SERÁ MESMO GUERRA?...
O Jornal EXTRA de hoje estampa em
página inteira uma das mais espetaculares contradições na segurança pública do
Rio de Janeiro – Capital. Com o subtítulo “MENOS TIROTEIOS NO COMPLEXO DA
PENHA”, o jornal afirma que houve uma redução de 82% nos confrontos da Penha,
não sem destacar na matéria, em separado, um pequeno “editorial”: “AUSÊNCIA –
Um dos motivos seriam ocorrências ignoradas em área de risco”...
A matéria destaca uma foto que
circulou largamente nas redes sociais, ao lado dela a esdrúxula explicação da COORDENADORIA
DE POLÍCIA PACIFICADORA (CPP) baseada em “POLÍCIA DE PROXIMIDADE”, de tal modo
que a pesquisadora portuguesa Susana Durão, antropóloga de formação e
pós-graduação, cairia dura se visse a que foi reduzida a sua verdade científica
sobre “PATRULHA E PROXIMIDADE – UMA ETNOGRAFIA DA POLÍCIA EM LISBOA”,
decorrente de dissertação submetida como requisito parcial para a obtenção do
grau de Doutora em Antropologia das Sociedades Complexas, trabalho que contou
com o concurso de universidades e pesquisadores tupiniquins, destacando-se a
UFF, dentre outras intervenções da pesquisadora nas suas andanças em terras pátrias,
tornando a sua tese uma espécie de pesquisa comparada.
Ora, a foto não retrata nenhuma “proximidade”,
mas, sim, uma aberrante promiscuidade, pelo visto consentida pela CPP, pelo que
se deduz da explicação oficial, desde que o Jornal EXTRA não se tenha
confundido. Ora, ora, a foto retrata uma espécie de “cegueira deliberada”, parecendo
adrede combinada entre dois lados histórica e legalmente antagônicos. No caso, é impossível imaginar
algum acordo, nem tácito e muito menos explícito. Certo seria, aí sim, recuar,
tática de combate que defendo por ser milenar e sobejamente conhecida no meio
militar desde Sun Tzu.
Portando, nenhuma explicação é
possível para justificar a foto, ficando claro, agora, que a culpa não foi dos
PMs que numa favela dominada pelo tráfico singelamente passaram no meio de facínoras
armados, estes que também e singelamente ignoraram a radiopatrulha em cena
burlesca, típica de palco numa ópera bufa. Parabéns aos atores, PMs e
facínoras, que protagonizaram a cena que, em contrário, não decorre de nenhuma “metodologia
de aproximação” segundo seus conceitos científicos firmados no mundo. Ora!
Demonstra a foto, isto sim, data vênia,
uma “polícia de promiscuidade” ou uma “polícia movida pelo medo”, cá entre nós
até justificável diante de tantos óbitos sucessivos de PMs de inúmeras UPP
espalhadas pelo Rio de Janeiro em projeto casual confesso, e não fruto de
nenhum diagnóstico e respectivo planejamento estratégico, tático ou operacional
como subsistemas de um sistema de segurança pública, que, na verdade,
transformou-se em dejeto por conta do governante Sérgio Cabral e seus acólitos,
burocratas vindos do Sul “costeando o alambrado”, tal e qual o omisso Brizola.
O resto é piada de mau gosto, e cada discurso justificando o injustificável dói
no espírito de quem não quer ver PMs morrendo gratuitamente só porque os maus
governantes decidiram vencer eleições e roubar deste modo tenebroso que sabemos.
Fica então dito aqui que as UPPs
não decorreram de nenhuma “metodologia”. E quem quiser ter certeza disso basta
ler o livro “TODO DIA É SEGUNDA-FEIRA”, que narra a vida de José Mariano
Beltrame, relevando sua sinceridade ao responder às indagações dos jornalistas
que subscrevem o texto: Sergio Garcia e Eliane Azevedo, que não foram menos
sinceros e grafaram a realidade de como emergiu do acaso a tal UPP a partir de
incidente no Morro Dona Marta. O resto, como eu já disse, é piada!
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