segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Sobre o ataque de bandidos a postos de policiamento fixos da PMERJ

A espécie que se tornou gênero


Hoje, 16 de novembro de 2009, lê-se sobre mais um ataque a postos policiais da PMERJ encetado por bandidos-guerrilheiros. Por sorte, nenhum PM foi atingido; por azar, nenhum plano prevendo tal possibilidade para a reação simultânea, mesmo agindo os marginais em condições previsíveis. Mas isto soa como piada. Colocar PMs a tomar conta de PMs para reagir aos ataques que sofre é sinal de fraqueza. A corporação tem de demonstrar destemor debaixo de ataques óbvios, mesmo postados como patos na lagoa à espera dos tiros caçadores.
Desalentador é a gente acordar e deparar, na leitura dos jornais, com mais uma notícia da espécie tornada gênero. Aí o dia transcorre com o sistema torcendo para chegar o dia seguinte e a notícia ingressar na banca de peixe como página de embrulho. Tudo então estará solucionado, novos fatos advirão sobrepondo-se ao entulho desagradável: mais uma derrota da PMERJ contra a criminalidade descontrolada, audaciosa e impune.
Os PMs morrem assim: cheios de tiros na tocaia dos bandidos ou passando fome na tocaia do governo que pessimamente os remunera. E em meio a esse modo de vida cruel assistem aos escândalos envolvendo o Poder Judiciário que os julgam preconceituosamente quando lhes ocorre a indefectível negação de direitos pelo não menos escandaloso Poder Executivo.
Mas PMs não podem se manifestar. São ovelhas destinadas ao sacrifício. São “bodes expiatórios” em meio às inconfessáveis maracutaias dos três poderes do Estado, ao qual se acoplam como voluntários “servidores”, mas culminam como involuntários “serviçais”. E como nem conseguem reagir contra aqueles que os eliminam na tocaia dos serviços “pra inglês ver”, menos ainda conseguirão sobreviver às maldades dos “insignes” burocratas governamentais e dos “preclaros” políticos sem compromisso com o povo e menos ainda com os policiais...

Um comentário:

Rose Mary M. Prado disse...

Um bom policial precisa ter, inicialmente, um senso moral muito superior à média.Também precisa de equilíbrio emocional extremo para lidar com situações igualmente extremas, sensatez, preparo físico e ainda lidar com horas extras não remuneradas,rancho desumano,falta de treinamento, do RioCard, HCPM com falta de médicos e por aí vai. Seria ele então ser humano, escravo (já que não era considerado humano) ou super-herói?

Esses ataques a patrulhas e postos da PM estão se tornando corriqueiros e pior do que isso, banais.A cúpula da Segurança Pública deve achar que ter profissão de risco é mesmo assim. É um total desreispeito! E mais do que isso, i-m-o-r-al!!!