“O mundo
está perigoso para se viver! Não por causa daqueles que fazem o mal, mas por
causa dos que o veem e fazem de conta de que não viram.” (Albert Einstein)
G1 Rio
Bope monta barricadas para
proteger bases das UPPs no Alemão
Imagens mostram caminhão colocando toneis de
concreto na via.
Vídeo no G1
Há cerca de 90 dias seguidos os moradores convivem com tiroteios.
A Polícia
Militar começou a montar barricadas no conjunto de favelas do Alemão, na Zona
Norte do Rio, nesta sexta-feira (3). Imagens do Globocop, registradas por volta
das 12h30, mostravam policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope)
colocando toneis com concreto e areia para proteger os contêineres da Unidade
de Polícia Pacificadora (UPP) que ficam na comunidade.
Desde
quarta-feira (1°), quatro pessoas morreram e outras três ficaram feridas em
tiroteios no Conjunto de Favelas do Alemão. Na tarde de quinta (2), o menino
Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, levou um tiro na cabeça quando estava na
porta de casa e morreu na hora.
Na quarta-feira,
Elizabeth Alves, de 41 anos, foi morta dentro de casa por uma bala perdida. A
filha dela, Maynara Moura, também estava em casa e levou um tiro na mão, mas
está fora de perigo. Há cerca de 90 dias seguidos os moradores do Alemão
convivem com intensos tiroteios.
Pela
manhã, uma base da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), na Rua Canitá, foi
atacada. Janelas da unidade, que funciona dentro de um contêiner, foram
quebradas. Segundo o CPP, pessoas não identificadas também colocaram fogo em
uma caçamba de lixo que fica ao lado da unidade. O fogo em um colchão chegou a
atingir uma parte da base.
Policiais
afastados
A polícia afastou todos os PMs que participaram da operação na tarde desta quinta-feira (2) no Alemão. As armas deles também foram retiradas, mas o número de policiais afastados não foi divulgado.
As armas
desses policiais vão passar por um confronto balístico para tentar entender de
qual arma saiu o tiro que teria acertado o menino Eduardo de Jesus Ferreira.
Ainda não há confirmação de que esse tiro tenha saído de uma arma de um
policial e essa será a importância do resultado do confronto balístico. Os PMs
que foram afastados também estão respondendo ao inquérito da polícia militar.
Bandeira
vermelha
O Alemão foi classificado como uma área de bandeira vermelha, onde há resistência do tráfico e risco para a ação da polícia. Por isso, o Comando de Operações Especiais (COE) foi acionado.
A nova
classificação das UPPs foi publicada no Diário Oficial há duas semanas. As
áreas de bandeira amarela são aquelas que ainda apresentam riscos, mas têm uma
tendência de estabilização, e as de bandeira verde, onde o processo de
pacificação é considerado estável.
G1 Brasília
Dilma diz esperar punição por morte de menino no Complexo do Alemão
Garoto de 10 anos morreu durante tiroteio; Polícia investiga autor do disparo.
Em 2 dias, 6 pessoas foram baleadas no complexo de favelas; 4 morreram.
A
presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira (3), por meio de nota, que
espera haver punição pela morte de Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos,
atingido por bala perdida nesta quinta-feira durante tiroteio no Complexo de
Favelas do Alemão, na Zona Norte do Rio. Para a presidente, as circunstâncias
da morte do menino precisam ser esclarecidas.
"Espero que as circunstâncias dessa morte sejam esclarecidas e os responsáveis, julgados e punidos", diz a nota.
"Espero que as circunstâncias dessa morte sejam esclarecidas e os responsáveis, julgados e punidos", diz a nota.
O garoto
foi baleado na porta de casa e morreu na hora no fim da tarde desta quinta.
Moradores da comunidade e os pais da criança acusam policiais de terem
feito o disparo.
Segundo a
Coordenadoria de Polícia Pacificadora, policiais do Batalhão de Polícia de
Choque (BPCHoque) foram recebidos a tiros por criminosos na comunidade do
Areal. "Houve confronto e um menor foi baleado", informa o texto.
Um
Inquérito Policial Militar (IPM) foi instaurado, e as armas dos policiais serão
apreendidas pela Polícia Civil. A Divisão de Homicídios investiga a autoria do
disparo.
Além de Eduardo, outras seis pessoas foram baleadas em dois dias - três morreram. Há cerca de 90 dias seguidos os moradores do Alemão convivem com intensos tiroteios.
Além de Eduardo, outras seis pessoas foram baleadas em dois dias - três morreram. Há cerca de 90 dias seguidos os moradores do Alemão convivem com intensos tiroteios.
Veja a
nota da presidente Dilma Rousseff:
Quero expressar minha solidariedade e sentimentos de respeito neste momento de dor a Terezinha Maria de Jesus, que perdeu o filho Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, no Complexo do Alemão. Espero que as circunstâncias dessa morte sejam esclarecidas e os responsáveis, julgados e punidos.
Quero expressar minha solidariedade e sentimentos de respeito neste momento de dor a Terezinha Maria de Jesus, que perdeu o filho Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, no Complexo do Alemão. Espero que as circunstâncias dessa morte sejam esclarecidas e os responsáveis, julgados e punidos.
