É comum jornalistas notáveis, ― para reforçar seus argumentos, ― aludirem a uma opinião pública geralmente resultante de reportagens do próprio jornal que os emprega; reportam-se, enfim, à opinião do jornal... Vale a assertiva para outros veículos de comunicação, cada qual com suas ideologias e seus interesses mercadológicos. Também as manifestações promovidas por segmentos sociais cujos interesses são muitas vezes divergentes projetam a falsa impressão de que resumem a opinião pública. A verdade, porém, é que muitas dessas manifestações são estimuladas por líderes eloquentes ou resultam daquele clamor midiático que se confunde com opinião pública. São, portanto, fenômenos que se esgotariam em si se não gerassem mídia e vice-versa.
Não é tão simples validar a opinião pública decorrente da exploração pura e simples do notório clichê. Afinal sua citação funciona apenas reforço dos que escrevem em elegância vazia de prova. Até mesmo a pesquisa de opinião pode ser manipulada e produzir inverdades. Daí ser prematuro crer em estatísticas ou em afirmações sem maiores fundamentos além da fama do autor, pois as sutilezas midiáticas culminam por influenciar o leitor no sentido de acolher como verdade uma mentira. Pior ainda quando a mentira é “repetida mil vezes” (Goebells), mesmo de forma oblíqua, como, por exemplo, denominar alguém como “comparsa” de algum denunciado por “formação de quadrilha” antes de condenação transitada em julgado. Deste modo, o “comparsa” e seu “líder” são adrede tachados de “criminosos” num sistema de prejulgamento danoso à reputação dos atingidos.
O exemplo abunda ultimamente em vista dos rumorosos casos brasilienses, claro que com o nítido interesse midiático de condenar antes de a justiça julgar. No âmbito político isto chega a ser indecente, os deputados declinam suas posições geralmente condenatórias antes de qualquer exercício da ampla defesa e do contraditório por parte dos acusados. Deste modo, é possível supor que os verdadeiros julgadores (magistrados) se contaminem ou se sintam pressionados a ponto de mudar uma decisão técnica para ajustá-la ao clamor midiático. E assim a opinião pública, que não passa de opinião publicada e resultante de interesses muitas vezes inconfessáveis, comanda o espetáculo da injustiça.
O mal disso tudo está na raiz: o Ministério Público e seu desmedido poder de retaliar por meio de falsas opiniões postas em denúncias como “verdades” que os acusadores se propõem a provar no processo. Quando não provam, apenas lamentam e nada lhes acontece, o que me faz lembrar um dito de cujo autor não me recordo e que aqui reproduzo em minhas palavras: “Quando alguém percebe que pode cometer um crime impunemente, comete-o!” Sim, porque a injustiça produzida pela falsa opinião é “culpa do estado”, e, enquanto não se conclui pela veracidade das acusações, vale a denúncia, que é sempre assertiva quanto à culpabilidade do acusado, mesmo que fundada em calúnia ou em absolutamente nada.
Seria simples afirmar que nos países verdadeiramente democratas e civilizados a “injustiça perfeita” não existe. Ora, para contestar basta lembrar o caso do cantor Michael Joseph Jackson (Gary, 29 de agosto de 1958 — Los Angeles, 25 de junho de 2009), que foi trucidado por inverdades e depois inocentado, mas restando do inocente um trapo humano irrecuperável e levado à morte precoce. Quem se recorda das cenas do cantor nas sessões de instrução e julgamento como um “Cristo hodierno” sabe o que digo. E tudo contra ele aconteceu por causa da arrogante e doentia atuação de um promotor de justiça, sendo certo que nada contra o insano acusador aconteceu como punição por sua atrocidade em nome do “Estado versus Michael Jackson”...
Nada demais, o mundo é assim desde os primórdios. A vigilância e a punição são atributos dos poderosos estatais, e eles são submissos apenas ao poder maior, ao capitalismo selvagem, embora finjam isenção ao disparar contra algum capitalista seus venenos para generalizar brilhantemente a ação isolada. Enfim, mostram a árvore para ocultar a floresta... Neste contexto só cabe dar razão a Trasímaco: “A justiça é o interesse do mais forte, ou seja, do governante.” Azar de Sócrates, que morreu executado depois de condenado pelos Trinta Tiranos crendo na sua máxima: “A injustiça perfeita, tanto nos estados como nos indivíduos, tem efeitos funestos para eles”. Que efeitos funestos?...
