“O mundo
está perigoso para se viver! Não por causa daqueles que fazem o mal, mas por
causa dos que o veem e fazem de conta de que não viram.” (Albert Einstein)
“Beltrame
diz que polícia atua sozinha no combate à criminalidade no Rio
3/02/15
11:00 Atualizado em 23/02/15 11:39
Giselle
Ouchana - O Globo
RIO - O secretário de segurança do Rio, José
Mariano Beltrame, afirmou à GloboNews que a polícia do estado atua sozinha no
combate à criminalidade no Rio. Segundo Beltrame, outras instituições não dão o
apoio necessário. A afirmação foi feita durante o velório do policial civil
Thiago Thome de Deus, de 29 anos, assassinado na manhã de domingo, no bairro do
Fonseca, em Niterói, quando voltava do Sambódromo. Bandidos teriam tentado
roubar o carro onde ele estava com a mulher. Segundo a polícia, o agente teria
reagido, mas sua arma não funcionou.
— A polícia está só. A polícia está sozinha nessa
selvajaria toda, com essas pessoas que não tem apego nenhum pela vida e matam
por um celular. Precisamos da ajuda das outras instituições que compõem o
conceito de segurança pública. A ponta disso tudo é a polícia, e na ponta a
polícia está sozinha — disse Beltrame.
Segundo o delegado da DH de Niterói, que investiga
a morte do policial civil, Fábio Barucke, quatro pessoas participaram do crime.
A polícia já trabalha para identificar os criminosos. Imagens de câmeras de
segurança poderão ajudar nas investigações, segundo o titular.
— Além de ele ser um cidadão, ele morreu por que
era policial — afirmou Barucke.
O secretário de Segurança Pública, José Mariano
Beltrame, esteve no velório e confortou os familiares. Para a família da
vítima, o sentimento que fica é de indignação.
— Vou guardar boas lembranças do meu filho, que
estava na Polícia Civil há dois anos. Agora, dica uma mistura de revolta e
indignação — disse o pai de Thiago, Zadir Oliveira de Deus, de 61 anos.
Thiago estava lotado da Divisão de Homicídios da
Baixada Fluminense, mas desde agosto participava de uma força tarefa na Divisão
de Fiscalização de Armas e Explosivos (DFAE).
O
fim de semana foi de violência contra agentes de segurança. Sábado, um guarda municipal foi
encontrado morto dentro de uma lixeira na Rocinha. No mesmo dia, um policial
militar foi morto em Mesquita e outros três ficaram feridos por tiros na
Chatuba, no Complexo da Penha. Na manhã deste domingo, Thiago Thome de Deus foi
assassinado em Niterói. Um pouco mais tarde, em Nova Iguaçu, uma troca de tiros
entre três PMs que estavam de folga e bandidos armados terminou com um dos militares
morto. À tarde, segundo informações do site do jornal "Extra", outro
PM foi morto em um assalto no Recreio.
O corpo do subinspetor José Borges dos Santos, de
56 anos, foi encontrado de madrugada dentro de uma lixeira na Rocinha com
marcas de tiro. Segundo amigos, ele teria ido ao local cobrar o aluguel de uma
casa. De acordo com a Divisão de Homicídios da Capital (DH), as circunstâncias
da morte de Borges estão sendo investigadas.
Ainda no sábado, o policial militar Jakcson da
Silva foi morto durante uma suposta tentativa de assalto em Mesquita. O crime
ocorreu na Rua Simplício, no bairro Vila Emil. Jackson chegou a ser socorrido,
mas não resistiu. Já os policias feridos na Chatuba foram atingidos em uma
troca de tiros durante um patrulhamento. Um deles levou um tiro no braço
esquerdo, outro terminou alvejado no braço direito e um terceiro foi ferido na
orelha esquerda.
