segunda-feira, 4 de junho de 2012

Sobre a venda do QG da PMERJ


O cemitério das opiniões mortas


Há muitas pessoas mortas em vida, eis que são afastadas da lembrança social em virtude de seus malfeitos. É comum, quanto a essas pessoas, a exclamação popular: “Não quero nem lembrar!” A expressão sugere certo temor de quem quer esquecer alguém mais poderoso ou demasiadamente asqueroso, ou ambos. E, se reduzirmos este anseio de deslembrança ao militarismo, seu realce é deveras maior, pois o militarismo, no seu extremo, sugere ser infalível a ordem de cima, e, em muitos casos, se a ordem for descumprida pode levar o desobediente ao fuzilamento sumário.
Ainda bem que gerações se sucedem no militarismo, e o superior de hoje será amanhã desprovido de poder, e se ele se enquadrar no perfil da rejeição (“Não quero nem lembrar!”) receberá o castigo do esquecimento. Porque não lhe bastará a vontade de ser lembrado, ele não decidirá a respeito, e na visão do oprimido o superior morre em vida. E disso ele se ressentirá, pois não logrará viver vida plena: será oca de lembranças alheias, e num ostracismo profundo ele sofrerá a deslembrança até o além-túmulo.
É fácil compreender a deslembrança nos cemitérios visitados somente em dia de finados. Mesmo nesse dia, porém, muitos túmulos permanecem vazios de lembrança, por mais veementes que sejam as manifestações de poder entalhadas em esmero nas lápides. Daí ser patético ouvir opinião dos que não passaram de chefetes a serviço de si mesmos e de alguns seus xerimbabos. Ora, essas opiniões que antes soavam como ordens são agora inúteis, e quem as reedita não provou valor para tanto. Espanta-me, pois, que esses mortos-vivos não desistam de viajar na contramão da opinião geral em vista de determinados assuntos, e um deles é o da venda do QG da PMERJ, fato surreal cujos argumentos defensivos não convencem ninguém de bom senso.
Creio que essas pessoas já rejeitadas por demérito de suas ações no exercício do poder deveriam silenciar. Sim, porque soa ridícula a insistência de alguns em defender em caradura as teses por eles inventadas e não consolidadas. Ah, essas pessoas que exercitaram o poder institucional como se fosse este um quintal particular não devem receber nada além da deslembrança; mais ainda: devem ser proibidas de utilizar espaços nobres para promover a defesa do indefensável. Na verdade, suas opiniões estão mortas e sepultadas e não devem ser exumadas!...

10 comentários:

Anônimo disse...

Desculpe companheiro Misoca, mas dessa vez eu não entendi nada.Afinal de contas voce está elogiando ou condenando os que estão defendendo a venda do QG ?

Belzeba

Emir Larangeira disse...

Caro Belzeba

O texto é endereçado ao mentor da venda do QG da PMERJ, Cel MS, em posição literalmente assumida por ele no site da AME/RJ. Cá entre nós, de que vale a opinião dele, se ele já não mais apita coisa alguma? Ou melhor, serve para atrapalhar os que se esforçam para evitar a venda. Claro que sou contra vender o QG! Mas, se fosse a venda única alternativa para erigir um novo hospital central, para melhor atender ao imenso e sofredor público interno e dar melhores condições de trabalho aos profissionais de saúde, talvez neste caso eu até fosse favorável, para não dizer que sou radical, saudosista etc. Mas a venda, fundada no argumento do seu mentor, como está no site da AME, eu sou e sempre serei contra, embora respeite, sem entender, o direito dele de se posicionar contra a PMERJ. Enfim, você coçou a minha pança e eu clareei a destinação do meu texto, que traduz nada mais que indignação.
Abs.

Anônimo disse...

Uaaauuuuuu, ô,ô,ô,ô o Misoca voltou !!!!Este é o nosso Misoca, este é o misoca que esmagava vidro moido na linha do trem no Desvio de D. Zizinha, este é o cara que quebrava as canelas dos "inimigos"nos campos de futebol da Vidreira,este é o misoca que acertava no olho do mosquito, a 100m de distancia, nos treinamentos de tiro em Papucaia. Seja bem vindo companheiro, continue pegando no pé desses embusteiros. Parabéns pela matéria.

BELZEBA

Anderson disse...

Senhor Comandante: Sou da PMESP e nos fins de 80 para 90 acompanhei pela imprensa o desenvolvimento do trabalho que o Sr efetuou frente ao BPM que comandou. Muitos anos após tive acesso ao Blog do Sr e há cerca de 3 anos quase que diariamente aqui aporto...são textos (livros ou textos semanais) que nos instruem e "somam"...dada a carga de experiência e vivência que carregam....confesso que não conheço a realidade da PMERJ de perto...porém ouso uma pergunta a fim de alimentar um debate: o Sr Coronel que exerceu a função de Cmt G e que escreveu na AME/RJ não teve um lado "bom", no sentido de "dialogar" com os Policiais Militares "via internet"? Ratifico ao Sr que não conheço a realidade de "perto", porém em algumas oportunidades acessei "sites" e "blogs" onde havia diálogo "aberto" entre tropa e Sr Cmt G. Não seria isso um avanço para os Militares Estaduais, Comandante?
Desculpe-me certa "intromissão", mas a história do Sr (acompanhada mesmo que de longe) e sua experiência me permite a liberdade da indagação.
Excelente feriado ao Sr.

