quarta-feira, 17 de abril de 2013

MAIORIDADE PENAL AOS 16 ANOS


A discussão em pauta na sociedade brasileira é a maioridade penal. Ideólogos esquerdistas põem-se peremptoriamente contra. Vale lembrar, claro, que menores entre 16 e 18 anos votam e são milhões no país. Submetê-los, pois, a uma transformação tão brusca, é grave risco eleitoral... Mas a onda pela mudança da lei penal para levar às barras dos tribunais maiores de 16 anos já se tornou tsunâmi, pois os crimes perpetrados por menores, especialmente os crimes de sangue, aumentam assustadoramente. Deste modo, chegará o momento da decisão, e nela pesarão as pesquisas envolvendo opiniões adultas. Uma pesquisa ampla não permitirá, por exemplo, que vozes minoritárias se levantem afirmando se tratar de “opinião das elites”. Afinal, a classe menos abastada é minoria no Brasil. Daí é que essas pesquisas, – como a realizada em São Paulo após o cruel assassinato de um jovem por um “di menor”, – essas pesquisas, sim, nortearão as decisões políticas e não a voz oca da minoria esquerdista, que, de antemão, manifesta-se contrariamente à redução da maioridade penal. Mas quero ver se assim se posicionarão após a constatação de que não há recuo no movimento para reduzir a maioridade penal, e que a principal reação da sociedade será nas urnas.

O mote das esquerdas de que os defensores da redução da maioridade penal são “de direita” tem esbarrado na realidade das pesquisas, a começar por São Paulo. Portanto, não adianta tapar o sol com peneira num país que se encaminha para a mudança ou a manutenção do poder político. Manter essa veneração ao Estatuto da Criança e do Adolescente, dentre outras manifestações puramente ideológicas e nada democráticas tem feito do Brasil uma Venezuela piorada. Todavia, há uma chance de mudar tudo isto, a presidenta Dilma ainda não se manifestou e decerto acompanhará atentamente a tendência das pesquisas, em especial quanto à força da onda se tornar tsunâmi. Ela, especialista em política eleitoral e gestão governamental, não perderá a chance de pegar na prancha para surfar a favor da onda e não contra ela com o risco de ser tragada pelas águas que atualmente rolam em turbulência de mar bravio.

Por outro lado, como a sociedade brasileira é caracterizada pelo conformismo (clientelismo) e por um estado exageradamente intervencionista (paternalista), é de se considerar que a onda se torne marola em pouco tempo, bastando para tanto a imprensa fingir que não vê quadrilhas e mais quadrilhas formadas por menores fortemente armados assaltando e matando impunemente, e também traficando drogas e exercendo função de cobradores de dívidas a sangue de viciados inadimplentes. Há menores praticando crimes bárbaros em tudo que é canto e recanto pátrio, e a todo o momento. Se não houver uma rápida frenagem nessa turminha impune, que não é a “Turma da Mônica”, teremos finalmente consagrada a profecia do ex-prócer do Comando Vermelho William da Silva Lima (O Professor), gravada pelo detetive João Pereira Neto, da antiga Divisão Antissequestro – DAS – da PCERJ), resgatada pelo jornalista e Carlos Amorim na sua obra “Comando Vermelho – A história secreta do crime organizado”:

“William comenta que alguns intelectuais pretendiam usar o Comando Vermelho na luta política. (...). ‘Alguns deles, pequeno-burgueses, pretendiam usar nossas comunidades e nossa organização com finalidades políticas. – À medida que não deixamos usar, comprovamos, sem soberba, que conseguimos aquilo que a guerrilha não conseguiu, o apoio da população carente. Vou aos morros e vejo crianças com disposição, fumando e vendendo baseado. Futuramente elas serão três milhões de adolescentes que matarão vocês (a polícia) nas esquinas. Já pensou o que serão três milhões de adolescentes e dez milhões de desempregados em armas? Quantos BANGU I, II, III, IV, V... terão que ser construídos para encarcerar essa massa?...’”





Nenhum comentário: