segunda-feira, 9 de maio de 2016

RIO EM GUERRA – PACIFICAÇÃO?

Quando uma teoria científica não permite atingir objetivos que os agentes políticos têm em mente, eles recorrem à trapaça, à fraude, à mentira, à demagogia etc. Quando esses meios falham, eles usam a violência para destruir o que não sabem ou não são capazes de controlar. (P. Martinez – Política, Ciência, Vivência e Trapaça – Ed. Moderna, SP, 1992)


Seis mortes em vários pontos da cidade marcam o Dia das Mães no Rio

08/05/2016 23:35:00 - Atualizada às 09/05/2016 00:51:50

Seis mortes em vários pontos da cidade marcam o Dia das Mães no Rio
Houve tiroteios em várias regiões neste fim de semana que deveria ser de festa
O DIA
Rio - O fim de semana seria de festa pelo Dia das Mães, mas foi de tristeza de dor para 11 famílias do Rio de Janeiro. Só no sábado e no domingo, a violência matou seis pessoas e feriu outras seis. 
Houve tiroteios em várias regiões da cidade. No Complexo do Alemão, um confronto entre policiais e traficantes na região conhecida por Beco do Galinheiro provocou a morte de Eliane Cristina, de 35 anos, na noite de sábado. Elaine deixou três filhos e a sensação de impotência na comunidade que vive em uma guerra sem fim.



Mãe e padrasto da jovem Ana Beatriz Frade estavam inconsoláveis no enterro da adolescente, no início da tarde de domingo, em Petrópolis
Foto: Estefan Radovicz / Agência O Dia

De acordo com a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), um policial foi ferido de raspão. Várias equipes das UPPs no Complexo do Alemão, após a morte de Elaine Cristina, passaram a sofrer ataques simultâneos e houve confronto em diversos pontos da comunidade na noite de sábado.
Na Avenida Brasil, na altura de Manguinhos, quatro pessoas foram baleadas após outro confronto entre policiais e criminosos também na noite de sábado. Um dos bandidos morreu, outro ficou ferido e outras duas pessoas, um motorista e um pedestre que passavam pelo local, foram atingidos pelos disparos.
O motorista ferido é Anderson Souza Gomes, 33 anos, que estava no carro com a mulher Fabrícia Barroso e o filho de 1 ano quando a troca de tiros ocorreu. Ele foi operado no Hospital Getúlio Vargas, na Penha, e seu quadro de saúde é estável.
De acordo com a Polícia Militar, quatro suspeitos vinham da Ponte Rio-Niterói em um táxi e foram abordados por policiais na altura do Caju. Eles furaram o bloqueio dando início a uma perseguição e ao tiroteio. Os criminosos seguiram até a Fiocruz, em Manguinhos, onde abandonaram o carro.



O táxi onde estavam os bandidos acabou metralhado pela polícia
Foto: Divulgação

Três bandidos conseguiram fugir, mas foram presos dentro da Fiocruz. Ao ouvir os detidos, os PMs descobriram que o trio deixou a favela Nova Brasília, em Niterói, para participar de uma tentativa de invasão da favela do Chaves, em Barros Filho, na Zona Norte do Rio. Foram apreendidos com os criminosos duas pistolas, dois fuzis e uma granada.
Na manhã de ontem, policiais do 9º BPM (Rocha Miranda) encontraram os corpos de Wesley Oliveira Passos e Eric Figueiredo Pimentel de Souza, ambos de 23 anos, na comunidade Jorge Turco. De acordo com os policiais, as mortes foram resultado de uma tentativa de invasão da comunidade por uma facção do tráfico rival a que domina a região. Houve intenso tiroteio na madrugada.

