Este é o
primeiro de uma série de artigos que postarei para devolver com palavras muitos
atos injustos insidiosamente perpetrados contra mim por um sistema situacional
viciado em inverdades e urdiduras sórdidas. A partir do segundo texto
explanarei minuciosamente o tema, para que todos os leitores, em especial os
amantes das Ciências Sociais e da verdadeira Justiça, e mais especificamente
estudantes de direito e advogados formados, além de policiais e assemelhados,
possam perceber como funcionam no RJ os bastidores de organismos públicos que
deveriam existir para promover justiça com zelo e sanidade, mas não o fazem.
Pelo contrário, usam o poder como arma para retaliar os que lhes são indigestos
por alguma razão pessoal ou ideológica. Dito, vamos então ao primeiro texto de
muitos que virão na sequência deste.
SOBRE A INJUSTIÇA DOS HOMENS
Não de agora,
recebo muitos recados dando-me conta de que tudo que escrevo é censurado por
alguns órgãos mui interessados em mim. Há até quem diga que sou invariavelmente
anotado em alguns escaninhos como “perigoso”, “subversivo” e outras
qualificações do gênero que tanto conhecemos e que se resumem ao famigerado
“consta que”. Agradeço! Já quase no final da estrada da vida, faz-me sentir que
existo. Sim, lembra-me que combati ferrenhamente o narcotráfico e obtive
sucesso! Lembra-me que causei muitos estragos às trincheiras do Mal...
E mais afirmo:
esta cultura do patrulhamento contra mim não é nova, vem de anos e não pertence
a ideologias específicas. Resume-se a alguns insanos personagens que
eventualmente ocuparam o poder e não quiseram largar o osso. Para tanto,
ajustavam-se em subserviência de baixo para cima e na implantação do terror de
cima para baixo. Esse terror, que ainda subjaz em muitos corredores obscuros do
sistema situacional, manifesta-se de diversas formas, mas sempre com o objetivo
de calar vozes contrárias.
É um terror
sub-reptício, velado, furtivo, porém ameaçador, tal como cobra venenosa prestes
a abocanhar a presa, não sem antes atacá-la de surpresa e envenená-la para que,
morta, ela não reaja. E aqui ponho as indagações: “Como conter a ira dos que
não admitem críticas e delas não sabem tirar proveito? Como aplacar a ira dos
que se sentem semideuses e agem como se efetivamente fossem? Como vencer o Mal
que eles protagonizam em nome do Bem?”
É difícil a
resposta, pois esses maliciosos têm a mente obliterada e não se preocupam além
das algibeiras que pretendem encher enquanto cuidam de destruir o que há de bom
em torno deles. Porque são adeptos do Mal! Coleiam nas sombras do poder; não
respeitam a Carta Magna e as Leis; ignoram os reais valores cultuados por
aqueles aos quais deveriam servir e menoscabam anseios e frustrações dos que
consideram seres inferiores (subordinados), até que o poder lhes fuja das mãos.
Enquanto isso, os subordinados, revoltados, passam a igualar em círculo vicioso
todos os superiores, vendo-os como emblemas permanentes dos males que lhes são
dirigidos por pessoas com cara e nome, mas que desaparecem como cobras entre
tábuas velhas e empilhadas.
Sim, eles vão à
caverna e se protegem no escuro. São, porém, representados, – como objetos de
indistinto desprezo, – por pessoas diferentes e justas, mas que,
desgraçadamente, são confundidas com os injustos por carregarem os mesmos
símbolos de um falso poder tão efêmero como a vida. Sim, sim, os injustos deste
modo agem porque sabem que os emblemas da injustiça não resistirão ao tempo e
se perderão na deslembrança. Sabem que seus nomes e caras não serão eternamente
lembrados, como, por exemplo, é rememorado em admiração o mestre Machado de
Assis, que num conto (O Espelho) resumiu esta sensação de poder a que me refiro
como jamais outro escritor o conseguiria.
Assisto a tudo
isso num misto de indignação e tristeza. E fico a lamentar o fato de a
subserviência predominar em detrimento do respeito aos mais velhos, como nos
ensinou Platão (“As pessoas idosas são como viajantes que percorreram um longo
caminho, o qual talvez tenhamos que percorrer também; por isso devemos informar-nos
se a estrada é lisa ou áspera e cheia de dificuldades.”). Qual!... Que nada!...
Pois os mais novos, eventualmente içados ao poder, – mais por sorte que mérito,
– situam-se acima de quaisquer avaliações. E em vez de pelo menos respeitarem
os mais velhos, por questão de justiça, ignoram-nos, e até os execram. E não
admitem reações. Sentem-se oniscientes, onipresentes e onipotentes, tais como
os deuses do Olimpo
Será que são
deuses, mesmo?..
