sábado, 6 de maio de 2017

RIO VIOLENTO - "A DESILUSÃO COM AS UPPs"

“O mundo está perigoso para se viver! Não por causa daqueles que fazem o mal, mas por causa dos que o veem e fazem de conta de que não viram.” (Albert Einstein)






MEU COMENTÁRIO

Não posso negar meu desgosto com o fato de não ter sido lido nem ouvido pelo sistema situacional estatal quando seus mandatários iniciaram esse projeto de UPPs fadado ao fracasso por razões tão simples e já exaustivamente comentadas aqui neste blog faz anos. Mas ainda lamento não ter sido ouvido nem lido por companheiros PMs da ativa, que se pautaram pela subserviência a um governo (ou desgoverno) cujo proselitismo dos seus gestores só lhes serviu para dilapidar o erário estadual com manobras corruptas que não pouparam nada e ninguém.
Porque as UPPs funcionaram como "cortina de fumaça" a cegar esses mesmos estudiosos que ora as criticam depois de lavarem bem seus olhos e caírem na real ou acordarem do maior conto do vigário político-eleitoreiro-financeiro que se viu no indigitado Estado do Rio de Janeiro das falcatruas estatais sem limites. Lembra o provérbio alemão que aqui reproduzo a grosso modo: "A árvore oculta a floresta."
Lembro bem, em momento de grave apreensão, e em visão prospectiva, que avisei aqui muitas vezes que as UPPs mais pareciam a tropa de Napoleão Bonaparte perdida em território russo, a morrer de fome e frio, derrotada, porque seus comandantes ignoraram a retaguarda e a logística, ademais de outros detalhes estratégicos aberrantes. Aqui no RJ foi igual, como está claro na desanimadora opinião dos estudiosos e dos moradores de favelas com UPPs.
A questão agora é avaliar como será a estratégia ou a tática a justificar um inevitável recuo antes da derrocada. Haja coragem!
Mas, ao que me parece, a precipitada instalação de uma torre de aço blindado na comunidade do Alemão, aberrante improvido a ser somado a tantos outros, indica que o sistema situacional estatal (não apenas a PMERJ) insistirá no erro até ser alcançado por um vergonhoso caos, se é que isto é possível.
Ou melhor, já se prenuncia em vista dos últimos confrontos no Complexo do Alemão, em mais um banho de sangue, não se sabendo no próximo qual lado perderá mais vidas humanas e como depois se estancará a hemorragia social que se avizinha a passos rápidos, só não a vê quem não quer.
E se a PMERJ pensa que a mídia amante da "bandidolatria" consumidora de drogas vai aliviar o seu porrete, engana-se! Pois a tendência será a da cobrança quando o "kit imprensa" for apenas o de cadáveres espalhados pelo chão favelado, não importa onde, como e quando. E assim a guerra urbana continuará, com os favelados enterrando seus mortos inocentes, a PMERJ enterrando seus "corpos dóceis", e os bandidos enterrando seus asseclas em luxo e mandando fechar o comércio de bairros importantes da periferia, até que um dia mandarão fechar o comércio de Ipanema, Leblon, Copacabana, Botafogo etc., pois é certo que, a permanecer como está, o ambiente social já calamitoso, em vista do banditismo urbano nitidamente guerrilheiro, tornar-se-á um caos irreversível. Quem viver verá!

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