Sou um cidadão brasileiro envergonhado. Vivencio longo tempo de sucesso dos facínoras a me impingirem pecados até nas virtudes que suponho ter. Fazem comigo o que os Trinta Tiranos fizeram com o filósofo por “crer em deuses em vez de crer em deuses”. Mas, para meu gáudio, os tiranos de hoje, ladrões de casaca, finalmente ocupam como tais o noticiário, fato raríssimo num país em que tudo é “culpa do regime militar”. Sim, é como os finórios justificam e se justificam ante a flagrada roubalheira. A não ser que sejam eles, e elas, semideuses e deuses, e, portanto, impecáveis. Sim, para se sentirem semideuses ou deuses (não sentem; têm certeza) basta-lhes ostentar sobrenomes aristocráticos e prestar concurso público com a indefectível prova oral decidindo a sorte dos sortudos de pia e o azar dos azarados de berço; ou então vencer eleições a peso de ouro pirateado dos cofres públicos...
Esse pessoal nobilíssimo, em nome da lei e abusando dela, acusa quem bem entende e põe genuflexos os que lhes deveriam travar o ímpeto indecoroso, mas que igualmente se ocultam em covardes tecnicismos, como se a natureza humana lhes pertencesse de corpo e alma. São eles e elas travestidos em ternos, tailleurs e togas de injustiça. E é nesse caldo apodrecido que todos chafurdam à larga, sempre em locais discretos, até que o poderoso Destino descortine uma ponta do nojoso iceberg, como o de Brasília, ou de Paris, para a vergonha predominar em todo o país. Mas (que nada!), em vez de vergonha, o que prevalece é a sem-vergonhice do poder desmedido, este que só se desfará por milagre ou revolução, sendo esta última a única maneira de destruir tiranias, e a pior delas é a nossa, dissimulada em “justa democracia” – a das roubalheiras e festas faraônicas de autoridades públicas em países estrangeiros, com o nosso dinheiro transformado em vinhos finos e pratos sofisticados, sem falar em luxuosas hospedagens e especialíssimos transportes aéreos e terrestres, ou nos calçados de solado vermelho e roupas de grife: um luxo só. Que vidão!... Enquanto isso, o povo brasileiro sofre o peso das leis injustas a manterem incólumes “a ordem, a hierarquia e a disciplina”, deste modo garantindo um silêncio conformado ou o panis et circences (“Mas as pessoas da sala de jantar/ São ocupadas em nascer e morrer...”). Que contradição espantosa! Que vergonha!...
Tá certo! Tem de ser assim para compensar as feijoadas paupérrimas e os churrascos de chã de fora servidos nos currais eleitorais. E esses charmosos novos-ricos, de algibeiras lotadas do dinheiro surrupiado de cofres públicos, não estão nem aí para os togados que lhes deveriam punir, mas não o fazem. Afinal, esses poderosos burocratas é pelos ladrões nomeados em vitaliciedade que os coloca acima das leis e até de Deus, usurpando-Lhe a infalibilidade para uso espúrio no mundo dos vivaldinos. E assim o conceito de moral, decência, inocência, tranquilidade como valores conformadores da dignidade humana dá lugar à arrogância de quem manda e desmanda impunemente, claro que com amparo nas leis que eles próprios aprovam, interpretam e utilizam ao bel-prazer de suas conveniências; aliás, as leis escritas nem aprimoram as naturais no sentido de lhes eliminar as barbáries; na verdade, as formais superam em barbárie quaisquer leis de natureza.
E assim o mundo seguirá, até que haja a reação, como a da Líbia, país que muito em breve estará pior que antes, porque, morto o ditador infalível, outros como ele emergirão dos micropoderes em disputa e vencerá o mais forte. E novamente a tirania comandará o espetáculo, mesmo dissimulada em democracia ou algo que se lhe aparente. Eis como é o lugar onde passivamente assistimos o predomínio da tirania defensora de imoralidades e ilegalidades dissimuladas em direitos humanos. Sim, leis imorais e antiéticas, como soem ser as leis tiranas, piores ainda num falso regime democrático como o nosso, brasileiro, que põe os pés de chinelo no cárcere por meio de acusações bombásticas, enquanto os ladrões de casaca roubam milhões para gastar em festanças. E tudo culmina na conta do regime militar, que é passado e não roubou! Ah, a roubalheira é agora! Enquanto isso, o povo aposta nos larápios em troca de um quilo de feijão, que custa baratinho no armazém, mas, para os cofres públicos, que o distribui paternalisticamente, custa um “saco de dinheiro”.
