sábado, 24 de outubro de 2015

RIO EM GUERRA – A REPULSA SOCIAL ÀS PPMM



“O mundo está perigoso para se viver! Não por causa daqueles que fazem o mal, mas por causa dos que o veem e fazem de conta de que não viram.” (Albert Einstein)

23 out 2015 – Jornal O Globo Digital

Beltrame reclama por sociedade não se indignar com morte de PMs

Especialistas dizem que histórico da polícia contribui para afastar a população

José Beltrame, secretário de Segurança, sobre a indiferença com crimes contra policiais O secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, lamentou ontem o aumento da violência contra policiais e se disse perplexo com os requintes de crueldade utilizados durante os ataques. Ele citou a morte do soldado Neandro Santos Oliveira, que foi torturado e queimado por traficantes no Complexo do Chapadão, em Costa Barros, há quase duas semanas, e reclamou da sociedade por não se indignar com crimes contra policiais.

— Infelizmente, no Brasil, a tortura e a morte de policiais não atingem corpo na sociedade para efeito de indignação. Acham que morrer faz parte do trabalho do policial. A morte desses policiais continua sendo vista com banalização pela sociedade, e é por isso que eu digo que a polícia luta sozinha nessa nesta cidade. Ela não tem apoio de outras esferas públicas nem da sociedade. É uma realidade que só me entristece — lamentou Beltrame.

Dados do Instituto de Segurança Pública ( ISP) do estado mostram que, de janeiro a setembro deste ano, já foram mortos 16 PMs em serviço. Durante todo o ano passado, foi registrado o mesmo número de óbitos. Em 2015, somente de 1° de setembro a 2 de outubro, nove PMs foram assassinados e 37 ficaram feridos. CONFRONTO ARMADO CRITICADO De acordo com Sílvia Ramos, cientista social e coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Candido Mendes, o secretário tem razão quando diz que há pouca preocupação e solidariedade com a morte de policiais. No entanto, a especialista diz que a forma de combate ao crime utilizada pela Secretaria de Segurança colabora para esse cenário.

— O estado acha normal partir para o confronto armado, deixando claro para a sociedade que a polícia declarou guerra contra o tráfico de drogas. E numa guerra é normal que as mortes sejam banalizadas. E não é somente a morte de policiais. O assassinato de jovens negros e pobres, inocentes ou não, decorrentes de incursões policiais, também é banalizado — disse Sílvia.

Na visão de Gláucio Soares, pesquisador e professor do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro ( Uerj), alguns fatores pesam para essa banalização. O primeiro, segundo o sociólogo, é que “parte da inteligência brasileira” não esqueceu das atrocidades feitas pela polícia quando a mesma servia de braço armado para a ditadura militar.

— Mesmo que os participantes daquela época não estejam mais na ativa, e mesmo que a nova geração de policiais tenha nascido depois, houve uma transmissão de valores contrários à polícia, que foi e é reforçada pela prática de policiais corruptos, aquela banda podre que sabemos que existe. Enquanto os criminosos são vistos como vítimas de forças econômicas e sociais, a polícia aparece como um braço armado de vingança, e não como implementador de justiça. É um descrédito que, infelizmente, atinge os policiais de bem.

De acordo com o fundador do movimento Rio de Paz, Antônio Carlos Costa, a entidade já fez manifestações em prol de policiais, como colar fotos de vítimas em cruzes espalhadas na praia.

Ele reconhece, no entanto, que outros movimentos sociais e organizações ligadas aos direitos humanos relutam em dar voz para a polícia por conhecerem o histórico da corporação:

— Relutam pelo histórico de atrocidades que a polícia comete, quando tem voz de poder em algumas regiões.

MEU COMENTÁRIO



Impressionante a hipocrisia do meio acadêmico e de ONGs de direitos humanos cujos representantes veem na farda do PM o retrato vivo da repressão política durante o regime militar, ignorando o que estão cansados de saber, ou seja, quem mais reprimia a “subversão” eram as Polícias Civis estaduais e a Polícia Federal, por meio de seus DOPS (Departamentos ou Delegacias de Ordem Política e Social).