Já no domingo, Thiago Thome de Deus foi morto no
início da manhã. Por volta das 15h30m, o PM Alan Barros da Silva foi baleado
numa tentativa de assalto na Praia dos Amores, no Recreio dos Bandeirantes. Na
Baixada Fluminense, o tiroteio que terminou com um policial morto aconteceu em
Nova Iguaçu. Segundo a polícia, os três agentes foram abordados quando saíam de
uma padaria e reagiram.”
Meu comentário
Fez bem o secretário de Segurança Beltrame em comparecer ao velório do policial civil. Se fosse ele a velório de PM não teria tempo para mais nada, dada a absurda quantidade de PMs mortos gratuitamente, tais como morreram os dois policiais civis, tudo numa semana, vítimas da sanha assassina de marginais da lei cada vez mais audaciosos e certos da impunidade.
Tão importante como a
presença do secretário em solidariedade à PCERJ foi a sua afirmação franca e em
bom tom no sentido de assumir que a polícia está sozinha nesta luta insana
contra uma criminalidade que não mais respeita a vida de ninguém. Porque pensar,
neste andar da carruagem, que esses milhares de bandidos geralmente ligados a
facções criminosas do tráfico vão recuar, é pegar água com peneira. Aliás, a
lembrança da peneira passa a ser boa ideia...
Na verdade, o que o
secretário de Segurança deixou no ar reflete a necessidade de mais empenho dos
órgãos nacionais e estaduais de segurança pública no enfrentamento da
criminalidade (é enfrentamento mesmo! É caso de Estado de Defesa, sim!).
Esses organismos são
no mínimo as polícias estaduais e federais, o Poder Judiciário da União e do RJ,
o MP federal e do RJ, as Defensorias Públicas, as Forças Armadas e as Guardas
Municipais. Estas últimas, principalmente, precisam de maior envergadura para
combater o crime. Para tanto, deveriam ser liberadas para o uso de armas de
fogo independentemente de critérios impeditivos vinculados à quantidade de
munícipes e outras abstrações inventadas pelo Exército. O que precisam é de
treinamento, o que o próprio Exército lhes poderia suprir.
Ora os dignos
guerreiros verdes-olivas precisam sair do marasmo; precisam acordar para o fato
de que ditadura por enquanto é coisa passada. Hoje vivenciamos a DITADURA DO BANDIDO! No fim de contas, o problema não é mais de
“subversivos” a combater, mas de inimigos comuns do Estado e da Sociedade a
serem tratados como sugeriu Jean-Jacques Rousseau no seu Contrato Social:
"(...) quanto mais todo malfeitor insulta o direito social,
torna-se por seus crimes rebelde e traidor da Pátria, de que cessa de ser
membro por violar suas lei e à qual até faz guerra; a conservação do Estado não
é compatível então com a sua, deve um dos dois morrer, e é mais como inimigo
que se condena à morte que como cidadão. Os processos e a sentença são as
provas e declaração de que ele violou o tratado social, e já não é por
conseguinte membro do Estado; ora, como ele assim se reconheceu, quando mais
não fosse pela sua estada, cumpre ser isolado dele, ou pelo exílio como
infrator do pacto, ou com a morte como inimigo público; que tal inimigo não é
uma pessoa moral, mas um homem, e eis quando o direito da guerra é matar o
vencido." (Russeau, Jean-Jacques, Do Contrato Social, ed. Martin Claret,
São Paulo, SP, 2004).
Estamos em guerra sangrenta contra o banditismo urbano, sim! Atacá-los ao
modo sugerido por Rousseau é imperioso! E é o que basta!
2 comentários:
Uma verdade para encobrir outra verdade; sim sr secretário, a pm está sozinha, mas temos morrido mais pq "o asfalto" tambem esta sozinho. E assim o está por sua culpa.
Emir disse:
A PMERJ precisa repensar seu atual modelo de atuação nas ruas, incluindo uma saída honrosa para os lugares onde as UPPs estão falhando. Não pode só receber ordens além das pernas e correr para cumpri-las.
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