A greve na Bahia vem servindo de mote para especulações várias, algumas tão absurdas que indicam tão-somente a malícia dos especuladores. A maior das ilações é proveniente do governante baiano, que insiste em “nacionalizar” um problema local a ponto de convencer a Presidenta Dilma nesse sentido. Ora, tudo é apenas fruto do tresvario dele, que desde muito demonstra não gostar de farda por questões ideológicas e pretende enraivecer os militares estaduais do país inteiro. Trata-se, portanto, de um problema tipicamente baiano que ele não sabe ou não quer solucionar, tanto que os movimentos de reivindicação salarial em outros estados cessaram tão logo as partes em conflito eliminaram as divergências, mesmo sendo elas extremadas. Enfim, está provado por exemplos anteriores que o sensacionalismo buscado pelo governante baiano não procede. Ele, sim, não busca entender os anseios dos companheiros da PMBA com a razão nem com o coração, mas com o fígado.
Claro que uma paralisação geral e simultânea de quase 500.000 militares estaduais no serviço ativo Brasil afora é tão incrível que nem merece atenção. A uma porque em muitos Estados Federados as Polícias Militares já estão contempladas com remunerações dignas, especialmente nas unidades federativas em que prevalece o modelo de subsídio. Essas corporações estão trabalhando normalmente e satisfeitas, o que de pronto desanca a insinuação de uma greve geral de Polícias Militares no território nacional em vista da PEC 300. A duas porque o militar estadual, em absoluta maioria, respeita o seu JURAMENTO de servir à sociedade até com o risco da própria vida e prefere caminhos racionais para solucionar seus graves problemas remuneratórios, somente apelando para a ameaça de paralisação em situações extremas em que o governante, como é o caso baiano, decide não negociar e confrontar com a tropa ofendendo-a em linguajar chulo. O que ele conseguiu foi acordar a oficialidade baiana, que saiu do silêncio e está mandando um recado claro de apoio às praças. Claro que as ofensas generalizadas pelo governante, atingindo indistintamente toda a tropa da PMBA, não são nada prudentes. Pelo contrário, são destemperadas e não levarão o movimento a bom termo. Ele esquece que a índole do militar estadual é a do enfrentamento ao banditismo e não do temor de nenhuma violência contra si desferidas por quem quer que seja, incluindo o Exército e outras forças federais coirmãs. Mas é um problema baiano, insisto, e não um problema nacional, que é especulação sensacionalista irresponsável.
Aqui no RJ, creio que o movimento se encaminha para um desfecho feliz, dentro da ótica de que política é arte de negociação que deve se anteceder a qualquer ato de violência, e uma greve em pleno Carnaval será um ato de violência contra a população destinatária da segurança pública, no caso, toda a sociedade carioca e fluminense. Não consigo deglutir tal greve no Carnaval como ameaça extrema, que me desculpem os líderes do movimento grevista e me perdoem os companheiros que estão na linha de frente das manifestações!
Eu até poderia me esquivar de dizer o que sinto, mas eu me sentiria um covarde se não o fizesse porque também me impõe o meu juramento diante da Bandeira Nacional, como já manifestei e reitero, de modo a tentar induzir os companheiros ao exercício da razão em vez de se deixarem levar pela eloquência de alguns irados manifestantes. Claro que assim me posiciono porque há acenos de negociação por parte do governo, que tenta se antecipar no sentido do atendimento das reivindicações dos militares estaduais e dos policiais civis, mesmo que parcialmente. Baseio-me em declarações do próprio governante na CBN, demonstrando, inclusive, serenidade ao tratar da crise, o que não vimos nele, faz pouco tempo, ao reagir mal à manifestação dos bombeiros. Mas isto é passado e serviu também de experiência que não merece nem ser lembrada, quanto mais repetida em novas cenas de violência.
Enfim, nós, militares estaduais, não devemos reeditar aqui a situação baiana, com a qual somos solidários, sim, já que o governante de lá se mantém irredutível e grosseiro, tal como o irmão do governante do Ceará, que perdeu a razão por não se manter calado. Mas aqui é o Rio de Janeiro, é o tambor do Brasil, e devemos ter em mente as consequências de uma ação grevista deflagrada sem o apoio da sociedade e talvez até com seu apupo e este é o meu temor que aqui manifesto em sinceridade e sem a pretensão de ser dono de nenhuma verdade.
