sábado, 23 de maio de 2015

RIO EM GUERRA LXXIX - PMS PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS

“O mundo está perigoso para se viver! Não por causa daqueles que fazem o mal, mas por causa dos que o veem e fazem de conta de que não viram.” (Albert Einstein)

PMs portadores de necessidades especiais jogados às traças!

Republico aqui texto que recebi do Cel PM RR Luiz Fernando Medina de Figueiredo, concordando totalmente com sua íntegra. Espero que a mídia em geral tome conhecimento do assunto e faça as devidas cobranças.

"SISTEMA DE VIDEOMONITORAMENTO URBANO


Meu nome: Luiz Fernando Medina de Figueiredo

Sou Cel PM – reformado em 1995

Sou instituidor e Presidente da Fundação Assistencial Assegura

Os Fatos:


1-  A sociedade está perplexa e temerosa com esta nova onda de assaltos e crimes praticados por menores e maiores armados de facas;

2- É imenso o número de ocorrências de furtos ao longo da Av. Presidente Vargas e Av. Rio Branco e demais logradouros do centro da cidade;

3- Não existe efetivo suficiente da PMERJ para policiar todas as áreas críticas do município do Rio de Janeiro;

4-  Até outubro de 2013, a SSP/RJ tinha um projeto com a Embratel, onde 26 (vinte e seis) BPMs da região metropolitana do RJ contava com o serviço de videomonitoramento, onde cada batalhão tinha na sua sala de operações o monitoramento das câmeras de segurança, instaladas em pontos estratégicos da sua área operacional, sendo estas câmeras operadas por policiais inativos, a maioria portadora de necessidades especiais;

5- Estes operadores – verdadeiros policiais virtuais, policiavam à distância suas áreas, e a qualquer imagem analisada como potencial ocorrência policial era de imediata passada ao responsável pelo despacho de RP, que a enviava imediatamente ao local indicado;

6- Tinha-se 24 horas por dia cerca de 260 pontos críticos monitorados. É oportuno explicar que cada câmera tinha um raio de ação de aproximadamente 500 metros;

7- A partir de 01/11/2013, ao mesmo tempo em que se assinou um novo contrato com a Embratel no valor de cerca de R$ 66.000.000,00 (sessenta e seis milhões de reais) com a finalidade de modernizar e ampliar o sistema para algo em torno de 450 câmeras, o antigo sistema foi desligado e todos os operadores – diga-se: policiais inativos portadores de necessidades especiais – foram dispensados, abandonados à própria sorte. Nossa corporação permaneceu muda;

8- Causa espanto e indignação, a insensibilidade e a crueldade perpetrada contra esses verdadeiros heróis anônimos, que muito deram e estavam dando em prol da segurança pública, contribuindo em muito com o patrulhamento dos BPM. Grande parte destes 26 (vinte e seis) BPMs com sistema de câmeras tinha nesse sistema a principal ferramenta da sua estatística de ocorrências;

9- Vale informar que só através das imagens das câmeras mais de 800 ocorrências policiais eram flagradas diariamente e vidas humanas e propriedade particular eram poupadas;

10- Relevância ainda maior tinha o Serviço de Monitoramento, pois indicavam aos policiais envolvidos nas ocorrências a identificação e a localização dos meliantes;
O quadro atual:

11-  Não existe no momento a operação do novo sistema de videomonitoramento;

12-  O Estado do Rio de Janeiro já pagou ou continua pagando à Embratel por um Sistema, se é que existe (quatrocentos e cinquenta câmeras instaladas), que não está sendo operado. As salas de operações dos batalhões estão abandonadas e canibalizadas;

13- A criminalidade, como consequência da implantação das UPP, agora está no asfalto, onde não existe um contingente de policiais suficiente para atender ao aumento da demanda criminosa.

14- A câmera de segurança, quando empregada com inteligência policial, é um dos melhores, senão o melhor instrumento disponível para um eficaz e efetivo combate à criminalidade, mantendo sob rígido controle os principais acessos aos redutos dos criminosos, identificando placas de veículos e o próprio deslocamento de criminosos;

15- Já ofertamos projetos de videomonitoramento das principais vias da cidade do Rio de Janeiro (Linha Vermelha, Linha Amarela, Av. Brasil etc.) com a identificação de placas de veículos onde diariamente ocorrem crimes contra os motoristas que por ali trafegam, sem que houvesse a mínima sensibilidade dos responsáveis para a solução desta grande mácula que paira sobre nosso estado;

16- A falta de recursos sempre foi a principal desculpa dos responsáveis para deixar de fazer o que é desejo da população. A não utilização de recursos disponíveis para ajudar no combate à criminalidade e poupar vidas humanas é insensibilidade, crueldade e frieza das nossas autoridades;

17- Não podemos nos calar e deixar que sobre a Polícia Militar recaia toda a culpa por esta nova onda de violência;

18- Temos o dever de denunciar e cobrar das autoridades da Segurança Pública a explicação da não operacionalização do Sistema de Videomonitoramento.

Vamos nos unir, a causa é justa.

Luiz Fernando Medina de Figueiredo – Cel PM RR – 

Presidente da Fundação Assistencial Assegura"


Um comentário:

Anônimo disse...

Além de cortar programas como esse ainda proliferam programas em que mocinhas sem malícia e sem conhecimento algum da rotina do serviço e das áreas operacionais atendem o 190.
Não há dinheiro para o que interessa e dá resultado para a população, mas há dinheiro para copa do mundo e olimpíadas. Até quando a parte decente da população suportará tantos desmandos?