Família de jovem está inconsolável

Com as mãos tremulas e sem deixar o caixão da filha por um só segundo, a mãe de Ana Beatriz Frade, de 17 anos, morta no sábado durante um arrastão em Del Castilho, despediu-se da jovem ontem pela última vez, no cemitério Municipal de Petrópolis. Roberta Pereira chorou e acariciou o rosto da filha durante todo o velório.
O pai de Ana, Flávio Frade, professor de engenharia na Universidade Católica de Petrópolis, segurava um quadro com a foto da filha e não quis comentar sobre o caso. O padrasto, que dirigia o carro no momento do arrastão, no sábado, também estava inconsolável.
No dia 4, através das redes sociais, Ana comemorou com os amigos a compra da passagem para o Rio: “Já comprei presente da mamis... passagem pro Rio”, escreveu a jovem.
Amiga da família, Cláudia Regina Moraes Filgueiras contou que a família está em estado de choque. “É muito sofrimento. A mãe está em desespero. O pai está inconsolável. Ela era uma menina doce, simpática, filha única do Flávio. A mãe está dopada, ainda mais por enterrar a própria filha no Dia das Mães”, contou.
Cerca de 200 pessoas acompanharam o cortejo e aplaudiram a menina assim que ela foi sepultada. 
Ana Beatriz tinha o sonho de estudar medicina. “Ela estava com os avós no Espírito Santo e iria buscar a mãe no aeroporto. Seria uma surpresa”, contou.

Pai morre e filho é baleado durante discussão em forró na Zona Oeste

O fim de semana violento teve um capítulo trágico também na comunidade da Carobinha, na Zona Oeste do Rio, após um sábado de forró que deveria ter sido de celebração.
O criador de cavalos André Viana, de 59 anos, e seu filho Anderson Costa, de 26, foram baleados durante uma discussão no bar onde estava sendo realizado o forró.
André Viana foi atingido com um tiro na cabeça e morreu antes de chegar à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Mendanha. Seu filho Anderson também levou um tiro na cabeça, mas chegou com vida ao Hospital Albert Schweitzer, em Realengo.
Ele foi transferido ontem para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, onde deverá passar por uma cirurgia. A bala perfurou sua língua e está alojada próximo à coluna cervical.
Segundo um parente das vítimas, André e Anderson estavam se divertindo quando começou uma discussão entre dois outros frequentadores do bar. André tentou apartar a briga, mas foi empurrado por um dos homens.
Anderson tentou intervir para defender o pai e começou a discutir com o agressor, que sacou uma arma e efetuou os disparos. André tentou proteger o filho e acabou baleado no rosto.
A Polícia Civil já ouviu o homem que socorreu as duas vítimas e Carla Costa, mulher de Anderson, que também presenciou o crime.

MEU COMENTÁRIO

Em grau máximo de perplexidade, escrevo aqui como se já o tivesse feito, tal a velocidade com que os fatos violentos se reprisam no caótico ambiente social das glamourosas Olimpíadas de 2016. Tal situação de cruel realidade contrasta com a “ideologia das Olimpíadas” compreendida pelo povo como acontecendo numa “Cidade Maravilhosa, cheia de encantos mil”... Ora!...

... É assim quando o povo se vê impregnado por mentiras eloquentes e se envolve nelas como já sugeria Goebells (“Uma mentira repetida mil vezes vira verdade”). A mentira da Copa do Mundo passou. As Forças Armadas colaboraram intensamente para a camuflagem do ambiente social. Disso, de camuflagem, elas entendem, e serviram aos esquerdopatas ladrões e enganadores do povo interno (torcedores pátrios) e externo (turistas), instituindo um ambiente de festa amplamente compartilhado pelo ex-presidente Lula, pela presidenta Dilma, pelo ex-governador Sérgio Cabral e seu vice, pelo prefeito Eduardo Paes e demais eufóricos do meio político, empresarial e midiático.