G1 Rio
03/04/2015 09h50 - Atualizado em 03/04/2015 11h24
Mãe de menino de 10 anos morto no Alemão diz que vai deixar o Rio
'Eu vou sair daqui', afirma mãe, que pretende enterrar o filho no Piauí.
Pai diz que ato foi 'covardia' e que PMs atiraram a distância de 10 metros.
A doméstica
Terezinha Maria de Jesus, de 40 anos, afirmou na manhã desta sexta-feira (3)
que não quer mais ficar no Rio de Janeiro após a morte do seu filho, Eduardo de
Jesus Ferreira, de 10 anos. Em entrevista ao G1, ela disse que quer
enterrar a criança no Piauí e, em seguida, se mudar.
“Eu quero tirar o meu filho daqui, quero enterrar
no Piauí. Vou levar o corpo do meu filho para o Piauí. Vou voltar [ao Rio]
porque eu quero justiça e depois eu vou embora para lá. Não quero ficar nesse
lugar maldito, eu vou sair daqui”, afirmou.
O garoto foi baleado na porta de casa e morreu na hora no fim da tarde desta quinta-feira (2), no Conjunto de Favelas do Alemão, na Zona Norte do Rio. Terezinha diz que um policial fez o disparo. A Divisão de Homicídios da Polícia Civil investiga o caso.
O garoto foi baleado na porta de casa e morreu na hora no fim da tarde desta quinta-feira (2), no Conjunto de Favelas do Alemão, na Zona Norte do Rio. Terezinha diz que um policial fez o disparo. A Divisão de Homicídios da Polícia Civil investiga o caso.
“Eu não
quero mais voltar pra aquela casa, tudo me lembra ele. É muito difícil" (Terezinha
Maria de Jesus, mãe do menino morto no Alemão)
De acordo
com ela, voltar para casa é muito difícil porque tudo faz lembrar o menino
Eduardo. “Eu passei a madrugada na casa da minha vizinha. Só passei em casa
para pegar o documento dele para ir no IML. Eu não quero mais voltar pra aquela
casa, tudo me lembra ele. É muito difícil”, disse Terezinha, muito emocionada.
A Polícia
Civil informou, nesta sexta, que foi instaurado um inquérito para apurar as
circunstâncias da morte de Eduardo. Uma perícia foi realizada no local, e os
familiares da criança foram ouvidos. Os policiais militares envolvidos no
episódio serão chamados para prestar depoimento. As armas apreendidas serão
levadas para confronto balístico.
De acordo com a PM, Um Inquérito Policial Militar (IPM) foi instaurado e as armas dos policiais apreendidas pela Polícia Civil.
Vídeo no G1
Pai diz
que ato foi 'covardia'
O pai do
menino afirmou, na manhã desta sexta, em entrevista à GloboNews, que os
policiais atiraram a uma distância de cerca de 10 metros do menino. “Meu filho
não merecia ser morto da maneira que ele morreu. Um inocente que tinha 10 anos
de idade, era estudioso, todo dia estava no colégio dele e tinha muitos sonhos.
Era uma criança muito bacana, para mim era tudo na minha vida. A polícia entra
sem saber trabalhar. Como ele falou que era filho de bandido, atirou no meu
filho na maior covardia. Atirou na cara do meu filho a uma distância de 10
metros, no máximo, por trás das costas do meu filho ainda”, afirmou o pai.
Eduardo
de Jesus Ferreira iria começar um curso na Tijuca, Zona Norte do Rio, segundo
informações da mãe da criança. “Ele estudava o dia inteiro, ele ia fazer um
curso do Sebrae na Tijuca. Eu matriculei e ele ia começar na quarta-feira (8),
e eles tiraram o sonho do meu filho”, afirmou.
Na
quinta, Terezinha, que tem outros quatro filhos, repetia que Eduardo queria ser
bombeiro. “Tiraram o sonho do meu filho. Tiraram todas as chances dele. Eu
fazia de tudo para ele ter um futuro bom. Aí vem a polícia e acaba com tudo”,
lamentou. “Ele sempre falava que queria ser bombeiro. Ele estudava o dia
inteiro, participava de projeto na escola, só tirava notas boas. Por que
fizeram isso com meu filho?”, questionava sem parar.
Vídeo no G1
Moradores
fazem homenagem
Moradores
do Conjunto de Favelas do Alemão, na Zona Norte do Rio, fizeram uma homenagem,
na noite quinta-feira (2), às vítimas da violência na comunidade. Eles
acenderam velas, rezam um Pai Nosso e caminharam pelas ruas do complexo, em ação
para lembrar os mortos no fogo cruzado entre polícia e criminosos.
Segundo o
jornal Voz da Comunidade, o ato durou cerca de 30 minutos. Às 9h desta
sexta-feira (3), a hashtag #PaznoAlemão estava entre os destaques do Twitter no
Brasil.
