sexta-feira, 10 de abril de 2015

RIO EM GUERRA L

“O mundo está perigoso para se viver! Não por causa daqueles que fazem o mal, mas por causa dos que o veem e fazem de conta de que não viram.” (Albert Einstein)


"O DIA ONLINE
08/04/2015 12:37:35 - Atualizada às 08/04/2015 13:25:28

'A prefeitura está fazendo um favor', diz Paes sobre construção de UPPs
Prefeito do Rio rebateu as críticas sobre atraso nas obras para erguer bases das unidades em comunidades
EDUARDO FERREIRA

Rio - Depois de se comprometer, em abril de 2014, a reformar oito bases de UPPs e construir mais duas — nos morros de São Carlos, no Centro, e dos Prazeres, em Santa Teresa —, o prefeito Eduardo Paes afirmou, nesta quarta-feira, que o projeto não é uma "obrigação da prefeitura", rebatendo críticas do atraso das obras, orçadas em R$ 7,3 milhões. Conforme mostrou matéria do RJTV, nesta terça-feira, os prazos de entrega das estruturas não foram cumpridos: terminou em outubro e nenhuma foi construída. 


Prefeito Eduardo Paes lançou as obras da Clínica da Família, no Complexo da Maré, nesta quarta-feira
Foto:  Severino Silva / Agência O Dia

"Isso (construir UPPs) não é uma obrigação da prefeitura, apesar de termos nos comprometido. Isso é uma obrigação da polícia. A prefeitura está fazendo um favor, pagando uma conta que não é dela. Vamos continuar ajudando, porque vimos que as obras estavam atrasadas. Mas não é uma obrigação da prefeitura, é da polícia", declarou Paes, durante lançamento das obras de construção da Clínica da Família da Maré.

Em abril de 2014, a prefeitura lançou o programa para investir os R$ 7,3 milhões na construção de sedes novas nos morros do Prazeres e São Carlos e na reforma de oito unidades no Turano, Chapéu Mangueira, Dona Marta (duas), Chatuba (duas), Fé e Sereno e Parque Proletário.

Paes explicou que as obras no Morro do São Carlos estão atrasadas porque a prefeitura está aguardando o governo estadual indicar um terreno para a construção da base. Já no Morro do Prazeres, Paes diz que terá que fazer nova licitação para contrato da empreiteira. Sobre as outras oito, Paes se limitou a dizer que as obras estão em andamento.

Prefeitura promete atendimento médico para 30 mil na Maré

A prefeitura deu início hoje às obras de construção da Clínica da Família, no Complexo da Maré. A promessa é que a unidade conte com dez equipes de saúde da família e quatro de saúde bucal. A clínica atenderá cerca de 30 mil pessoas das comunidades Vila do Pinheiro, Conjunto do Pinheiro e Salsa e Merengue.

Ainda segundo a prefeitura, atualmente, a população do Complexo da Maré é atendida em oito unidades de Atenção Primária (uma Clínica da Família, dois Centro Municipais de Saúde e cinco Postos de Apoio em Saúde), com 34 equipes de Saúde da Família, alcançando cobertura de 100% dos moradores. No município do Rio, 74 Clínicas da Família foram inauguradas desde 2009. A meta é abrir outras 66 unidades até o fim de 2016, atingindo uma cobertura de 70% da população pelo Programa Saúde da Família.”"


MEU COMENTÁRIO

“CRFB: Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: (...)”

O prefeito Eduardo Paes necessita urgentemente de receber aulas de Ciência Política, no mínimo, para compreender o que é sabido até por escolares da tenra infância: o “Estado” a que se refere o supracitado dispositivo constitucional é de significado amplo (União, Estados-membros e Municípios). E possui como “dever” em igualdade de condições a “segurança pública”. Então se deduz que “favor” ele deve estar prestando à vovozinha dele. Aliás, ele bem demonstra sua insensibilidade com os favelados do município que governa por meio do voto também deste povo simples.