Foi nesta onda de ideias mirabolantes que emergiu a ponta do Iceberg denominada “pacificação”. Curiosamente num momento em que o “enfrentamento” era a palavra de ordem do governante Sérgio Cabral, o que não se pode negar, eis que ocorrido após a Polícia Civil, enfrentando poderosa quadrilha de traficantes armados com fuzis, no Complexo do Alemão, matar 19 “gansos” (pena que não foram 190 ou 1900 para exterminar com o problema). E ainda nesta onda de otimismo belicoso o secretário Beltrame reforçou a fala do governante ao afirmar que “não se pode fazer omelete sem quebrar ovos”. Realmente...

Mas esse discurso não se enquadrava na ideia de uma paz necessária à Copa do Mundo e às Olimpíadas, dois emblemas mundiais avessos a quaisquer formas de violência. Portanto, precisava-se guinar a ideologia para um campo propício, o que se fez tão rapidamente como Colombo lá atrás no tempo equilibrara o seu “ovo”. Só que aqui os interessados acima sublinhados conseguiram mais: puseram de volta ao ovo a serpente da guerra e conseguiram retirar de dentro do mesmo ovo a "pomba da paz". Teria sido difícil?...

Não! Não foi difícil!... Ideologia é assim... A mídia repetiria a mentira da pacificação até o povo todo, de dentro e de fora, crer piamente nela. Mas como uma ideologia necessita de encenação prática, essas autoridades, animadas pelo lucro certo dos eventos, inventaram as UPPs a partir de uma casualidade: a PMERJ invadira o Morro Dona Marta e lá permanecera durante uma semana ou pouco mais, por conta de fraca contenda entre traficantes rivais. Esta corriqueira ação policial, acontecida na “zona do agrião”, ou seja, na Zona Sul da Cidade Maravilhosa, perduraria o suficiente para forjar na prática a ideia da “paz duradoura”.

E, como num círculo idealizado como virtuoso, a grande serpente da violência armada, porém tornada “pomba da paz” via propaganda, as UPPs foram se espalhando pela Cidade Maravilhosa. Com efeito, um ideal aparentemente real e circunscrito a 40 comunidades dominadas pelo tráfico. O restante da ideologia da pacificação generalizou-se pela propaganda massificada e direcionada ao povo daqui e de fora, mostrando as mil maravilhas do Brasil concentradas em estádios e ginásios olímpicos superfaturados para garantirem a propina, claro.

Enfim, um ideal, um agente público abraçado ao agente particular, a ação de ambos, e o resultado, tudo feito “cientificamente”, numa relação simples de causa/efeito, sem variáveis antecedentes e/ou intervenientes a interferirem no resultado traçado como “ideal”. Mas as variáveis existiam, e em muita quantidade. Travadas, porém, pela ideologia do belo e saudável, essas realidades só agora descortinam que tudo não passou e passa de perigoso círculo vicioso, de tal modo que a serpente já engoliu a “pomba da paz” e intenta comer-se a si pelo rabo até nada restar para lamentar. Que bela ação pública dos arautos da esquerda pátria que “lutaram pela democracia”! E para garanti-la dos “antidemocratas” (“de direita”) danaram a roubar de tudo que é cofre público (municipal, estadual e federal).

Que esperar num cenário de realidade que se descortina como o inverso da ideologia defendida por esses “democratas” (muitos deles trancafiados, outros de tornozeleira eletrônica, mas todos merecedores da forca ou do fuzilamento)? Que esperar dessas Olimpíadas que produzem euforia por onde passa a tocha da vergonha nacional?... Ora, só se poderia esperar a violência a provar que o ideal da “pomba da paz” é falso, e o que existe realmente é  a serpente da guerra imperando no ambiente social da Cidade Maravilhosa e do resto do país. Daí não mais se estranhar o lugar comum que se lê diariamente nos jornais. Muitas mortes!... E sem necessidade de ato terrorista, é só o que nos falta, e há de se aventar a possibilidade de mais esta ideia se tornar realidade!...

Que o Cristo Redentor nos socorra!




Um comentário:

mt disse...

Upp : Vietnam da polícia militar fluminense.