Bem, até
poderiam ser figuradamente considerados, se fossem justos e honestos. Mas
geralmente não são nem uma coisa nem outra. São, sim, pobres-diabos a quem a
rígida hierarquia social permite o alcance de um falso poder, distante do real,
este que não lhes pertence. Porque o real poder, – do topo da pirâmide, – destina-se
a outras pessoas por direito de bolso ou de casta. E essas privilegiadas
pessoas apenas fingem abrir mão do poder ao rubricar delegações, isto porque,
quando o fazem, exigem a contrapartida da subserviência, esta que,
infelizmente, dá lucro enquanto perdura. E quanto maior a circunflexão moral,
mais tempo para o desfrute material do poder e de suas vantagens, mantendo-se
tudo desvantajoso para a maioria situada na base da pirâmide.
Sim, essas
pessoas não se preocupam com o desprezo futuro; não ligam para o andar de
baixo; somem de suas vistas; não são alcançadas pela indignação daqueles que
prejudicaram ou ignoraram. Porque, de algibeiras lotadas, vão para longe dos
olhos dos que oprimiram em troca de benesses, e não mais se mostram no ambiente
em que exercitaram suas injustiças. Com efeito, ocultam-se nas trevas; buscam
outros sóis para desfrutarem seus ganhos ilícitos e ilegais que passaram ao
largo das leis e da justiça. Isto porque acreditaram e ainda acreditam piamente
na hipótese de que o poder costuma punir os justos e acariciar os injustos
(“Sempre que uma pessoa julga poder cometer impunemente uma injustiça,
comete-a.” – Platão). Isto nos leva a outra reflexão platônica: “A vida do
injusto é melhor que a do justo.”
Sim, a vida do
injusto é melhor que a do justo. No fim de contas, o injusto não se assume nem
expõe publicamente sua pérfida condição (“O injusto, para ser grande em seu
mister, deve ser hábil em suas más ações e não ser percebido em sua prática” –
Platão). Eis o que vemos no mundo desde seus primórdios. Portanto, não avalio
pessoas e o poder de hoje, avalio a cultura forjada ao longo de anos. Como no
dito popular: “Manda quem pode, obedece quem tem juízo.” Mas há os que se
insubordinam e morrem defendendo suas posições contra os injustos, mesmo
cientes de que nunca vencerão as injustiças.
Ainda bem que
há no mundo esses teimosos, dentre os quais me incluo, porém sem a pretensão de
ser dono de nenhuma verdade nem melhor que nenhuma pessoa, simples ou poderosa.
No fim de contas, não tenho nenhum poder além do exercício da palavra e da
possibilidade de sonhar com um mundo melhor, este, que se encontra na ilusão e
não na realidade. Por isso invento mundos ilusórios, – assim como critico o
mundo que entendo ser real e injusto, – para que o futuro seja melhor que o
presente, já que não cuido do passado, é perda de tempo, não se desespatifa o
ovo espatifado, não se desderrama o leite derramado, eis como deixo meu modesto
recado aos anotadores de plantão, que, por óbvio, existem, embora muitos deles
nem entendam meus recados, são idiotas.
Nada disso,
porém, é fruto do acaso. Essa corja de malfeitores, liderada por ex-chefetes da
intelligentia estadual fardada,
mesmo já há anos fora de lá mantém ainda bons contatos com parte da imprensa
viciada em sensacionalismo e com outra poderosa parte viciada em vedetismo. São
todos amigos de longas datas, trocam figurinhas entre si e têm algo em comum:
detestam-me por terem fracassado em tudo que fizeram até hoje contra mim, claro
que sempre na calada da noite e na sombra da impunidade, como as serpentes já
referidas. E não vem de pouco tempo esta sórdida manobra destinada tão-só a
abalar a mais e mais a minha reputação em desrespeito à Carta Magna. Contudo,
até hoje esses sórdidos personagens não lograram êxito, as mentiras por eles (e
elas) elaboradas e repassadas para precipitadas publicações jornalísticas e
para alimentar denúncias absurdas não conseguem prosperar: esbarram, ao fim e
ao cabo, na verdade substancial que costuma nortear as justas e verdadeiras
decisões judiciais, mesmo que demorem. Mas, enquanto isso, perturbam a minha
tranquilidade jurídica...
Rogo a esses
injustos que me deixem em paz! Se não, então que permaneçam na sombra de seus
fracassos e engulam suas iras como se fossem dejetos! Porque eu continuarei
seguindo a luz do meu sucesso pessoal e profissional, em especial na literatura
que modestamente pratico, mas que ficará no mundo e na lembrança dos bons.
Porque o fim de todos é a morte física, queiram ou não esses pérfidos que vivem
ocultos nas sombras e no máximo conseguem enxergar e serem enxergados à
meia-luz, como os “zumbis”. Porque não são seres humanos! São nada mais que
coisas mortas...
3 comentários:
Fortes palavras. Aguardo o direito de defesa 2. Mas não liga para eles não. Todo império ou potência um dia desmorona.
esplêndido texto ! Seu trabalho e sobretudo seu caráter me inspiram em como transitar num ninho de víboras nomeada Estado.
Excelente! Esse texto me remete a um passado onde a ausência do direito de defesa era o prato preferido dos déspotas que detinham o poder. Não há necessidade de me alongar na narrativa porque está tudo muito bem textualizado.
-Mas quem são essas víboras? -Deixa pra lá, é melhor não cutucá-las; elas devem guardar ainda algum veneno.
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