro adolescente, de 17 anos, foi morto durante operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) na Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio, para combater o tráfico de drogas. Segundo a Polícia Militar, ele segurava um simulacro de arma de fogo.
PMs são alvo
Os assassinatos de policiais militares também estão mais frequentes. Entre janeiro e abril do ano passado, 9 foram mortos em serviço, segundo dados do ISP. Este ano, já foram 13 no mesmo período.
Em abril, três PMs vítimas de homicídio foram enterrados no mesmo dia. Entre eles, o primeiro agente da Operação Lei Seca a ser morto em serviço, o sargento Anselmo Alves Jr., morto em Queimados, na Baixada Fluminense.
Na noite de quinta-feira (18), um PM foi morto no fim da noite durante um confronto com criminosos na Favela do Lixão, em Duque de Caxias. Os policiais estavam patrulhando a comunidade quando foram atacados por criminosos, dando início ao tiroteio.
Os PMs são alvo tanto nas operações e em confrontos com bandidos, quanto nas horas de folga. Se forem considerados os mortos fora do horário de serviço e os reformados, o número de homicídios de policiais já chega a 72 este ano.

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Há um velho ditado (“água mole em pedra dura tanto bate até que fura.”) que bem se ajusta aqui. Porque não são poucas as vezes em que a imprensa faz esta associação de que a PM “mata mais” para justificar a outra notícia a que se obriga a difundir no sentido de que os PMs “morrem mais” nos dias de hoje. Por quê?...


Tal cenário de violência desmedida, no entanto, deveria ser considerado como de “confronto bélico”, se cotejado com os parâmetros da ONU mundo fora. Demandaria então, no caso, uma ação operativa militar permanente, ou seja, uma operação de guerra, para, deste modo, efetivamente pacificar a área conflagrada, até com o concurso de tropa estrangeira.


Ocorre que, ao cuidarem da “grave perturbação da ordem pública”, inegável em todos os sentidos, - como se cuida de fratura exposta: com mercúrio cromo e esparadrapo em curativo de bebê, - os governantes pátrios levaram o país à bancarrota em se tratando de controle da criminalidade.


Compreende-se, entretanto, a situação, pois esses políticos, governantes ou parlamentares, - atolados até o gogó com denúncias de corrupção contra si, o que os tornam suspeitos de serem também criminosos, tudo dentro da lógica corrente de que o narcotráfico e a política são irmãos siameses, - esses políticos, especialmente no RJ, levaram a insegurança pública ao patamar do “surrealismo fantástico”. Sim, o Sistema Situacional Estatal vem perdendo todas as batalhas e vendo morrer seus policiais-militares numa guerra sem final previsível.


No caso do RJ, o princípio da “seletividade do uso da força” vem sendo solenemente ignorado pelos gestores da segurança pública. A inferioridade numérica, - e bélica, como consequência da primeira, - é mais que evidenciada a partir da concentração de forças em UPPs, contrariando assim o princípio mais elementar do patrulhamento ostensivo: a prevenção de polícia administrativa pela máxima presença nas ruas da força policial militar, do que decorre a necessidade imperiosa de se exercitar a máxima frequência do patrulhamento no ambiente geral infestado de bandidos, e não apenas concentrado em 40 privilegiadas comunidades igualmente dominadas pelo tráfico, tudo para fingir qualidade onde só há mortes a provar o contrário: a ineficiência do precipitado modelo operacional,


Num Estado-membro em que a PM não ama a técnica e se submete em subserviência aos políticos já aqui definidos como supostos criminosos, tais como os traficantes o são, não se há de esperar nada mais que a prevalência da lógica da extensão do crime nos termos de Manuel López-Rey. Diz ele em sua obra, grosso modo, que como o crime é inevitável, tal como o amor e o ódio, e é um fenômeno sociopolítico, ou seja, deve a sociedade definir o crime e sua pena para diminuir a impunidade, - e como nada disso é feito em se tratando de criminalidade violenta, - não se é de estranhar que morram mais PMs, estejam ou não de serviço, e mais civis, sejam ou não bandidos. Pois o princípio mais simples que rege esta cruel equação está no aumento populacional concentrador de mais e mais gentes submetidas ao perigo que desde muito nasceu onda e hoje é tsunâmi.

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