Torno hoje ao blog com carga total depois de ofertar aos
discernidos o precioso texto de Olavo de Carvalho, como lhes prometi, mantido
até 31 de março com exclusividade. Torno, porém, espantado, e não sei por onde
começo nem como termino esta “catarse”.
É verdade, não sei se começo dizendo que tomei susto quando
li uma ata da Petrobras fixando a remuneração do seu Conselho Administrativo,
do qual fazia parte a presidenta Dilma Roussef e o Guido Mantega, ambos
acumulando mais de cem mil reais por mês a serem somados aos igualmente
elevados ganhos de seus cargos ministeriais. Que mamata socialista, hein?...
Curioso... Aprovaram uma PEC no Congresso Nacional para
limitar a remuneração dos servidores públicos, mas só vale para “pessoas comuns”.
Para “pessoas incomuns”, como os sublinhados, e para muitas outras que festejam
a fanfarra do poder entupindo as algibeiras, e me refiro aos três poderes do
Estado, a “PEC-TESOURA” não vale!
Bem, talvez este seja o modelo de socialismo que o PT
defende e é acompanhado por ilustres membros dos três poderes do Estado (é bom
repisar para que não digam que meu foco é a presidenta). Ah, assim até eu quero
ser “socialista”, é bom demais da conta...
Mas neste festival de absurdos e lambanças várias, como “nunca
vistas na história deste país”, não posso deixar de focar os que se agarram ao
servilismo absoluto ao poder reinante para mamar nas gordas tetas do Estado
sustentado pelas “pessoas comuns” em aberrante subalternidade.
E devo bradar vivas ao conformismo do povo ignaro, que
idolatra ídolos de pés de barro por conta da maioria (maioria, sim!) da mídia,
que cuida de propagar o novo “milagre brasileiro” ao troco de muitos bilhões. No
fim de contas, é o que se assiste nesses anos gordos que se contrapõem ao tão
execrado “anos de chumbo”, com o que não concordo, deveriam ser “anos de lata
enferrujada”, pois o regime militar não resolveu o problema político do país,
preferiu perdoar terroristas e demais bandidos que se uniram para vencer os generais.
E hoje eles festejam, enquanto os generais ralam em favelas a reforçarem a
certeza do servilismo. Bem feito!
Já nós, servis PMs, que não fomos bem tratados por nenhum
regime, nem monárquico, nem republicano, nem militar e muito menos civil,
mantemo-nos desde a nossa criação bicentenária a cultuar raspinhas de histórias
alheias. Sim, ficamos cá numa eterna subalternidade, a tal ponto que merecíamos
ser subordinados a um governante do PSTU, por exemplo, pondo-nos todos de
quatro para ele.
Estou tresvariando?... Não! Não estou!... É que estamos
próximos de nova eleição para Governador do Estado e a briga está feia entre os
que se anunciam candidatos. Mas todos estão aparentemente rejeitados pelo povo,
como nos indicam as prévias eleitorais.
Penso ainda, se não estou errado, que as redes sociais não
representam o povão, este que nem computador tem, mas votará maciçamente em
algum candidato e poderá escolher exatamente aquele que não figura na mídia a
não ser em mínimo horário partidário ou eleitoral. Eis finalmente a PMERJ
subordinada ao PSTU e ao governante que visceral e declaradamente a odeia!...
Mas o festival de absurdos não poderia deixar de encerrar
apoteoticamente o nervoso lapso temporal que se antecede à Copa do Mundo, período
que se destacou pelo julgamento do Mensalão, apodo midiático que grudou no PT
com nuances de eternidade. E mais ainda: o escândalo de Pasadena, as turbamultas
protagonizadas pelos black blocs, e as notícias nada alvissareiras de
roubalheiras na construção de estádios de futebol, ainda com sérios riscos de
não atenderem ao objeto principal, que é o de acolher os jogos do bilionário
evento desportivo.
Enfim, autênticas fanfarras cujo lance de “tirar o tubo” deve
ser atribuído ao abusado gesto do vice-presidente da Câmara dos Deputados, do
PT, em flagrante desrespeito ao Ex.mo Sr. Presidente do STF, ilustre e digno ministro
Joaquim Barbosa, com o parlamentar inusitadamente elevando seu cerrado punho
aos céus em típico e inegável gesto socialista-stalinista-hitlerista. Vivas ao
ministro Joaquim Barbosa, que pouco se lhe deu ao gesto, sua missão está
cumprida!..
