“O mundo está perigoso
para se viver! Não por causa daqueles que fazem o mal, mas por causa dos que o
veem e fazem de conta de que não viram.” (Albert Einstein)
G1 Rio
11/03/2015
06h22 - Atualizado em 11/03/2015 06h43
Cinco PMs de UPP ficam
feridos em ataque na Zona Norte do Rio
Policiais estavam em um dos acessos ao Morro do
Gambá.
Segurança foi reforçada na região; ninguém foi preso.
Criminosos promoveram na noite desta terça-feira (10) um ataque no Lins de
Vasconcelos, na Zona Norte do Rio. Cinco policiais da Unidade de Polícia
Pacificadora de Camarista-Méier ficaram feridos. As informações são do Bom Dia
Rio.
Segundo a Polícia Militar, os PMs estavam próximos a um carro policial
quando os criminosos passaram atirando. O crime ocorreu em um dos acessos ao
Morro do Gambá. Houve uma intensa troca de tiros. Três policiais foram baleados
e encaminhados para o Hospital Marcílio Dias. Até o horário de publicação desta
reportagem a unidade de saúde não tinha divulgado o estado de saúde dos
agentes. Outros dois PMs foram atingidos por estilhaços e ficaram levemente
feridos.
Ainda segundo a PM, não houve registro de prisões e apreensões durante a
madrugada, mas a segurança na região foi reforçada. Os policiais tentam
localizar os criminosos que atiraram contra os agentes.
COMENTÁRIO
Venho
notando por onde passo, especialmente no interior, agrupamentos aqui e ali de
viaturas que, por orientações regulamentares, deveriam estar circulando em roteiros
ou estacionadas em seus respectivos pontos-base, geralmente por dez minutos,
havendo ainda a possibilidade de mudança de rumo e concentração de força ativa em
virtude de ocorrências para as quais são direcionadas pelas centrais de
operações de suas unidades. Mas a realidade é que as vejo, quase sempre,
postadas como belas mangueiras a enfeitarem pracinhas...
Não me vou pôr
em situações específicas para tornar minha observação uma denúncia contra A ou
B. Refiro-me ao panorama geral, porém certo de que esses ajuntamentos de
viaturas por longo tempo, num mesmo lugar, com os PMs distraidamente papeando,
deve ser sabido e autorizado por seus comandos, ou, pelo menos, pelos comandos
imediatos das guarnições (UPP, DPO etc.) que presumivelmente são
supervisionadas. Bem... Não sei se o são, nos meus tempos de serviço ativo a
supervisão era efetuada por diversos escalões e até pelo próprio comandante do
batalhão. Fiz muito isso enquanto oficial superior servindo em UOp ou como seu comandante.
Suponho que
a imobilidade hoje aparentemente tornada rotina deva ser por carência de
combustível, pois de viaturas e PMs é que não é o caso, eles lá estão com suas
viaturas estacionadas, tais como esse grupo atingido por aleatórios tiros de
bandidos passando em alta velocidade, dando chance à sorte mínima dos PMs de
não serem atingidos em cheio. Mas é certo que quando eles reagem não acertam
seus oponentes, nem os alcançam para prendê-los, falha operacional aberrante que já matou muitos deles em locais com UPP.
Confesso que
me impressiona como os PMs abusam da sorte fingindo que os perigos não existem
na realidade que vivenciam. A desconcentração deles é incabível e talvez
responda por algumas inesperadas reações a produzirem excessos contra pessoas
inocentes. Sim, creio que a distração responde não somente por morte ou
ferimento dos agentes, mas também afeta o inocente transeunte em vista dessas
reações atabalhoadas e fatais aos que deles esperam proteção, mas recebem
inesperado chumbo quente.
Nem me vou
referir às artimanhas de sempre a justificarem o caminho letal dos projéteis
jorrados em espanto das armas dos PMs. Isto já se tornou chatice, repetição
incômoda, na verdade clichê instintivo que cai por terra na primeira
investigação. E aí os autores são presos, excluídos disciplinarmente, execrados
diante do povo e da família, mais um errante no mundo real que não era aquele
da farda e do exercício sereno da “polícia preventiva” como prioridade e da
“polícia repressiva” como exceção, tais como apreendidas nos teóricos
ensinamentos intramuros dos quartéis.
A ocorrência
em sublinha encerra uma contradição. Afinal, PMs que deveriam proteger a
comunidade de onde estavam aglomerados não conseguiram nem mesmo se proteger
dos bandidos que acintosamente passaram por eles e atiraram neles como se
jogassem pedra numa mangueira apinhada de mangas maduras. Enfim, a pedra pode
até errar o alvo, mas a mangueira não reage. E quando acerta, a manga cai de
madura. Assim estão os PMs, caindo de maduros, porque, paradoxalmente, demonstram-se
verdes no exercício da arriscada profissão que abraçaram talvez imaginando-a
mera ficção.
Nenhum comentário:
Postar um comentário