“O mundo está
perigoso para se viver! Não por causa daqueles que fazem o mal, mas por causa
dos que o veem e fazem de conta de que não viram.” (Albert Einstein)
MEU COMENTÁRIO
Nem
comentarei sobre a oca argumentação da PMERJ afirmando que a crise econômica
não a afeta. Chato dizer isto, mas quem sabe das dificuldades, por exemplo, do
sistema de saúde, por falta de repasse de dinheiro do FUSPOM, que não pertence
ao Estado, eis que sai dos vencimentos e proventos dos PMs e pensionistas, não
se arriscaria a dizer que não há crise financeira na corporação. Claro que há!
E não são poucas as notícias dando conta de que o Estado não paga nem mesmo a
sua conta de gasolina, dentre outros exemplos de má gestão que afetam a todos
os servidores públicos incluindo os PMs. A não ser que a PMERJ entenda que seus
integrantes não precisam de salários em dia e não têm contas urgentes a pagar.
Ora, só a alteração da data de pagamento já afetou sobremodo a tropa, também do
serviço ativo, sem falar no tal “RAS” que continua se integrando ao calote do
Pezão nos policiais em geral.
Diante
de tudo isso, e considerando que apesar da crise os usuários de drogas não
deixam de adquiri-la, assim como a cada dia aumenta o número de consumidores de
substâncias estupefacientes, claro que esse tipo de crime, em sendo pujante,
apesar da crise, arrasta para o seu epicentro muitas outras modalidades
criminosas. De modo que não se é de estranhar que o desequilíbrio da balança
pendendo em vantagem ao crime é mais que evidente.
A
verdade é que a barra está pesada, o crime aumenta em todos os sentidos, e suas
conexões se ampliam inclusive no asfalto onde diariamente vemos bandidos
armados com fuzis praticando assaltos. Sabem que a PMERJ está ferrada, sem
meios suficientes, concentrada em UPPs, sem a necessária reposição de efetivos
para conter a onda que eles, criminosos, produzem ao bel-prazer deles próprios,
sem pejo ou temor de punição. Quanto a isto, não nos deixam mentir as imagens
veiculadas pela mídia e pelas redes sociais, pois hoje há câmeras em tudo que é
lado. Sim, a barra está pesada, o RJ está à beira do caos social, os policiais
morrem feito patos na lagoa, indefesos ante as surpresas que os alcançam no
serviço e na folga. O nome disso na Doutrina de Defesa Civil é “calamidade social”.
Mas,
e a solução disso tudo? Basta à mídia denunciar e a gente comentar como quem
engarrafa fumaça? Ou já é vencida a hora de se levar a criminalidade tão a
sério quanto a sociedade que enche as ruas para prestigiar as operações da
Lavajato? Será que somente a corrupção política incomoda a sociedade? Será que
ela, a sociedade do RJ, não tem mais coragem de se reunir em multidão para
demonstrar aversão ao crime e apreço às instituições policiais que enterram
diariamente seus mortos? Que sociedade é esta?...
Bem,
não sei. Só sei que se a sociedade não demonstrar aversão ao crime de sangue,
aos sistemáticos roubos, aos impertinentes furtos e assemelhados, que tiram a
paz do cidadão no seu ir e vir inevitável, os criminosos dominarão mais que as
favelas: vão a mais e mais manchar de sangue o asfalto, tais como há muito
tempo mancham de sangue o chão insalubre das favelas. E daí para pior, o que me
faz lembrar um aforismo de Marquês de Maricá: “A ordem pública periga onde não
se castiga!”
Nacotraficantes hoje. Politicos sempre. Não sei se a palavra existe no Aurélio mas cabe bem ao texto: NARCOPOLITICOS. É o fim?
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