terça-feira, 17 de novembro de 2015

RIO EM GUERRA – Flexibilização do Estatuto do Desarmamento




“O mundo está perigoso para se viver! Não por causa daqueles que fazem o mal, mas por causa dos que o veem e fazem de conta de que não viram.” (Albert Einstein)


COLUNA OPINIÃO - JORNAL O GLOBO
 16 nov 2015 - O Globo


OPINIÃO DO JORNAL

Uma insanidade 

Segundo o Mapa da Violência, mais de 160 mil vidas foram poupadas no país entre 2004 e 2012
A ideia segundo a qual o cidadão armado tem mais chances de se defender da violência é uma maldosa, por deliberada, deturpação do conceito de segurança — pública ou individual. Empurrar para a sociedade a fábula de que, com uma arma ao alcance, a vítima de um assalto, de uma tentativa de sequestro ou de outra modalidade de crime em que a reação ao ataque põe sua vida em risco a transformará em mocinho de filme decorre de duas visões.
Uma delas é consequência da extrema inocência daqueles que se deixam contaminar por versões fantasiosas de que revólveres à mão são anteparo certo contra bandidos. São os inocentes úteis que acabam fazendo o jogo da outra ponta da história do imaginado herói — aquela que tem interesses diversos ( políticos, econômicos, ideológicos etc.) na flexibilização das leis que controlam a venda e a circulação de armas no país.
A tese da autodefesa armada não resiste sequer a números extraídos da realidade dos Estados Unidos, o país que, por sua liberalíssima legislação sobre armamentos, tem servido de exemplo dos supostos “benefícios” de se armar o cidadão comum. Lá, um estudo do FBI informa que usar armas em legítima defesa funciona bem nas telas do cinema, mas apenas aí. Segundo a polícia federal americana, para cada caso de morte decorrente do uso defensivo de arma de fogo ( legítima defesa), contabilizam- se 185 óbitos — de vítimas de algum tipo de violência criminal que acreditaram na possibilidade de adaptar roteiros de ficção à vida real, ou então por suicídio ou acidentes.
Guardar armas em casa é convite fácil a tragédias. Uma pesquisa do Datasus revela que, no Brasil, duas crianças entre zero e 14 anos são feridas por tiros acidentais todos os dias. Esse levantamento já tem dez anos, mas, pelos constantes episódios que resultam em ferimentos ou morte decorrentes de algum tipo de manejo de armas mantidas em residências, relatados na imprensa ou registrados em boletins de ocorrência nas delegacias, nada leva a crer que essa relação tenha se alterado. Armas de fogo são a causa mais comum de mortes de homens jovens no Brasil; elas matam mais que acidentes de trânsito ou doenças como Aids e câncer.
A entrada em vigor do Estatuto do Desarmamento, em 2003, foi um avanço notável do país no sentido de reduzir os indicadores de óbitos por armas de fogo. O Mapa da Violência de 2015 estima que, entre 2004 e 2012, mais de 160 mil vidas foram poupadas no Brasil. A violência ainda é um problema crônico na maior parte dos estados brasileiros. A relação de mortes ( 27,5) por cem mil habitantes permanece alta e há muito por fazer no âmbito de políticas de segurança. Mas sem dúvida esse quadro seria mais grave sem o Estatuto.
O desmonte dessa lei orgânica, que se organiza no Congresso, é uma insanidade que precisa ser barrada pelos parlamentares efetivamente preocupados em encontrar caminhos para reduzir a violência, e não em municiá-la com medidas que ferem a razão.

OUTRA OPINIÃO

16 nov 2015 O Globo

FLÁVIO BOLSONARO
(Flávio Bolsonaro é deputado estadual - PP- RJ)

Perdeu, cidadão 

A única vitória efetiva do desarmamento foi dar mais tranquilidade ao marginal para escolher suas vítimas
‘Todo poder político vem do cano de uma arma. O partido comunista precisa comandar todas as armas; desta maneira, nenhuma arma jamais poderá ser usada para comandar o partido.”
Qualquer semelhança da frase do ditador comunista Mao Tsé- tung — referência ideológica da esquerda brasileira — com a política de desarmamento de PT, PSOL e afins não é mera coincidência. Lula não esconde de ninguém que, para garantir a permanência de sua cleptocracia no poder, colocará o “exército do MST”, armado, nas ruas.
Os EUA, cujos cidadãos estão entre os mais armados do mundo, apresentam taxa de homicídios muito inferiores às do Brasil: 5,3 contra 27,4 por 100 mil habitantes. E o que dizer da Suíça, que disputa com os EUA o primeiro lugar como país com população mais armada, com índices ainda mais baixos ( 2,9 por 100 mil habitantes)?
Igual questionamento se aplica à Alemanha ( 0,5 por 100 mil habitantes), Inglaterra ( 0,1 por 100 mil habitantes) e outros países desenvolvidos. O que difere o Brasil de tal grupo? Simples: a impunidade! Enquanto na Suíça a taxa de elucidação de homicídios ultrapassa os 95%, na Alemanha e na Inglaterra situa- se na casa de 85% e nos EUA fica em 65%, no Brasil não vai além de 5%! A conclusão não é óbvia? E não há mentira que a derrube, nem mesmo a dialética marxista!
Armas não matam pessoas, pessoas matam pessoas. Tanto é verdade que pessoas armadas salvam vidas, que muitos desarmamentistas se mantêm vivos por possuírem escolta armada, carros blindados e morar em condomínios com segurança. Mas, do alto de sua arrogância e hipocrisia, defendem que o resto da população não tenha os mesmos direitos.
Henrique Nogueira, no livro “O direito de ter e portar armas — Recuse ser uma vítima”, publica pesquisa com criminosos condenados, em que 74% afirmaram evitar entrar em residências onde possa haver alguém armado e 56% declararam que não abordariam vítimas que suspeitassem portar armas. No Brasil, alguém acredita que traficantes ou assaltantes tenham dificuldades de acesso a armas? Claro que não! As leis que proíbem o porte só desarmam quem não está disposto a cometer crimes.
As únicas vitórias efetivas do desarmamento foram dar mais tranquilidade ao marginal — já convicto da impunidade — para escolher suas vítimas sem a preocupação de ser baleado ou morto por um revide e, ainda, impedir que um cidadão que se sinta ameaçado possa se preparar para melhor se defender ou à sua família. Agrava o quadro a legislação penal branda, que permite ao condenado cumprir apenas fração de sua pena, e a complacência com crimes, mesmo os mais bárbaros, praticados por menores de idade.
“Sendo necessária à segurança de um Estado livre a existência de uma milícia bem organizada, o direito do povo de possuir e usar armas não poderá ser infringido” (2 ª Emenda à Constituição dos EUA). Eita povinho atrasado, né? 


