terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

RIO EM GUERRA XIV


“O mundo está perigoso para se viver! Não por causa daqueles que fazem o mal, mas por causa dos que o veem e fazem de conta de que não viram.” (Albert Einstein)

“Beltrame diz que polícia atua sozinha no combate à criminalidade no Rio

3/02/15 11:00 Atualizado em 23/02/15 11:39

Giselle Ouchana - O Globo

RIO - O secretário de segurança do Rio, José Mariano Beltrame, afirmou à GloboNews que a polícia do estado atua sozinha no combate à criminalidade no Rio. Segundo Beltrame, outras instituições não dão o apoio necessário. A afirmação foi feita durante o velório do policial civil Thiago Thome de Deus, de 29 anos, assassinado na manhã de domingo, no bairro do Fonseca, em Niterói, quando voltava do Sambódromo. Bandidos teriam tentado roubar o carro onde ele estava com a mulher. Segundo a polícia, o agente teria reagido, mas sua arma não funcionou.
— A polícia está só. A polícia está sozinha nessa selvajaria toda, com essas pessoas que não tem apego nenhum pela vida e matam por um celular. Precisamos da ajuda das outras instituições que compõem o conceito de segurança pública. A ponta disso tudo é a polícia, e na ponta a polícia está sozinha — disse Beltrame.
Segundo o delegado da DH de Niterói, que investiga a morte do policial civil, Fábio Barucke, quatro pessoas participaram do crime. A polícia já trabalha para identificar os criminosos. Imagens de câmeras de segurança poderão ajudar nas investigações, segundo o titular.
— Além de ele ser um cidadão, ele morreu por que era policial — afirmou Barucke.
O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, esteve no velório e confortou os familiares. Para a família da vítima, o sentimento que fica é de indignação.
— Vou guardar boas lembranças do meu filho, que estava na Polícia Civil há dois anos. Agora, dica uma mistura de revolta e indignação — disse o pai de Thiago, Zadir Oliveira de Deus, de 61 anos.
Thiago estava lotado da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense, mas desde agosto participava de uma força tarefa na Divisão de Fiscalização de Armas e Explosivos (DFAE).
O fim de semana foi de violência contra agentes de segurança. Sábado, um guarda municipal foi encontrado morto dentro de uma lixeira na Rocinha. No mesmo dia, um policial militar foi morto em Mesquita e outros três ficaram feridos por tiros na Chatuba, no Complexo da Penha. Na manhã deste domingo, Thiago Thome de Deus foi assassinado em Niterói. Um pouco mais tarde, em Nova Iguaçu, uma troca de tiros entre três PMs que estavam de folga e bandidos armados terminou com um dos militares morto. À tarde, segundo informações do site do jornal "Extra", outro PM foi morto em um assalto no Recreio.
O corpo do subinspetor José Borges dos Santos, de 56 anos, foi encontrado de madrugada dentro de uma lixeira na Rocinha com marcas de tiro. Segundo amigos, ele teria ido ao local cobrar o aluguel de uma casa. De acordo com a Divisão de Homicídios da Capital (DH), as circunstâncias da morte de Borges estão sendo investigadas.
Ainda no sábado, o policial militar Jakcson da Silva foi morto durante uma suposta tentativa de assalto em Mesquita. O crime ocorreu na Rua Simplício, no bairro Vila Emil. Jackson chegou a ser socorrido, mas não resistiu. Já os policias feridos na Chatuba foram atingidos em uma troca de tiros durante um patrulhamento. Um deles levou um tiro no braço esquerdo, outro terminou alvejado no braço direito e um terceiro foi ferido na orelha esquerda.
Já no domingo, Thiago Thome de Deus foi morto no início da manhã. Por volta das 15h30m, o PM Alan Barros da Silva foi baleado numa tentativa de assalto na Praia dos Amores, no Recreio dos Bandeirantes. Na Baixada Fluminense, o tiroteio que terminou com um policial morto aconteceu em Nova Iguaçu. Segundo a polícia, os três agentes foram abordados quando saíam de uma padaria e reagiram.”


Meu comentário

Fez bem o secretário de Segurança Beltrame em comparecer ao velório do policial civil. Se fosse ele a velório de PM não teria tempo para mais nada, dada a absurda quantidade de PMs mortos gratuitamente, tais como morreram os dois policiais civis, tudo numa semana, vítimas da sanha assassina de marginais da lei cada vez mais audaciosos e certos da impunidade.

Tão importante como a presença do secretário em solidariedade à PCERJ foi a sua afirmação franca e em bom tom no sentido de assumir que a polícia está sozinha nesta luta insana contra uma criminalidade que não mais respeita a vida de ninguém. Porque pensar, neste andar da carruagem, que esses milhares de bandidos geralmente ligados a facções criminosas do tráfico vão recuar, é pegar água com peneira. Aliás, a lembrança da peneira passa a ser boa ideia...

Na verdade, o que o secretário de Segurança deixou no ar reflete a necessidade de mais empenho dos órgãos nacionais e estaduais de segurança pública no enfrentamento da criminalidade (é enfrentamento mesmo! É caso de Estado de Defesa, sim!).

Esses organismos são no mínimo as polícias estaduais e federais, o Poder Judiciário da União e do RJ, o MP federal e do RJ, as Defensorias Públicas, as Forças Armadas e as Guardas Municipais. Estas últimas, principalmente, precisam de maior envergadura para combater o crime. Para tanto, deveriam ser liberadas para o uso de armas de fogo independentemente de critérios impeditivos vinculados à quantidade de munícipes e outras abstrações inventadas pelo Exército. O que precisam é de treinamento, o que o próprio Exército lhes poderia suprir.

Ora os dignos guerreiros verdes-olivas precisam sair do marasmo; precisam acordar para o fato de que ditadura por enquanto é coisa passada. Hoje vivenciamos a DITADURA DO BANDIDO! No fim de contas, o problema não é mais de “subversivos” a combater, mas de inimigos comuns do Estado e da Sociedade a serem tratados como sugeriu Jean-Jacques Rousseau no seu Contrato Social:

"(...) quanto mais todo malfeitor insulta o direito social, torna-se por seus crimes rebelde e traidor da Pátria, de que cessa de ser membro por violar suas lei e à qual até faz guerra; a conservação do Estado não é compatível então com a sua, deve um dos dois morrer, e é mais como inimigo que se condena à morte que como cidadão. Os processos e a sentença são as provas e declaração de que ele violou o tratado social, e já não é por conseguinte membro do Estado; ora, como ele assim se reconheceu, quando mais não fosse pela sua estada, cumpre ser isolado dele, ou pelo exílio como infrator do pacto, ou com a morte como inimigo público; que tal inimigo não é uma pessoa moral, mas um homem, e eis quando o direito da guerra é matar o vencido." (Russeau, Jean-Jacques, Do Contrato Social, ed. Martin Claret, São Paulo, SP, 2004).

Estamos em guerra sangrenta contra o banditismo urbano, sim! Atacá-los ao modo sugerido por Rousseau é imperioso! E é o que basta!




2 comentários:

Inconfomado disse...

Uma verdade para encobrir outra verdade; sim sr secretário, a pm está sozinha, mas temos morrido mais pq "o asfalto" tambem esta sozinho. E assim o está por sua culpa.

Anônimo disse...

Emir disse:
A PMERJ precisa repensar seu atual modelo de atuação nas ruas, incluindo uma saída honrosa para os lugares onde as UPPs estão falhando. Não pode só receber ordens além das pernas e correr para cumpri-las.