Creio que seria uma demonstração de grandeza manter a mobilização e garantir plena segurança no Carnaval; aliás, até mais segurança, oferecendo-se a tropa ao trabalho na folga, de modo a que a sociedade futuramente nos aplauda se houver a necessidade de greve. No fim de contas, temos o compromisso de manter imaculados os nossos valores corporativos e o patriotismo, em honra dos nossos ancestrais que doaram a vida em defesa da liberdade nas guerras contra os inimigos da pátria e em defesa da sociedade no cotidiano da luta contra o perigoso banditismo, este que torce pela paralisação para tornar a vida dos cidadãos cariocas e fluminenses ainda mais intranquila. E dentre esses cidadãos estão nossos amigos, nossos filhos e filhas, nossos pais, nossos irmãos, entre milhões de famílias a serem protegidas com o dobro da nossa atenção durante os festejos momescos. Sim, prefiro crer no movimento inverso, ou seja, o do labor intenso em vez da greve, que pode ficar para depois, se for o caso, e sem nenhum “canto da sereia” a estimular o "quanto pior melhor"...
Claro que uma paralisação geral e simultânea de quase 500.000 militares estaduais no serviço ativo Brasil afora é tão incrível que nem merece atenção. A uma porque em muitos Estados Federados as Polícias Militares já estão contempladas com remunerações dignas, especialmente nas unidades federativas em que prevalece o modelo de subsídio. Essas corporações estão trabalhando normalmente e satisfeitas, o que de pronto desanca a insinuação de uma greve geral de Polícias Militares no território nacional em vista da PEC 300. A duas porque o militar estadual, em absoluta maioria, respeita o seu JURAMENTO de servir à sociedade até com o risco da própria vida e prefere caminhos racionais para solucionar seus graves problemas remuneratórios, somente apelando para a ameaça de paralisação em situações extremas em que o governante, como é o caso baiano, decide não negociar e confrontar com a tropa ofendendo-a em linguajar chulo. O que ele conseguiu foi acordar a oficialidade baiana, que saiu do silêncio e está mandando um recado claro de apoio às praças. Claro que as ofensas generalizadas pelo governante, atingindo indistintamente toda a tropa da PMBA, não são nada prudentes. Pelo contrário, são destemperadas e não levarão o movimento a bom termo. Ele esquece que a índole do militar estadual é a do enfrentamento ao banditismo e não do temor de nenhuma violência contra si desferidas por quem quer que seja, incluindo o Exército e outras forças federais coirmãs. Mas é um problema baiano, insisto, e não um problema nacional, que é especulação sensacionalista irresponsável.
Aqui no RJ, creio que o movimento se encaminha para um desfecho feliz, dentro da ótica de que política é arte de negociação que deve se anteceder a qualquer ato de violência, e uma greve em pleno Carnaval será um ato de violência contra a população destinatária da segurança pública, no caso, toda a sociedade carioca e fluminense. Não consigo deglutir tal greve no Carnaval como ameaça extrema, que me desculpem os líderes do movimento grevista e me perdoem os companheiros que estão na linha de frente das manifestações!
Eu até poderia me esquivar de dizer o que sinto, mas eu me sentiria um covarde se não o fizesse porque também me impõe o meu juramento diante da Bandeira Nacional, como já manifestei e reitero, de modo a tentar induzir os companheiros ao exercício da razão em vez de se deixarem levar pela eloquência de alguns irados manifestantes. Claro que assim me posiciono porque há acenos de negociação por parte do governo, que tenta se antecipar no sentido do atendimento das reivindicações dos militares estaduais e dos policiais civis, mesmo que parcialmente. Baseio-me em declarações do próprio governante na CBN, demonstrando, inclusive, serenidade ao tratar da crise, o que não vimos nele, faz pouco tempo, ao reagir mal à manifestação dos bombeiros. Mas isto é passado e serviu também de experiência que não merece nem ser lembrada, quanto mais repetida em novas cenas de violência.
Enfim, nós, militares estaduais, não devemos reeditar aqui a situação baiana, com a qual somos solidários, sim, já que o governante de lá se mantém irredutível e grosseiro, tal como o irmão do governante do Ceará, que perdeu a razão por não se manter calado. Mas aqui é o Rio de Janeiro, é o tambor do Brasil, e devemos ter em mente as consequências de uma ação grevista deflagrada sem o apoio da sociedade e talvez até com seu apupo e este é o meu temor que aqui manifesto em sinceridade e sem a pretensão de ser dono de nenhuma verdade.
