sábado, 26 de junho de 2010

Que baita empate!

Como eu torci pelo empate entre Brasil e Portugal! Ou pelo empate entre Portugal e Brasil, tanto faz, afinal, somos todos “patrícios”, ora, pois, pois!... Não cabia resultado outro que não fosse zero a zero; fosse um a um, não teria a graça, não haveria o perfeito ajustamento de ascendentes e descendentes que adentraram o campo sem garra ou dentes para ninguém se machucar. O jogo foi de amores mútuos, exceto quanto ao Felipe Melo e seu rival, Pepe, briga de brasileiros: não deve ser considerada. De resto, o empate foi perfeito. As traves que acolhiam os goleiros estavam sob efeito de mágica. A bola jamais entraria para balançar suas redes simplesmente porque ou a baliza diminuía ou a bola crescia o suficiente para não entrar no retângulo nem com vaselina. Nos momentos de perigo, em que os torcedores abrem demais os olhos ou fecham-nos e acabam não enxergando nada nos dois casos, bola era como o pé dum gigante e a baliza, meia de bebê: impossível de se encaixar um na outra. E o jogo foi de cabo a rabo uma fuga do resultado adverso, e bastava ser um a um para ser adverso na luta entre consanguíneos. Eu, cá comigo, bisneto de portugueses de pai e neto de português de mãe, torci pelo zero absoluto. Ora, pois, pois! Querem o quê? Como torcer pelo Brasil ou por Portugal? No meu caso, o único resultado a me deixar alegrinho era exatamente zero a zero; e o Dunga, para mim, passou a ser o melhor técnico de todos os tempos da seleção canarinho (cá pra nós, mais para seleção pardal, passarinho urbano que borra na cabeça da gente em colaboração aos pombos. Coitadinhos... Vieram de lá aninhados na “Casa do Caralho” das naus lusitanas). O “canarinho” do Dunga parecia o “raio de sol” machadiano pulando dentro da gaiola em movimentos repetidos entre a água e a comida na porta do Belchior... Resta esperar para ver se ele balançará as “asas da liberdade” e alçará aos céus, como no final da história, para vencer a única seleção que encanta o mundo até agora: a do papá Diego Maradona: a Argentina. Cá pra nós, parece-me que é hora de hispano-americanos abocanharem a taça. Que sejam, então, os mestres do tango! Porque até para torcer pra “seleção pardalzinho” do Dunga (a seleção é dele, como ele categoricamente afirma) está difícil. Rezar aos santos também não adianta: o papá Dieguito disparou na frente em rezas inalcançáveis por outros e salvas de beijos e abraços nos seus niños. Se tentarem, parecerão seus imitadores e tudo soará falso. Portanto, com todos os santos ao lado dos argentinos, e os craques portenhos dando espetáculo de futebol-arte e vencendo, não há muito que esperar do futebol-burocracia do Dunga e suas retrancas modorrentas. A não ser que Deus seja efetivamente brasileiro e o “milagre” de 1994 se repita, com o Lionel Messi isolando a bola na batida do pênalti decisivo...


3 comentários:

CHRISTINA ANTUNES FREITAS disse...

Cel. Emir Larangeira:

Bom dia!

Resta-me a esperança, que em exame anti dopping, algum "hermano" Argentino seja fisgado... Mais precisamente, o amor explicito de Don Diego Maradona: Messi!

Abraço fraterno,
CHRISTINA ANTUNES FREITAS

Paulo Xavier disse...

Dizem que a Seleção Brasileira tem mais de 100 milhões de técnicos e acredito! Com quase todos com quem converso sobre esse assunto, sempre existe alguma divergência quanto a esse ou aquele jogador, tática ou forma de relacionamento com o público e a imprensa. Creio que mais difícil que montar uma boa seleção é agradar a todos, nenhum treinador conseguiu essa façanha que eu me lembre, mas independente de qualquer aspecto, façamos a nossa parte com patritismo ou seja, torcer pelo Brasil.
Quanto ao jogo Brasil x Portugal, foi um "amistoso de luxo" onde ninguém precisava vencer, muito menos, queria perder e aí o resultado não poderia ser outro senão aquele chocho zero a zero. Agora a coisa começa a esquentar, quem perder volta pra casa de mala e cuia e que não seja o Brasil até que levantemos o caneco.

Celso Luiz Drummond disse...

Emir estamos anciosos por novos textos do amigo.
grande abraço