quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

A “LEI SECA”


Devo insistir, não resisto: nesta nossa “República Dos Bruzundangas” os “samoiedas” não se cansam de inventar meios e modos de nos tiranizar sob o pretexto de nos “proteger”. Se o mestre Lima Barreto fosse vivo morreria de infarto agudo do miocárdio...

A mais recente “proteção” chama-se “Lei Seca” (nem falo dos apagões de energia elétrica e dos aumentos de impostos, de “pibinho” ou “pibão”, tudo isto é “pão dormido”). Sim a “lei seca” veio ao mundo para cercear, sob o manto da suspeição, o direito de ir e vir do cidadão, mesmo com as estatísticas avisando que acidente de trânsito, com “lei seca” e tudo mais, mata mais que antes, bem como viciados em crack aumentam calamitosamente Brasil afora. Ah, não são coibidos porque segmentos de “direitos humanos” e progressistas de esquerda entendem que seria cerceamento da liberdade dos viciados, embora já no último e deprimente degrau de baixo, e abaixo do qual só lhes resta o sepulcro. E quanto aos fornecedores da pedrinha, nada se fala ou faz...

Essas inovações contrárias à liberdade apoiadas pela grande imprensa, – em contraste com o permissivismo associado ao uso de drogas, – são hologramas da realidade; decorrem, na verdade, de miopia política que o cidadão evita contestar para se manter “politicamente correto”. Sobre a “lei seca”, – que não vingou nos EUA porque aumentou o consumo e de sobra matou muitas gentes consumistas de bebidas falsificadas, – chega agora à “República dos Bruzundangas” com ares de salvação mística; e em vista de sua legitimidade igualmente falsificada pela mídia, as blitze são o glamour atual e os “famosos”, – incluindo autoridades flagradas depois de consumir uma taça de vinho ou uma cerveja, – os “famosos” são transformados em vilões. Eta hipocrisia! Como pode haver tanto conformismo?

Ora bem, raramente bebo e jamais fui flagrado por “lei seca” alguma. Digo-o para não parecer que meu discurso é de recalcado. Não é! É apenas espanto de quem não se conforma com a humilhação a que cidadãos contribuintes são submetidos enquanto aqueles que os submetem defendem a devassidão das “cracolândias” em nome da mesma liberdade que cerceiam nas blitze da “lei seca”, quando bastaria instituir agravantes para quem provocasse acidentes em estado de embriaguês ou entorpecido por outras substâncias estupefacientes.

Sobre a embriaguês, por sinal, vale lembrar que antigamente a medida para se considerar alguém embriagado era de oito decigramas de álcool por litro de sangue por litro de ar expelido. Hoje o “critério científico” baixou o índice para seis decigramas e mais recentemente parece que diminuíram a dosagem (não importa, não vou conferir o detalhe, tanto faz como fez, não é este o meu foco precípuo!). Ademais, e no meu caso, que sofro de poliglobulia (produzo sangue demais), levo vantagem, pois tenho quase sempre um litro de sangue a mais da média humana, o que me obriga a fazer sangria regularmente. Contudo, não corro o risco de ser flagrado pela “lei seca”, raramente bebo, mesmo em casa; mas me irrito com a hipocrisia que ela representa quando por mim comparada com a permissividade das cracolândias, e nós todos sabedores de que o viciado sem recursos trafica, furta, rouba e mata para conseguir a droga.

Nesta “República dos Bruzundangas” e de mensalões que exaurem as algibeiras dos cidadãos contribuintes de impostos caríssimos (os mais onerosos do mundo!), os “samoiedas” não se cansam de burlar as mesmas leis que fazem para cumprimento por cidadãos incompletos, estes, que vivem numa incompleta ou falsificada democracia. A cada dia, a viciada e corrupta maquinaria estatal inventa novos “pardais eletrônicos” ocultos atrás de colunas de passarelas e viadutos, sem placas avisando e sem lógica em relação aos locais onde são postos em tocaia. Sim, reinventa a “teletela” da ficção de George Orwell para policiar cidadãos acovardados, a ponto de não faltar muito para a vigilância estatal penetrar os lares brasileiros e punir ainda mais o contribuinte já esgotado em seus bolsos, porém acomodados em modorra. E a cada proibição aplaudida pela mídia, esta ganha alguma isenção de imposto ou mais propaganda oficial paga com o dinheiro do resignado contribuinte, que, demais da enxurrada de impostos e taxas que se vê obrigado a pagar, tem ainda de enfrentar a suspeição impertinente da “lei seca”, esta que, a pretexto de flagrar o bebum, incomoda bem mais quem não bebe.

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