Mas tudo seria ainda pouco a nos espantar, pois emerge
novamente das trevas do desprestigiado segundo posto – ser “vice” no Brasil é
motivo de chacota humorística, tal como nos deliciava Jô Soares, que deveria doar
alguns seus personagens aos novos humoristas, em especial o seu pássaro “Corrupto”
– emerge novamente das trevas do desprestigiado
segundo posto o vice-presidente da Câmara dos Deputados, o mesmo do gesto
escroto a tentar desmerecer o Presidente do STF, mas agora como personagem
central da ópera bufa por ele mesmo iniciada: ei-lo viajando de jatinho
particular pago por suposto marginal de colarinho branco já encarcerado pela sempre
sensacional PF que me enche de orgulho.
Hum... Como diz o anônimo ditado: “Um abismo puxa outro”... Pois
assim o mais novo personagem a desviar o incômodo foco da presidenta, que sempre
ganhou bem, e que se vê em apuros por conta da Petrobras, passa a ser o deputado
federal do PT, este, que está mais enrolado que novelo de linha e mais sujo que
pau de galinheiro. E ele diz, e desdiz, e rediz, e a cada voz mentirosa que faz
ecoar com fedor de esgoto, e sem mais o arrogante gesto socialista-stalinista-hitlerista,
ele se prepara para cair no colo de quem ofendeu em puxa-saquismo inédito aos petralhas!...
Qual será o próximo susto que levo, não sei nem me importa!
Sei, porém, que enquanto sofro há mais de vinte anos as consequências de ser
contrário a essa turma da “esquerda caviar”, delicio-me dos azares dela mais
que ela se vem deliciando dos meus azares por ela plantados em raiva eterna!..
Dane-se essa turma da “esquerda caviar”!..
Ah, tanta delícia me obriga a comparar-me a um personagem de
piada que gostava de mangar um feroz sujeito apelidando-o de “Tesoura”. De tanto
fazê-lo, “Tesoura” o pegou à força e levou ao mar numa canoa, ameaçando-o
jogá-lo aos tubarões. Mesmo assustado, ele continuou, dentro da canoa, a gritar
o apelido do seu algoz: “Tesoura!” E este, irado, lançou-o ao mar. Sem saber
nadar, o impertinente foi afundando e gritando: “Tesoura!” E em meio ao
derradeiro “glub-glub”, e não mais podendo gritar, o desgraçado pôs a mão para
fora d’água, tal como no gesto socialista-stalinista-hitlerista do deputado
federal do PT, e cruzou os dedos no ar imitando uma tesoura a fechar e abrir...
FIM DO PRIMEIRO ATO
2 comentários:
Amigo, sua indignação é a de todos que possuem, não só o mínimo de discernimento, mas também o mínimo de boa vontade em ler e entender o que está acontecendo. Não é possível que alguém, em sã consciência, e um mínimo de inteligência, ainda vá dedicar o seu voto a uma quadrilha que não faz o mínimo esforço em se esconder. Não sei se vc notou mas escrevi várias vezes a palavra MÍNIMO. Bom, no mínimo vou votar contra. Abçs e meus respeitos pelo brilhante texto.
Emir disse:
Caro Hottz
Seu comentário sublinhando o mínimo que podemos fazer me fez lembrar um texto de Erico Verissimo em Solo de Clarineta, que inseri num dos meus romances e agora reescrevo aqui: "Desde que, adulto, comecei a escrever romances, tem-me animado até hoje a ideia de que o menos que um escritor pode fazer, numa época de atrocidades e injustiças como a nossa, é acender a sua lâmpada, fazer luz sobre a realidade de seu mundo, evitando que sobre ele caia a escuridão, propícia aos ladrões, aos assassinos e aos tiranos. Sim, segurar a lâmpada, a despeito da náusea e do horror. Se não tivermos uma lâmpada elétrica, acendamos o nosso todo de vela ou, em último caso, risquemos fósforos repetidamente, como um sinal de que não desertamos nosso posto."
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