segunda-feira, 22 de abril de 2013

Eloquência da acusação versus técnica jurídica da defesa




Em matéria de página inteira, o Jornal O GLOBO de 22 de abril de 2013 deu ênfase a mais um capítulo do seu oba-oba no sentido de condenar os PMs no processo que o próprio jornal estereotipou como “Massacre do Carandiru”, neologismo fortíssimo, capaz de não apenas estimular o júri, mas, sobretudo, atemorizá-lo, garantindo assim a premeditada condenação dos réus.

Curioso é que por mais que juristas gastem tinta e papel denunciando o compadrio do Ministério Público pátrio com a imprensa sensacionalista, que só visa ao lucro fácil e não dá a mínima para a verdade ou para o seu compromisso social de difundir informações com isenção, o povo segue puxado por esse cabresto unívoco. Posto que, unidos por laços de interesse mútuo, o Ministério Público faz política de acordo com o interesse da imprensa amiga dele, e tornam esse compadrio uma insólita “opinião pública” que não passa de opinião do jornal.

Esse processo de manipulação tem sido constante. Tornou-se, na verdade, cultura ideológica a encostar na parede do fuzilamento público quem quer que se ponha contra o interesse maior subdividido entre os que almejam a fama e os que cultuam a ganância sensacionalista para lucrar.

O longo artigo de página inteira, com foto mui bem elaborada dos promotores de justiça (sempre heróis midiáticos), reclama do fato de os réus, PMs, – enquanto cidadãos brasileiros, dentre os quais se incluem os facínoras sanguinolentos que também desfrutam dos mesmos direitos, – reclama do fato de os réus, PMs, terem direito a recursos em instâncias superiores, deste modo esvaziando o tão almejado “castigo-espetáculo”. Sim, o pão e circo terão de esperar, mas não os discursos ufanistas dos vencedores prévios, acrescidos das pitadas de ironia contra a defesa dos réus, PMs, que, embora tenha se prendido à técnica do Direito, perdeu a contenda para os discursos ideologizados dos promotores de justiça.

De toda a extensa matéria reclamando do frustrado “castigo-espetáculo”, que não executou imediatamente os réus, PMs, embora condenados a mais de cem anos cada qual, sem que se saiba ainda quem matou quem no tal “Massacre do Carandiru”, ou seja, não há a individualização do crime, – essencial à aplicação da pena, – separei apenas um pedacinho, eis que deveras significativo porque se reporta ao cerne da acusação e da defesa, ou seja, à peleja travada entre a ideologia ministerial e o direito constitucional à ampla defesa e ao contraditório sempre abalroado pelo sensacionalismo da Mídia. Sugiro, porém, a leitura completa da matéria, para não se dizer que a fragmento com o propósito de distorcer seu sentido geral. Peço ao leitor, enfim, que reflita sobre os discursos da acusação e da defesa e conclua por si mesmo pondo-se no lugar dos réus adrede condenados e dos jurados adrede pressionados ou impressionados pela imprensa marrom. É essa a democracia que o povo brasileiro almeja para si e seus descendentes?

6 comentários:

Leonardo disse...

O que me deixa mais intrigado é saber que o digníssimo senhor Luiz Antônio Fleury Filho saiu ileso disso. Afinal de contas, a PM é uma instituição subordinada ao estado,se ela fez algo foi a mando do governador!!! esse sim, é o maior culpado de todos e que deveria estar na cadeia.

Um abraço ao amigo Emir Laranjeiras

Leonardo Porto

Leonardo disse...

Agora me diz uma coisa, quanto tempo de cadeia pegou Luiz Antônio Fleury Filho? Afinal de contas, a PM é uma instituição subordinada ao estado, se ela fez algo foi a mando do governador!!! esse sim, é o maior culpado de todos!!!!!

Mas como disse Simon Bolivar: "Um povo ignorante é instrumento cego de sua própria destruição"

Um grande abraço ao amigo Emir Laranjeiras

Leonardo Porto

William disse...

Por favor não se ofenda,
Suas palavras são sábias.
Mas a Imprensa é Democrática o que faz lembrar o reaparecimento da Democracia praticamente com a Lei da Anistia pois, somente após o retorno de alguns anistiados a democracia foi exposta ao Povo e principalmente a Imprensa.
Nossos ex-lideres(representantes políticos) e alguns atuais são Anistiados.
Tenho um amigo que é Anistiado.

Começo a fazer uma sinonímia da expressão DEMOCRACIA e CAMPANHA DO DESARMAMENTO:
Sacrifício a População, expor o povo a perigo e ao ridículo.
Campanha do desarmamento: Um povo sem armas não oferece resistência.
Hoje eles temem que alguém se rebele e faça o mesmo que fizeram no passado.
O verdadeiro medo de perder o poder.
Cel, pessoas com o seu caráter fazem falta no Governo de uma nação.
Muitos temem a força de suas palavras e as verdades que elas trazem.

Gilson Nicolau disse...

O que mais me dá ódio, São os Comandantes amarados a políticas governamentais e permitirem que seus comandados sejam submetidos a verdadeiros linchamentos jurídicos.

Anônimo disse...

Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Eloquência da acusação versus técnica jurídica da ...":

Esse julgamento dos PMs que fizeram a limpeza no Pavilhão 9 é coisa da esquerdalha. Daqui a pouco vão perseguir os PMs da época da Gratificação Faroeste do Governo Marcello Alencar. O Bestrame volta e meia adora criticar a política adotada pelo governo tucano nos idos de 1995-1999. O Bestrame se coloca como um agente da PAZ, só que p... de PAZ é essa em que a população fica a mercê dos bandidos que não são presos nas ocupações?
No Carandiru foram 111 de uma só vez. No governo Marcello Alencar eram dezenas de bandidos que morriam toda semana. Em 1995, a Cívil subiu a Nova Brasília e despachou 20 pro inferno de uma só vez. A esquerdalha batizou esse episódio de "Chacina da Nova Brasília", assim como o episódio semelhante ocorrido em Outubro de 1994 no qual a PCERJ tb invadiu a Nova Brasilia e mandou varios vagabundos pro inferno. No fim de semana anterior os vagabundos haviam metralhado a 21ª DP em Bonsucesso e um policial teria tido a perna amputada por tiros de fuzil. Na época da invasão o então delegado da DRE Antônio Nonato da Costa disse a célebre frase .. Se nos derem flores devolveremos flores, se nos derem balas devolveremos balas. Na época a delegacia da Penha do Delegado João Fontenelle chegou a construir um muro de concreto e aço e conseguiu emprestada com o exército uma metralhadora ponto 30 para reagir em caso de ataque dos bandidos.
Tudo que a Polícia fez pra garantir a lei e a ordem do cidadão nos anos 80 e 90... é condenado pela esquerdalha. Afinal o sonho de todo esquerdista é acabar com a Polícia Militar no Brasil, pois a Polícia Militar para eles é o resquicio do regime militar que eles chamam erroneamente de ditadura. Ironicamente no que eles chamam de ditadura foi onde o país cresceu e se desenvolveu. A exemplificação que digo disso ocorreu recentemente quando a ministra dos direitos do manos Maria do Rosário (aquela que tomou um chega pra la do Bolsonaro) atacou a ROTA (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar) 1º BPMESP pelo fato da ROTA destacar em seu website a sua participação no Regime Militar, com destaque na Operação Bandeirante (OBAN) aquela que mandou o guerrilheiro Lamarca pro inferno E que foi coordenada pelo então general do exército Newton de Albuquerque Cerqueira, que foi o segundo secretario de segurança do governo Marcello Alencar, apos a saída do tambem General Euclimar da Silva (aquele que coordenou a segurança da ECO-92).
A esquerda não conseguiu implantar o seu projeto totalitário nos anos 60, pois as forças armadas os impediram. Então eles infiltraram em setores da imprensa, nas universidades militantes para disseminar a ideologia vermelha. Isto é claramente visto na imprensa desde a década de 80. O primeiro caso que me recordo em que a imprensa bateu na PMERJ foi o Caso Marcellus Gordilho. Segundo a imprensa o jovem teria resistido a prisão e se recusado a entrar no chiqueirinho da viatura e por isso teria sido espancado por policiais. O caso ocorreu alguns dias após o Governo Moreira Franco assumir. Aliás a imprensa na época cunhou um termo para atacar o Governo Moreira Franco.. "Polícia do Moreira" pra taxar a polícia do então governador de violenta.
A tática deu tão certo que no governo seguinte voltamos a inércia. O caudilho maldito foi reeleito e em 94 em sua ambição de ser presidente largou a cidade nas maos do seu então sec de segurança Nilo Batista. Em tese o Nilo Batista governava, mas quem mandava na cidade era o CV com ações ousadas que mergulharam a cidade no caos. Foi a época em que se popularizaram os arrastões em túneis, a granada e os fuzis COLT AR-15 nos morros.
No governo Marcello Alencar a bagunça acabou. A polícia combatia a bandidagem de igual pra igual. Acabou a era em que o bandido levava vantagem no poderio bélico. O fuzil chegou a mao da polícia e esta tinha carta branca para exterminar o mal pela raiz.

(continua)

Anônimo disse...

Bom voltando a imprensa é a época que surge o episódio que a imprensa batizou de "Muro da Vergonha" em que durante uma batida policial na Cidade de Deus segundo a imprensa ocorria abuso policial. O mais irônico é que a filmagem feita por um morador da CDD apareceu alguns dias após a divulgação do vídeo da favela naval em Diadema, no qual o policial Otávio Lourenço Gambra, o Rambo.. usava e abusava do seu poder como agente da lei ao atirar contra um carro e vitimar o mecânico Mario Josino.
Mais recentemente o JN mostrou uma reportagem no sábado de uma troca de tiros na segunda maior favela de Sao Paulo e que o vagabundo foi morto. Na reportagem de sábado havia mostrado que no porta-malas do carro havia um colete com as iniciais da facção que atua em SP (PCC). No dia seguinte aparece um vídeo filmado por morador de comunidade dizendo que o bandido não havia sido morto no auto de resistencia. Mas sim que havia sido executado dentro da viatura. E que o morto não era bandido, mas sim trabalhador. A propria imprensa se contradiz. Fala uma coisa em um dia e se contradiz no outro.
Pra finalizar me embrulhou o estomago ao assistir o documentário ônibus 174 do José Padilha. Glamourizam o bandido Sandro e demonizam a PMERJ e o BOPE na epoca comandado pelo Coronel Penteado. O documentário é uma ode a bandidagem. Colocam o Sandro (o sequestrador) como vítima do sistema, o excluído social. E colocam o BOPE e a PMERJ como o demônio. Invertem totalmente os valores.
Renato Russo nos anos 80 ja perguntava:
Que País é Esse?
E o povo responde
É a porra do Brasil!!!!

PS: Me desculpem pela linguagem chula...Mas eu fico indignado!!!