“O mundo está
perigoso para se viver! Não por causa daqueles que fazem o mal, mas por causa
dos que o veem e fazem de conta de que não viram.” (Albert Einstein)
31 ago 2016 Extra Giampaolo
Morgado Braga giampaolo.braga@extra.inf.br
Violência subiu em 90% dos
municípios do Rio. Maiores altas foram em cidades da Baixada e do interior do estado.
Recorde é de Meriti.
Em São João de Meriti e em Duque de Caxias, toda
hora é hora de roubo. Literalmente. A 64ª DP (Vilar dos Teles) e a 59ª DP
(Caxias) são as delegacias no topo do ranking do registro de roubos no estado.
Na primeira, foram 5.411 ocorrências dos mais diversos tipos de roubo entre
janeiro e julho deste ano, segundo números do Instituto de Segurança Pública.
Na segunda, os registros chegaram a 4.910. Na média, em ambas houve cerca de um
registro por hora. Em todo o Estado do Rio, foram 113.943 casos nos sete primeiros
meses de 2015, um aumento de 31,6% em relação ao mesmo período do ano passado.
Quando se
analisa a variação no número de roubos, porém, o maior aumento percentual
aparece no interior do estado. Das cinco delegacias com crescimento mais
expressivo no número de roubos, quatro ficam fora da Região Metropolitana.
Mesmo em
unidades que registravam, em média, menos de um roubo por mês em 2015, o
aumento impressiona: na 156ª DP (Santa Maria Madalena) foram duas ocorrências
de janeiro a julho do ano passado. Este ano, no mesmo período, foram dez.
Das 15
unidades em que ocorreu uma redução no índice de roubos, sete ficam na capital.
Em duas, a 98ª DP (Paulo de Frontin) e a 140ª DP (Natividade), os registros
caíram para zero.
COMENTÁRIO
Não digo que me agrada ler
notícias assim. Mas, por outro lado, sou obrigado a afirmar que muitas vezes
alertei no meu blog sobre a paranoia das UPPs em detrimento do RJ como um todo,
mas que vem desde então desfalcado de PMs para atender às
pressões por mais UPPs, claro que com o aval da cúpula da SSP e do Governo do
RJ, todos empolgados ante os aplausos da mídia interessada em criar um ambiente
de máxima segurança durante a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Como sabemos, são
eventos que produziram um gasto público de bilhões, e um ganho particular
igualmente biliardário, e pior: sem que a criminalidade diminuísse no ambiente
olímpico. Mas agora é hora de realidade, e uma delas reside no fato não somente
da concentração de efetivos do interior nas UPPs da capital, como também a não
complementação do Grande Rio e do interior com novos policiais-militares,
porque todos foram destinados prioritariamente às UPPs. Nem digo sobre o
retorno dos antigos às unidades de origem... Também releva o fato de o efetivo
da Polícia Civil ficar exaurido, sem recursos materiais e humanos, tanto na
capital como em todo o RJ. E o resultado aí está: simplesmente absurdo, e que
deveria ser suficiente para esse desgoverno mudar tudo na segurança pública, o
que não acontecerá: ainda falam em mais UPPs, para desespero de quem entende do
assunto e, especialmente, das futuras vítimas a serem acrescentadas neste
espantoso índice de aumento da criminalidade em todo o RJ.
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