MEU COMENTÁRIO 

Fico com o Flavio Bolsonaro!

2 comentários:

Anônimo disse...

Esse editorial de O globo reflete a política de fracasso que é o estatuto do desarmamento.

Se nele se diz que entre 2004 e 2012 mais de
160.000 vidas foram poupadas, além de grave indução ao erro incorre em mentira esse suposto dado desinformativo.

Primeiro porque o estatuto do desarmamento entrou em vigor em 2005.
Segundo porque qual a fórmula matemática empregada pra contabilizar quem escapa de morrer baleado ?
Terceiro, se o Brasil é o país onde anualmente é constatado que ocorre em média de 50.000 a 60.000 homicidios/ano essa reportagem tendenciosa divulgado pelo editorial de O globo demonstra o fracasso do estatuto do desarmamento.

A aritmética é simples, veja :

se o editorial divulga que o período 2004-2012 foram poupadas 160.000 vidas já há uma informação mentirosa.

Com a entrada em vigor em 2005, isso quer dizer que no ano de 2004 tivemos em média 50.000 vidas perdidas; logo,

160.000- 50.000= 110.000 em tese foram poupadas.

Mas se o Brasil tem 50.000 homicídios/ano,
então :

2012 - 2004 = 8 anos e,

8 × 50.000 = 400.000 assassinatos !!!!!

Assim se demonstra que desarmamentista é péssimo em aritmética básica e um fracasso como em promover lobby anti-arma de fogo.

obs : eu, se fosse O globo, publicava uma nota de errata acerca deste "suposto" editorial pago.

Anônimo disse...

Emir disse:

Impressionante o exercício de retórica do Jornal O GLOBO, consoante, claro, com suas tendências ideológicas do momento (além dos milhões em publicidade petista), que é o do predomínio das esquerdas no poder e de suas tentativas de manutenção deste status quo nem que seja pela "força do muque" dos perigosos movimentos sociais que, segundo eles mesmos propagam, - o que em muito facilita o nosso raciocínio, - o "muque" se representa por armas de fogo. Refiro-me aos "exércitos” do Stedille e de outros cascateiros que arrastam o povo ignaro (nem por isso será menos violento, pode até ser fator de maior violência) à luta armada futura. Demais disso, há o absoluto controle, pelas esquerdas, da tal Força Nacional de Segurança, que hoje conta com poderosa mobilização armada. Para fazer frente a uma situação de risco futuro à democracia, associada a outra não menos relevante, que é a da criminalidade armada a ceifar vidas humanas dentro de ônibus, trens, e em tudo que é lugar público, só armando a população. Claro que isto não será a sopapo. Haverá treinamento para aqueles que quiserem adquirir e portar armas, sem essa de "acidentes", argumentação infantil de quem é contra armar o cidadão de bem. Pois bem, trazendo tudo isto para o campo prático, duvido que algum marginal terá peito de se levantar dentro de um ônibus e anunciar um assalto! Se o fizer, serão muitas as armas que surgirão com o cano apontado em sua direção e o fogo lhe arrancará do planeta. Ele então preferirá não se arriscar e os assaltos de rua diminuirão. Vale mais ainda para afastar os covardes que surpreendem cidadãos dentro de casa sem condições de reação em igualdade de condições. A verdade é que o bandido é mais onipresente que o policial, pois existe em muito maior quantidade. Daí ser solução única e indispensável armar e treinar o cidadão de bem para usar com critério a sua arma. Porque aos extremistas de esquerda interessa manter o povo como um imenso rebanho de ovelhas. Eles são os lobos da história. Os cidadãos armados serão os cães pastores a defenderem as ovelhas ao lado da polícia, que também é formada por cães pastores. E muitas ovelhas iludidas pelos discursos da esquerda culminarão salvas pelos cães pastores, estes, que estarão em todos os lugares e poderão surpreender os lobos de hoje que correm livres e desimpedidos atrás de ovelhas indefesas.