Outras
vítimas
Pelo menos outras duas pessoas foram atingidas por balas perdidas no Alemão desde a tarde desta quarta (1º) – uma mulher morreu e a filha dela ficou ferida. No total, além de Eduardo, outras seis pessoas foram baleadas em dois dias – três morreram. Há cerca de 90 dias seguidos os moradores do Alemão convivem com intensos tiroteios.
Pela
manhã, uma base da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), na Rua Canitá, foi
atacada. Janelas da unidade, que funciona dentro de um contêiner, foram
quebradas. Segundo o CPP, pessoas não identificadas também colocaram fogo em
uma caçamba de lixo que fica ao lado da unidade. O fogo em um colchão chegou a
atingir uma parte da base.
Bandeira
vermelha
O Alemão foi classificado como uma área de bandeira vermelha, onde há resistência do tráfico e risco para a ação da polícia. Por isso, o Comando de Operações Especiais (COE) foi acionado.
A nova
classificação das UPPs foi publicada no Diário Oficial há duas semanas. As
áreas de bandeira amarela são aquelas que ainda apresentam riscos, mas têm uma
tendência de estabilização, e as de bandeira verde, onde o processo de
pacificação é considerado estável.
MEU COMENTÁRIO
Trata-se de conhecido pesadelo a atormentar mentes
doentias?... Ah, isto não pode ser real!... É tudo muito avassalador, coisa
fantástica, filme de terror!... Não! Não é irreal, não é aventura
cinematográfica! É real! E acontece na Cidade Maravilhosa, na Capital do
infelicitado Estado do Rio de Janeiro, e se deve indagar: “É culpa de quem?”
Porque não basta identificar de quem partiu o tiro que
matou o menino, isto não importa, não é “fazer justiça”, como clama o senso
comum e ressoa na mídia. Singularizar o autor do tiro é o de menos, pois, nas
circunstâncias em que o fato se deu, tanto faz que o tiro seja de PM ou de bandido.
Aliás, se for de bandido o discurso da comunidade
sempre será o mesmo: “Foi a PM!”. É chance de erro de 50%, igual à do acerto, o
que não alterará a realidade de que a comunidade é dominada pelo poderoso
tráfico, assim como não há de haver justiça humana capaz de substituir a dor
dos familiares da criança. Sim, nenhum alento é possível, talvez o tempo cuide
de apagar o fato, nem que seja pela morte dos parentes do menino. Enquanto isso,
outras mortes semelhantes se somarão a esta, tão brutal que anula todas as
possíveis explicações do sistema, que torce para tudo passar até o próximo
tiroteio, quando então outras vítimas (policiais, bandidos ou cidadãos
favelados) serão contabilizadas e a mesma “justiça” será exigida. Que “justiça”?
Sim, que “justiça”?... Aquela eloquentemente exigida
pela desmoralizada presidenta que tenta pegar o bonde andando? Que clichê
barato, o dela! Mais uma vez ela perdeu a chance de ficar calada, pois, a ser cobrada
a verdadeira Justiça, a Balança e a Espada deverão subir, subir, subir... Até
chegar aos mais elevados andares de cima da União, claro que passando pelo
subsolo e andares mais baixos (Estados e Municípios), onde verdadeiramente acontece
a eterna batalha entre os rotos e os esfarrapados, e onde estão os alicerces que
sustentam todos os andares que acolhem os verdadeiros responsáveis por esta
baderna que tecnicamente tem nome:
GRAVE
PERTURBAÇÃO DA ORDEM PÚBLICA!
Sim, é caso de banditismo calamitoso, é calamidade
social a demandar providências muito além das policiais, e mais além ainda da
capacidade das polícias locais (PMERJ e PCERJ), eis que isoladas e parcialmente
derrotadas pelo poderoso narcotráfico. E é piada insistir neste modelo de pacificação
(UPP) para o Complexo do Alemão, agora transformado num tortuoso cenário de defesa
em improvisadas trincheiras, e de ataques aleatórios (reações) que lembram as derrotadas
táticas dos EUA no Vietnã. Mas, como recuar? Como aceitar que depois de tudo
que aconteceu ali num passado recente tenha naufragado? Como admitir que a
decisão de conquista e posterior pacificação da sede do CV tenha se demonstrado
muito aquém do esperado? Como o Estado-membro admitirá a derrota?
Nunca! Porque admitir a derrota implica a
obrigatoriedade de rever tudo, de sair daquelas favelas, de fechar as portas
das edificações (UPPs), de repensar todas as hipóteses antes postas sobre a
mesa para conceber novas hipóteses a justificarem novas ações, sendo
imprescindível o apoio da comunidade. Mas como? Mas quais hipóteses?... Eu
digo: Hipótese de Combate em Ações Operativas, o que somente é possível num
Estado de Defesa ou além dele (Estado de Sítio)... Se não for assim, é guerra
perdida, não é mais derrota isolada em frente de batalha. Não é mais romantismo
espartano... É a dura realidade! A morte da criança é apenas mais uma desgraça
dentre muitas já ali havidas, contabilizando como vítimas fatais moradores (homens,
mulheres e crianças) e jovens PMs (homens e mulheres).
Agora sim, com a palavra a presidenta!...
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