Esse pessoal nobilíssimo, em nome da lei e abusando dela, acusa quem bem entende e põe genuflexos os que lhes deveriam travar o ímpeto indecoroso, mas que igualmente se ocultam em covardes tecnicismos, como se a natureza humana lhes pertencesse de corpo e alma. São eles e elas travestidos em ternos, tailleurs e togas de injustiça. E é nesse caldo apodrecido que todos chafurdam à larga, sempre em locais discretos, até que o poderoso Destino descortine uma ponta do nojoso iceberg, como o de Brasília, ou de Paris, para a vergonha predominar em todo o país. Mas (que nada!), em vez de vergonha, o que prevalece é a sem-vergonhice do poder desmedido, este que só se desfará por milagre ou revolução, sendo esta última a única maneira de destruir tiranias, e a pior delas é a nossa, dissimulada em “justa democracia” – a das roubalheiras e festas faraônicas de autoridades públicas em países estrangeiros, com o nosso dinheiro transformado em vinhos finos e pratos sofisticados, sem falar em luxuosas hospedagens e especialíssimos transportes aéreos e terrestres, ou nos calçados de solado vermelho e roupas de grife: um luxo só. Que vidão!... Enquanto isso, o povo brasileiro sofre o peso das leis injustas a manterem incólumes “a ordem, a hierarquia e a disciplina”, deste modo garantindo um silêncio conformado ou o panis et circences (“Mas as pessoas da sala de jantar/ São ocupadas em nascer e morrer...”). Que contradição espantosa! Que vergonha!...
Tá certo! Tem de ser assim para compensar as feijoadas paupérrimas e os churrascos de chã de fora servidos nos currais eleitorais. E esses charmosos novos-ricos, de algibeiras lotadas do dinheiro surrupiado de cofres públicos, não estão nem aí para os togados que lhes deveriam punir, mas não o fazem. Afinal, esses poderosos burocratas é pelos ladrões nomeados em vitaliciedade que os coloca acima das leis e até de Deus, usurpando-Lhe a infalibilidade para uso espúrio no mundo dos vivaldinos. E assim o conceito de moral, decência, inocência, tranquilidade como valores conformadores da dignidade humana dá lugar à arrogância de quem manda e desmanda impunemente, claro que com amparo nas leis que eles próprios aprovam, interpretam e utilizam ao bel-prazer de suas conveniências; aliás, as leis escritas nem aprimoram as naturais no sentido de lhes eliminar as barbáries; na verdade, as formais superam em barbárie quaisquer leis de natureza.
E assim o mundo seguirá, até que haja a reação, como a da Líbia, país que muito em breve estará pior que antes, porque, morto o ditador infalível, outros como ele emergirão dos micropoderes em disputa e vencerá o mais forte. E novamente a tirania comandará o espetáculo, mesmo dissimulada em democracia ou algo que se lhe aparente. Eis como é o lugar onde passivamente assistimos o predomínio da tirania defensora de imoralidades e ilegalidades dissimuladas em direitos humanos. Sim, leis imorais e antiéticas, como soem ser as leis tiranas, piores ainda num falso regime democrático como o nosso, brasileiro, que põe os pés de chinelo no cárcere por meio de acusações bombásticas, enquanto os ladrões de casaca roubam milhões para gastar em festanças. E tudo culmina na conta do regime militar, que é passado e não roubou! Ah, a roubalheira é agora! Enquanto isso, o povo aposta nos larápios em troca de um quilo de feijão, que custa baratinho no armazém, mas, para os cofres públicos, que o distribui paternalisticamente, custa um “saco de dinheiro”.
4 comentários:
Concordo! mas como diz um ditado, "o diabo ajuda a fazer, mas não a esconder".
misoquinha, não fique triste,afinal voces eram íntimos na Alerj
quando voce era deputado, e vai querer me dizer que não sabia que cabralzinho era arteiro.Apenas se especializou, fez mestrado,doutorado e posdoutorado.Alias a historia daquela mansão de Mangaratiba é daquela época, por que não nos conta alguma coisa a respeito??????
Chato anônimo
Até onde eu sei (meu contato com ele era restrito às paredes da ALERJ), o patrimônio dele emerge como um iceberg sem fim a partir do mandato seguinte (Governo Marcelo Alencar), quando ele assumiu a presidência da ALERJ. Na minha época, ele era como o Desmóstenes de Brasília: um moralista de plantão, uma "vestal" (não tenho culpa se a palavra é feminina, não estou insinuando nada...). Enfim, ele só ostentava como patrimônio o importante sobrenome paterno e usava um terno cinza bastante surrado. Mas hoje...
Emir,
Hoje o terno já nao é mais o cinza surrado...risos...E as abotoaduras sao de ouro maciço.
Bjs!
Mari Torres!
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