Dizer que construir UPPs é “favor” significa não apenas ignorância da parte dele, mas espantosa soberba. E demonstra, sim, seu despreparo para governar, e tomara que o povo favelado lhe saiba negar o voto nas próximas eleições, assim como os PMs que votam na capital deveriam fazer o mesmo. Afinal, a construção de sedes de UPP significa proteção à vida dos PMs que hoje estão “enlatados” exatamente porque o Rio de Janeiro é governado por um típico representante da elite.

Chega a ser ridícula a afirmação do prefeito, esquecendo-se de que sua estrutura, em vista do mesmo dispositivo constitucional, possui inclusive secretaria de Ordem Pública e organismos municipais inseridos no desdobramento do mesmo artigo da CRFB: as Guardas Civis Municipais. Pelo visto, em sua cabeça vaidosa e inconsequente não cabe uma compreensão mais profunda do significado da segurança pública como garantia da ordem pública. Nem ainda o comove a responsabilidade que comum a todos os cidadãos brasileiros, tal como prescreve a Lei Maior, tudo num só artigo para facilitar a leitura e a interpretação de um tema que é afeto a todos os tupiniquins e alienígenas que moram no Brasil.


Ora, senhor prefeito, sua incumbência é dupla: como governante de uma importante parcela do Estado, o senhor tem o DEVER de cuidar da segurança pública; e como cidadão, a RESPONSABILIDADE de se preocupar com a garantia da paz pública no seu município. Portanto, o senhor deveria ir muito além de apenas construir UPPs, mas cuidar de sua alardeada “invasão social”, que continua no vácuo do seu proselitismo inconsequente.

3 comentários:

Inconfomado disse...

Coronel, o estado deveria se envergonhar de estar recebendo favores. Para isso existem esferas de administração. Se fosse ao contrário será que o sr pensaria o mesmo? Quer dizer que pq uma esfera tem condiçoes de fazer ela tem que fazer, mesmo não sendo sua atribuição? E a outra esfera, onde colocou o dinheiro? Isso para não citar o fato de que os serviços prestados pela prefeitura foram minados por não haver condicoes de seguranca, por que quem deveria não ter deixado as cosias chegarem a esse estado nada fez, foi omisso e ainda quer que os outros paguem a conta.

Anônimo disse...

Emir disse:

Vejo assim; o dever a que se refere o Art. 144 da CRFB diz respeito indistintamente à União, aos Estados-membros e aos Municípios. A responsabilidade é de todos, inclusive nossa, que a estamos exercendo aqui em forma de debate. Os Municípios t~em responsabilidade com a Ordem Pública, mas não a pode exercitar apenas no que lhes interessa. Afinal, a população do Rio de Janeiro primeiramente é do Município para depois se integrar ao todo do Estado-membro. As favelas são do Município do Rio de Janeiro mais que do Estado. Se fosse para o prefeito fazer sede de UPP em Niterói, aí sim, seria favor. Quando a União investe em segurança pública nos estados-membros, não é favor, é obrigação. Quando investe nos Municípios, não é favor. Também o estado-membro não presta favor aos Municípios quando neles investe. O favor só se dá no caso de um Município ajudar outro. Portanto, permita-me discordar do amigo. Creio que o problema do Rio, capital, pertence, sim, ao prefeito, como dever, o que não exclui o dever da União e do Estado do RJ com a capital, sendo que nesses casos o investimento deve ser equitativo e atender aos demais Municípios do RJ. Para mim o Eduardo paes falou besteira.

Anônimo disse...

Emir disse: só como complemento, não excluo o estado-membro de seus deveres. Ele vem falhando absurdamente e pior, mentindo em descaramento quando se trata de segurança pública, em especial quanto à "invasão social" prometida pelo governante estadual e pelo governante municipal. São ambos vinho da mesma pipa, que discursam muito e não administram nada. Não cumpriram a parte deles e a PMERJ vem se ferrando sozinha.