Tropa de elite: a queda do mito?
“O mundo está
perigoso para se viver! Não por causa daqueles que fazem o mal, mas por causa
dos que o veem e fazem de conta de que não viram.” (Albert Einstein)
“Do G1
Rio
3/07/2015
19h45 - Atualizado em 13/07/2015 19h46
Seis
PMs são expulsos do Bope suspeitos de roubar traficantes no Rio
Segundo denúncia, PMs ficaram
com R$ 1,8 mi apreendidos na Covanca.
Entre os afastados da tropa de elite estão dois majores e um capitão.
Mais uma vez a Polícia
Militar do Rio de Janeiro investiga um caso
de corrupção dentro da própria corporação. Desta vez, os suspeitos são da tropa
de elite. Conforme mostrou o RJTV nesta segunda-feira (13), seis policiais
foram expulsos do Batalhão de Operações Especiais (Bope) por suspeita de roubar
dinheiro de uma das maiores quadrilhas de tráfico de drogas que atuam na
capital durante uma operação policial.
O afastamento dos seis
policiais do Bope foi confirmado no boletim interno da Polícia Militar,
divulgado na sexta-feira (10). São os majores Marcelo de Castro Corbage e João
Rodrigo Teixeira Sampaio, o capitão Renato Roberto Soares Junior, o cabo Álvaro
Luiz Ferreira e os soldados Flávio da Silva Alves e Fábio Vidal Pedro. Os seis,
agora, estão cumprindo funções administrativas fora da tropa de elite.
De acordo com as
investigações, no dia 21 de junho, o Bope fez uma operação no Morro da Covanca,
na Praça Seca, Zona Oeste do Rio. Quatro pessoas morreram durante a ação
policial. Uma testemunha contou ao disque-denúncia que os policiais da tropa de
elite da PM apreenderam R$ 1,8 milhão dos traficantes. O dinheiro estaria
escondido em tonéis. Mas, ao registrar a ocorrência na delegacia, nenhuma
quantia foi entregue pelos PMs do Bope.
O Morro da Covanca é dominado
pela principal quadrilha criminosa do rio e, segundo as investigações, é o
quartel financeiro dos criminosos. Na última quinta-feira (9), a polícia
cumpriu mandados de busca e apreensão na casa dos seis PMs afastados.
O subcorregedor da PM, tenente coronel Márcio César Monteiro, esteve nesta segunda-feira à tarde na sede do Ministério Público. Ele foi conversar com os promotores que acompanham as investigações.
Os promotores vão pedir à PM
as informações gravadas no GPS das viaturas que participaram da operação, além
dos laudos cadavéricos dos mortos e a escala das equipes que estiveram naquele
dia na Covanca. O prazo para concluir as investigações é de 60 dias.
Segundo a PM, as
investigações correm em sigilo e, por isso, a corporação não irá comentar sobre
o caso.
PMs presos por extorsão
Em outubro do ano passado, o comandante do 17°BPM, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio, e outros 15 policiais militares lotados na unidade foram presos suspeitos de sequestrar traficantes e exigir resgate de R$ 300 mil.
As investigações constataram
ainda o envolvimento de policiais militares lotados no 17º BPM com traficantes
de drogas na Ilha do Governador. Os militares denunciados possuíam estreito
laço com traficantes de drogas, em especial com o traficante Fernando Gomes de
Freitas, conhecido como Fernandinho Guarabu, identificado como chefe de facção
criminosa, que atua no Morro do Dendê.
MEU
COMENTÁRIO
A uma, há desvios de conduta até no Vaticano, e a Mitologia nos
dá conta da existência de heróis e vilões no Olimpo, assim como Satanás foi
expulso do céu com seus anjos do mau, conforme nos orienta a Bíblia Sagrada.
A questão se prende, então, à construção do “mito” por meio
de dois filmes de enredo enviesado: Tropa de Elite I e II. Daí é que a própria
mídia, como se depreende da matéria, entender ou finge entender que o BOPE é
uma instituição e a PMERJ é outra, sendo a primeira “imaculada” e a segunda, o
seu oposto, como se lá entre eles da mídia, ou de outra qualquer instituição
particular ou pública, só houvesse anjos.
Ora, os PMs do BOPE não foram expulsos, nada! Foram afastados
da Unidade Especial enquanto se apura o fato do qual são acusados anonimamente.
Mas a frase-título vem danificando ab ovo
a reputação dos acusados, deste modo tentando influenciar na origem as futuras
decisões a respeito do fato, que pode ser verdadeiro ou falso, dentro da ótica
do direito constitucional à presunção de inocência.
Creio que a ira da mídia tem a ver com a quebra do “mito” que
eles, da mídia, construíram para amealhar muitos milhões, dentre outras
benesses distribuídas aos que colaboraram na trama de dois filmes ideológicos
de esquerda que arrasam o quarteirão da tropa comum e transforma o Bope num “mito”.
Curioso é que o “mito” surge na película como matador implacável, porém imune a
desvios de conduta administrativos ou criminais, incluindo, claro, a suposta
extorsão denunciada de dentro da favela para o disque-denúncia e já tachada de “roubo”,
vocábulo de efeito arrasador.
Não importa aqui se o fato ocorreu verdadeiramente. Importa,
sim, esclarecer que os PMs foram afastados porque são investigados pela
corporação. Portanto, os PMs não foram “expulsos” de lugar nenhum, pois a
expulsão é ato administrativo extremo e dotado de regras claras nas leis e nos
regulamentos que regem a PMERJ. E eu mais diria que isto é espécie de “tiro
pela culatra”; pois a ideia do “mito” só existe porque foi posta nos filmes e
jorrada na sociedade expectadora, como se ela apreciasse um aquário de peixes prateados,
dourados e multicoloridos nadando entre alguns peixes feios, sem cores
agradáveis. Mas agora isto se tornou um problema, pois despertou a ira dos
criadores desta falsa imagem de perfeição quase que “divina”...
Primeiro porque estimulou o desvio de finalidade no seio da
corporação, evidência notada e anotada em relação ao Batalhão de Choque, que
hoje atua em favelas se confrontando com traficantes e tenta, por isso,
transformar-se numa espécie de “segunda tropa de elite” – uma aberração
institucional. Tal “cultura” evoluiu a ponto de entre alguns oficiais,
graduados e praças do BPCh consolidar-se a nefasta ideia de quem não possui
brevê é “peito de ladrilho”; ou seja, espécie covarde do gênero PMERJ, que tem
no BOPE e no BPCh suas tropas de proa a sustentarem as UPPs e seus “espartanos”,
que morrem às pencas enquanto pulam a cerca da retidão virtualmente traçada
pela mídia interessada neste questionável programa de “policiamento de
proximidade”. Porque se tornou a mais e mais repressão nos moldes de sempre...
Ora, tudo pura falácia! Afinal, há desvios de conduta no BOPE
e no BPCh, assim como no resto da PMERJ (maioria da tropa), e em todas as instituições
civis e militares formadas por seres humanos, bastando ser assim para haver
nelas as mesmas imperfeições! Mas isto apenas nos aponta a realidade de que os
PMs são seres humanos, portanto sujeitos a imperfeições. O resto é malícia de
quem não é investigado por ninguém por força do poder que seus cargos encerram
e por interesse de uma imprensa viciada em criar e repetir mentiras mil vezes
para torná-las verdades. Estes, diferentemente da PMERJ, permanecem impunes ad aeternum...
A duas... Bem, é o que basta!
Um comentário:
E mais não digo, por desnecessário. Fariseus.
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