Anderson disse...

Senhor Comandante: Sou da PMESP e nos fins de 80 para 90 acompanhei pela imprensa o desenvolvimento do trabalho que o Sr efetuou frente ao BPM que comandou. Muitos anos após tive acesso ao Blog do Sr e há cerca de 3 anos quase que diariamente aqui aporto...são textos (livros ou textos semanais) que nos instruem e "somam"...dada a carga de experiência e vivência que carregam....confesso que não conheço a realidade da PMERJ de perto...porém ouso uma pergunta a fim de alimentar um debate: o Sr Coronel que exerceu a função de Cmt G e que escreveu na AME/RJ não teve um lado "bom", no sentido de "dialogar" com os Policiais Militares "via internet"? Ratifico ao Sr que não conheço a realidade de "perto", porém em algumas oportunidades acessei "sites" e "blogs" onde havia diálogo "aberto" entre tropa e Sr Cmt G. Não seria isso um avanço para os Militares Estaduais, Comandante?
Desculpe-me certa "intromissão", mas a história do Sr (acompanhada mesmo que de longe) e sua experiência me permite a liberdade da indagação.
Excelente feriado ao Sr.

Emir Larangeira disse...

Prezado companheiro

Creio que ele possui muitos prós e contras, aliás, como qualquer ser vivente. Afinal, a vida é uma balança em que acrescentamos virtudes e defeitos nos seus respectivos pratos. Mas penso que abrir o diálogo, como ele fez, só seria válido se ressultasse em prática efetiva no sentido de melhorar a vida profissional e pessoal das pessoas, em especial daquelas que se subordinam a algum sistema por alguém encabeçado. Foi o caso dele: ele comandou a PMERJ e todos que lhe ficaram subordinados esperavam bons resultados práticos. Se você observar bem o blog dele, com produções muito inteligentes e cultas, não lhe será difícil perceber uma espécie de conversa entre amigos, com pouco ou nenhum reflexo positivo de natureza geral.
Enfim, creio que ele deva ser julgado pelas ações e não pelo discurso. O discurso é bom para quem não exerce o poder de fazer. Neste caso, mede-se a pessoa por suas ações e não por suas teorias. Bem, a sua oportuna indagação não é tão simples de ser respondida, mas eu me arriscaria, - por experiência própria em lidar com ele e por ver de perto as suas ações, - eu me arriscaria a lhe dizer que houve bem mais monólogo que diálogo durante o comando dele, com a ressalva de que o diálogo dele se resumiu bastante aos seus colegas de turma, postos por ele no ápice de suas preferências pessoais. Deste modo, a impessoalidade foi para o espaço. E com ela a isenção e todo o resto!...
Confesso, neste ponto, que talvez eu não tenha esclarecido muito. Mas não devo, por questão de ética, exemplificar além da venda do QG por ele defendida em argumentos inconvincentes. Espero prosseguir com o amigo neste debate, que considero útil a todos os leitores, deixando claro que nada tenho contra a pessoa que está no foco tão-somente por se apresentar à crítica como bem quis, fazendo-se, portanto, merecedor de réplicas.

Anônimo disse...

Paulista, por favor, o rapaz a principio, postou uns dois ou tres artigos apenas, pra iludir a tropa,alguns inclusive ,como lhe é de hábito, ininteligíveis, e depois recolheu-se como lhe é também característico, para satisfazer as suas preguiças, covardias, vaidades , arrogancias, prepotencias,amizades subterraneas, etc.No momento, o velho rapaz, autor emérito de ideias mortas , está encaixotando fumaça em um Municipio do interior do Estado, enganando mais uma vez, meia duzia de simplorios, ao mesmo tempo que prepara seu kit-Catanduva.Porque mais cedo ou mais tarde vai sobrar prá ele , isso vai!!!!!!

Essa é a historia paulista, simplishinha,simplishinha, não precisa ficar procurando cabelo em ovo.


BELZEBA

Anônimo disse...

Morte ao mentiroso Padrone,
morte ao canalha Padrone, morte ao traidor Padrone( O Diade hoje, pag 12)

Vendeu seu Batalhão por 500,00.

CCCAAAAAANNNNNNAAALLLHHHHHHHHAAAAA

Anônimo disse...

Morte ao vendilhão padrone.
UPP verde é o cacete!!!!!
Tudo não passa de mais um golpe para despersonalizar a PM e ao mesmo tempo atender a interesses comerciais e de poder de Minc e Padrone.

Mooooorrttee a Padrone, que o grande YAKARITY se apodere de sua alma e a faça atingir o grau máximo de sofrimento dos 7 infernos
por toda a eternidade.

Anônimo disse...

E tem muita gente achando muito bom que sejam vendidos não só o QG, mas o Choque, o 6ºBPM, o 9ºBPM, o 23ºBPM e que seja destruida parte do CFAP e da APM. É com indignação e horror que pude observar isto no facebook. E estas opiniões vieram de Oficiais da PMERJ, defendendo de forma acalorada a destruição dos batalhões, da nossa memória, da nossa história, em favor das melhorias e da modernização da PMERJ. E pasmem, senhores...ouvi recentemente de um importante Oficial da PMERJ, que o QG será vendido para que com a verba apurada se construa um novo HCPM. Agora o pretexto é o hospital. Infelizmente é impossível justificar o injustificável...