Sim, os acadêmicos e os sectários de Direitos Humanos fingem não saber a verdade histórica, tudo porque a reação à tentativa de implantação do comunismo no Brasil se deu pelo concurso direto das Forças Armadas a pedido do povo que fora maciçamente às ruas exigindo a reação.



Curiosamente, as Polícias Militares, que eram aquarteladas como Forças Auxiliares Reservas do Exército, não ocuparam as ruas com tanques e equivalentes. Ficaram de prontidão, aquarteladas, enquanto as estruturas das Polícias Civis “caçavam subversivos ao modo Fleury”. E havia muitos “Fleurys” atuando na repressão, com as PPMM enfiadas em seus quartéis assistindo o desenrolar da história. E por influência direta do Exército Brasileiro receberam como “bonificação” pela inércia, na Emenda Constitucional nº 01, o alerta de que não poderiam ganhar mais que seus postos e graduações correspondentes daquela força federal, sem contar outros mecanismos severos de controle de sua tropa pelo Estado-Maior do Exército (Inspetoria Geral das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares – IGPM). E, se houve período em que as PPMM sofreram com péssimos salários, sem dúvida foi durante a vigência do regime militar e de seus governantes estaduais nomeados sem eleição.



No caso da antiga PMRJ, os salários eram ridículos e atrasavam por até quatro meses seguidos, situação que perduraria por muitos anos, de 1964 em diante. É triste, portanto, o PM deparar com discursos facciosos como de Gláucio Soares, pesquisador e professor do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Porque, com a credencial que o sublinha, ele deveria saber mais. Como creio que ele saiba, deveria então mentir menos em relação às PPMM. Mas esse patrulhamento ideológico somente desaparecerá daqui a cem anos, quando então outros pesquisadores buscarão registrar a história isenta e real do regime militar, inclusive e principalmente resgatando as verdadeiras causas de sua eclosão no Brasil, pondo as PPMM no seu devido patamar histórico, que é até hoje bem maior de vítima que de algoz da sociedade.



Já quanto às PPMM, é preciso que elas se recolham e não se arrisquem tanto no confronto contra os exércitos paramilitares de traficantes que ocupam as favelas e não podem ser combatidos com frações mínimas de tropa, acrescentando-se a impossibilidade do anonimato dos seus integrantes, que ficam expostos à morte antes, durante e depois do serviço, e ainda amargam a antipatia duma sociedade desorientada por acadêmicos e personalidades facciosas com espaço numa mídia não menos sectária, isto até na extrema situação de morte. E chega a ser doentio ver PMs se lamentando nas redes sociais contra os Direitos Humanos, ou contra políticos extremistas de esquerda, acadêmicos sectários e jornalistas facciosos por não darem atenção nem o devido valor aos companheiros mortos, assim como não dão aos vivos.



O que as PPMM deveriam fazer para reagir a tudo isto era reunir suas cúpulas de todos os Estados Federados e tomar posição em favor da tropa, em vez de se acovardar em subserviência a políticos que adoram ver PM ser enterrado com honras cheirando sempre a desonra. Ora, chega disso! Que esses comandantes-gerais Brasil afora se reúnam não apenas para confraternizar, mas para expedir notas oficiais assertivas e ameaçar recolher aos quartéis toda a tropa, incluindo ordem para que todos os PMs à disposição de outros órgãos e autoridades se apresentem para uma prontidão que provoque o esvaziamento total das PPMM nos ambientes sociais pátrios! Sim, porque esta é a única maneira de provar quem tem o poder de manter a ordem pública. Se outras instituições sempre poupadas pelos facciosos derem conta do recado, que sejam extintas as Polícias Militares brasileiras!



Fica o desafio!

Um comentário:

jorge disse...

Quando li, lembrei com certo saudosismo, pois sou também do tempo em que os Comandantes Gerais dizia "NÃO" a governantes sem temer a perda do Cargo, do tempo de Emir Campos Laranjeira - Hoje, temos um impasse, onde encontraremos aquele terá coragem de reunir os Comandantes e aquartelar as PPMM...