Não é tão simples validar a opinião pública decorrente da exploração pura e simples do notório clichê. Afinal sua citação funciona apenas reforço dos que escrevem em elegância vazia de prova. Até mesmo a pesquisa de opinião pode ser manipulada e produzir inverdades. Daí ser prematuro crer em estatísticas ou em afirmações sem maiores fundamentos além da fama do autor, pois as sutilezas midiáticas culminam por influenciar o leitor no sentido de acolher como verdade uma mentira. Pior ainda quando a mentira é “repetida mil vezes” (Goebells), mesmo de forma oblíqua, como, por exemplo, denominar alguém como “comparsa” de algum denunciado por “formação de quadrilha” antes de condenação transitada em julgado. Deste modo, o “comparsa” e seu “líder” são adrede tachados de “criminosos” num sistema de prejulgamento danoso à reputação dos atingidos.
O exemplo abunda ultimamente em vista dos rumorosos casos brasilienses, claro que com o nítido interesse midiático de condenar antes de a justiça julgar. No âmbito político isto chega a ser indecente, os deputados declinam suas posições geralmente condenatórias antes de qualquer exercício da ampla defesa e do contraditório por parte dos acusados. Deste modo, é possível supor que os verdadeiros julgadores (magistrados) se contaminem ou se sintam pressionados a ponto de mudar uma decisão técnica para ajustá-la ao clamor midiático. E assim a opinião pública, que não passa de opinião publicada e resultante de interesses muitas vezes inconfessáveis, comanda o espetáculo da injustiça.
O mal disso tudo está na raiz: o Ministério Público e seu desmedido poder de retaliar por meio de falsas opiniões postas em denúncias como “verdades” que os acusadores se propõem a provar no processo. Quando não provam, apenas lamentam e nada lhes acontece, o que me faz lembrar um dito de cujo autor não me recordo e que aqui reproduzo em minhas palavras: “Quando alguém percebe que pode cometer um crime impunemente, comete-o!” Sim, porque a injustiça produzida pela falsa opinião é “culpa do estado”, e, enquanto não se conclui pela veracidade das acusações, vale a denúncia, que é sempre assertiva quanto à culpabilidade do acusado, mesmo que fundada em calúnia ou em absolutamente nada.
Seria simples afirmar que nos países verdadeiramente democratas e civilizados a “injustiça perfeita” não existe. Ora, para contestar basta lembrar o caso do cantor Michael Joseph Jackson (Gary, 29 de agosto de 1958 — Los Angeles, 25 de junho de 2009), que foi trucidado por inverdades e depois inocentado, mas restando do inocente um trapo humano irrecuperável e levado à morte precoce. Quem se recorda das cenas do cantor nas sessões de instrução e julgamento como um “Cristo hodierno” sabe o que digo. E tudo contra ele aconteceu por causa da arrogante e doentia atuação de um promotor de justiça, sendo certo que nada contra o insano acusador aconteceu como punição por sua atrocidade em nome do “Estado versus Michael Jackson”...
Nada demais, o mundo é assim desde os primórdios. A vigilância e a punição são atributos dos poderosos estatais, e eles são submissos apenas ao poder maior, ao capitalismo selvagem, embora finjam isenção ao disparar contra algum capitalista seus venenos para generalizar brilhantemente a ação isolada. Enfim, mostram a árvore para ocultar a floresta... Neste contexto só cabe dar razão a Trasímaco: “A justiça é o interesse do mais forte, ou seja, do governante.” Azar de Sócrates, que morreu executado depois de condenado pelos Trinta Tiranos crendo na sua máxima: “A injustiça perfeita, tanto nos estados como nos indivíduos, tem efeitos funestos para eles”. Que efeitos funestos?...
4 comentários:
Misoca, Misoca,esqueça o passado,viva o presente da melhor forma possivel, e reze todo dia para chegar ao futuro. Aqueles que lhe fizeram mal, ou estão mortos, presos ou no ostracismo. A vida continua...
Belzeba
Caro Belzeba
Não é passado! É presente! E eu não desisto de emitir minha opinião sobre os invejosos porque eles, e elas, intentam sempre destruir os invejados. Daí a inveja ser um dos sete pecados capitais, que devem ser sempre combatidos pelos que defendem o Bem em detrimento do Mal.
Ok, mas eles não merecem que voce continue sofrendo...,
Belzeba
Postar um comentário