Uma saudável reação

A uma, está virando chatice, assunto bolorento, essa história de desmilitarização das Polícias Militares. Nem digo que o tema esquente quando a petralhada vem às ruas reclamar de aumento das passagens e ganha umas pancadas de leve, muito de leve, por sinal, mas só neste caso, segundo eles por se tratar de “reação contra os capitalistas inimigos”. São ingênuos gramscistas que se vendem a preço de mortadela e pão dormido...

Na verdade, o assunto desmilitarização fede de tão apodrecido, e o tempo passa sem que nada ocorra debaixo do céu de um Brasil apinhado de inocentes úteis a serviço da “Esquerda Caviar”. Por outro lado, também não entendo a indiferença das instituições policiais militares diante das veementes pressões por sua extinção. Seus dirigentes e demais oficiais e praças subordinados se comportam em “cegueira deliberada”. Decerto pensam que as claudicantes Forças Armadas (FFAA) sairão do marasmo para defender as Polícias Militares (PPMM). Ora, não demonstram fôlego nem para se defenderem a si próprias e jamais defenderam as corporações estaduais, apenas as dominaram a ferro e fogo e as usaram como se usa Bombril: até enferrujar e ir ao lixo!...

Sim, porque, se pelo menos a interação entre as FFAA e as PPMM fosse saudável (nunca foi, as PPMM sempre foram tratadas pelas FFAA como filhas enjeitadas), talvez hoje espelhassem uma ameaça aos que pretendem extinguir o Estado Democrático de Direito, substituindo-o por um regime socialista bolivariano. Mas como são instituições quase que antagônicas, por via da aversão silenciosa que subsiste desde os tempos em que as PPMM só obedeciam ao EB, esta dissensão poderá custar ao país um alto preço. União, portanto, é preciso!

Mas, como haver união? Como traçar objetivos comuns envolvendo instituições tão afastadas moral e fisicamente? Porque hoje as FFAA ignoram a mais e mais as PPMM, e o inverso também é verdadeiro. Na realidade, cada instituição de segurança pública no âmbito estadual se coloca em trincheiras particulares para “guerrear” contra as demais “inimigas”. Daí é que as dissensões entre Guardas Municipais, Corpos de Bombeiros, Polícias Civis e Polícias Militares só se aprofundam, enquanto as FFAA se afastam das forças públicas estaduais, o que não é bom. E em meio a esses isolamentos institucionais floresce uma Força Nacional de Segurança Pública inconstitucional e fora do controle conjuntural e estrutural do EB, do qual as PPMM e os Corpos de Bombeiros são “forças auxiliares reserva”. Em quê?...

Respondo: em nada, não há união, não há globalismo, não há homeostase, há apenas entropia nas instituições de segurança pública. Enquanto isso, os movimentos sociais de esquerda se aparelham, somam forças, esbanjam organização e demonstram possuir dinheiro à vontade (nosso dinheiro) para promover articulações nacionais em torno do que bem entendam, incluindo desafios endereçados às forças legalistas, confirmando suas posições já bastante avançadas em direção ao socialismo ou quiçá ao comunismo.

A duas, eis que surge um fato novo. Sim, incrível é que a base desta imensa pirâmide acordou ao ser alfinetada por um membro da “esquerda caviar” que resolveu questionar a PMSP em virtude da postagem de uma foto de criança com uniforme daquela briosa no seu site oficial. A babaquice do sujeito curiosamente provocou inesperada reação das instituições federais e estaduais, incluindo as FFAA, cujos membros não mais param de postar fotos de crianças com uniforme de suas agremiações, demonstrando assim uma vontade férrea de reagir ao marasmo de baixo para cima, o que é bom para tirar da modorra as altas autoridades mandatárias dessas instituições. Que Deus me ouça!

Sim, sim, tomara que isto ocorra! Vamos torcer! Pois o gesto de muitos policiais e militares, ampliado a mais e mais numa corrente alvissareira, servirá para demonstrar aos bolivarianos que as instituições legalistas não estão mortas, mas vivas e a postos para enfrentarem o inimigo! Sim, por conta da babaquice de um asqueroso que resolveu enfiar uma fraca nas costas da coirmã paulista, os autênticos defensores da democracia saíram de suas tricheiras e agora se abraçam como nunca se viu na história deste país. E pegarão em armas, se necessário, para fortalecer a democracia presente e garanti-la no futuro!...