quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Artigo do Cel PM e Professor Jorge da Silva



CORRUPÇÃO III. PMs E A FALÁCIA PARALISANTE DAS “MAÇÃS PODRES”. DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS


Na luta contra o crime, o Estado possui um conjunto de instituições e órgãos específicos a que se costuma dar o nome de Sistema de Justiça Criminal, ou Sistema Penal, ou Sistema de Justiça e Segurança, constituído por autoridades do Judiciário, do Ministério Público, da Polícia e do Subsistema prisional. Espera-se dessas autoridades, pela alta responsabilidade que o Estado e a sociedade lhes delegaram, comportamento ilibado, exemplar, o que, lamentavelmente, nem sempre acontece.
Dois casos recentes jogam luz sobre algo que, aparentemente, se constitui num contrassenso:
(1) Conforme comentado no “post” anterior, dois integrantes da Polícia Militar são acusados de corrupção no caso do atropelamento e morte de um jovem no Túnel Acústico, em que teriam pedido dinheiro para livrar de responsabilidade o atropelador. São liminarmente presos e poderão ser excluídos da Corporação, em processo administrativo-disciplinar, independentemente de condenação na Justiça, sem qualquer direito.
(2) Conforme manchete do jornal O Globo (4 de agosto), dois magistrados são acusados de corrupção: “Justiça aposenta com salários juízes que vendiam sentenças”. Trata-se de um ministro do Superior Tribunal de Justiça e de um desembargador federal, ex-presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região. Aposentados “compulsoriamente” com salários de R$ 25 mil e R$ 24 mil, respectivamente.
Algumas perguntas ficam no ar: por que a diferença? Seriam os pesos e as medidas realmente diferentes, em termos de hierarquia, funcional e/ou “social”? Ou os PMs não seriam autoridades? Ou estaríamos nós ainda no período monárquico? Ou seria muita pretensão querer comparar policiais a juízes?

3 comentários:

Paulo Xavier disse...

O art. 5º da nossa Constituição diz que: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza...
Aí eu pergunto: será que é isso mesmo?
Essas mesmas perguntas feitas pelo Cel Jorge da Silva em relação aos PMs e Juízes, são feitas pelos Praças da PM em relação a eles (praças) e Oficiais.
Não sei como anda essa questão nos dias de hoje, mas era muito comum na briosa, se excluir um Praça por qualquer fofoca e se proteger um Oficial até as últimas consequencias.
Aos Coronéis Jorge da Silva e Emir Larangeira, se me permitem, minhas continências. Os considero o que de melhor vi na minha passagem pela PM. Paulo Xavier

NEIDE disse...

Decididamente esse fato sempre ocorre em lugares diferentes como nos hospitais onde ouvimos a frase" o médico não erra, ele se engana" e haja o que ouver, a cúpula se fecha em solidariedade e um não entrega o outro. Quando ocorre um erro, logo pegam a enfermagem para CRISTO. Nunca dizem que o médico matou tal paciente mas diz-se logo que o paciente foi a óbito depois que a enfermeira fez a tal medicação. Não perguntam qual foi o médico que a prescreveu. Têm -se de colocar alguém como bode expiatório no lugar do culpado e com certeza não será o médico. Lembro-me muito bem (a 30 anos atrás), antes da trágica morte do meu irmão (Sargento assassinado por marginais)como ele se orgulhava de usar seu uniforme, pois, achava que iria fazer a diferença e lutar contra a impunidade. Não tenho tanta certeza se morreu com os mesmos pensamentos. O fato de ser policial, naquele dia, foi a sua sentença de morte. Quando será o dia em que voltarão a respeitar os policiais já que os próprios governantes não lhe dão valor e não fazem por onde se respeite os policiais de verdade.

Anônimo disse...

É Xaxá quem te viu quem te vê!