Creio que seria uma demonstração de grandeza manter a mobilização e garantir plena segurança no Carnaval; aliás, até mais segurança, oferecendo-se a tropa ao trabalho na folga, de modo a que a sociedade futuramente nos aplauda se houver a necessidade de greve. No fim de contas, temos o compromisso de manter imaculados os nossos valores corporativos e o patriotismo, em honra dos nossos ancestrais que doaram a vida em defesa da liberdade nas guerras contra os inimigos da pátria e em defesa da sociedade no cotidiano da luta contra o perigoso banditismo, este que torce pela paralisação para tornar a vida dos cidadãos cariocas e fluminenses ainda mais intranquila. E dentre esses cidadãos estão nossos amigos, nossos filhos e filhas, nossos pais, nossos irmãos, entre milhões de famílias a serem protegidas com o dobro da nossa atenção durante os festejos momescos. Sim, prefiro crer no movimento inverso, ou seja, o do labor intenso em vez da greve, que pode ficar para depois, se for o caso, e sem nenhum “canto da sereia” a estimular o "quanto pior melhor"...
Para conhecimento do leitor deste blog: http://cbn.globoradio.globo.com/cbn-rj/2012/02/06/CABRAL-GARANTE-QUE-NAO-HAVERA-GREVE-DE-POLICIAIS-NO-RIO-DURANTE-O-CARNAVAL.htm
12 comentários:
Ótimo posicionamento Larangeira. Abordou muito bem a questão com que o Rio de Janeiro se depara. Naturalmente que cada corporação tem problemas próprios e cada uma sabe onde lhe aperta o calçado e toma as suas decisões. Mas a PMERJ só tem um caminho: manter a dignidade profissional. É difícil? É, e muito. Contudo a corporação não pode esperar que essa dignidade venha"CONCEDIDA" pelos políticos que aí estão de passagem - e bem rápida esperamos -, pois, a dignidade tem que brotar e vicejar no coração de cada componente da PMERJ, independentemente de como ela é tratada. Chegará a hora que voltaremos a ser bem pagos e reconhecidos e basta que a instituição se desdobre e mostre de fato e com garbo o seu trabalho. Infelizmente, a cada dia que passa estamos vendo menos PMs nas ruas e isso não pode acontecer. Dizem que estamos com 50.000 PMs na ativa, mas ninguém 'sente' que isso seja verdade... Por que deixamos o efetivo crescer tanto, se o Governo Estadual reclama que não tem recursos? Deveríamos fazer como a Polícia Federal procede, contando com um efetivo irrisório diante da sua missão, mas em compensação garantindo para eles um senhor salário... e com ele - o bom salário - conseguem resguardar a dignidade tão almejada por todos. O bom salário - nem precisaria ser ótimo - deveria ser como que uma cláusula pétrea, condição 'sine qua non' para se pensar em qualquer crescimento do efetivo. Um exército de 50.000 miseráveis não faz frente a um de 10.000 bem equipado e nutrido, verdade que até crianças da creche sabem. Então, aos valorosos da ativa, que mantenham cada um a dignidade no mais alto patamar, esquecendo esse negócio de greve que só adianta aos aventureiros; usar de inteligência para abrir os olhos dos governantes que agora estão aí e que ninguém garante que estarão amanhã; e, finalmente, orarmos a cada amanhecer a Nosso Senhor para que nos dê o pão nosso de cada dia. Amém. Abs. Monnerat
Caríssimo Larangeira,
A duas fotos, postadas por você, encabeçando o teu primoroso texto dão o que pensar. Admito que fiquei um bom tempo examinando os dois quadros, os quais, ontem, já tinha tido oportunidade de ver na televisão, ocasião que uma estranha sensação me assaltou.
A primeira foto mostra o General Comandante da tropa federal recebendo um bolo, pois salvo engano, coincidentemente, ontem ele comemorava aniversário. Mas quem entregava o bolo era um cidadão, presumivelmente grevista, mas paramentado como um autêntico marginal, com a cabeça envolta numa camisa, deixando folga para cobrir a face para se proteger quiçá contra fotos identificadoras e/ou gás de pimenta ou mostarda. Um tipo igual àqueles que costumam aparecer em rebeliões em presídios.
Na segunda imagem aparece o General sendo abraçado pelo tal indivíduo e visivelmente comovido, tentando segurar as lágrimas. Um quadro comovente, dramático mesmo.
O que não aparece nas fotos foram as palavras pronunciadas antes daquele momento pelo General, anunciando que estaria ali naquele preciso local, entre os manifestantes e as tropas, sem colete, de modo a garantir a paz aos elementos postados naquele terreno e naquelas circunstâncias.
Sem dúvida que o vivido e honrado General tinha consciência de que na verdade estava envolvido no controle de um motim muito real, o espantalho de qualquer organização militar, fato de gravidade extrema que investe contra a lógica de sobrevivência não só de uma corporação, mas, também, de forma ampla atinge até a garantia de sobrevivência de um regime democrático. É a instalação do caos. O fim da picada, na verdadeira acepção da expressão.
Por outro lado, o experimentado e honrado General, ao conter suas lágrimas, parecia que tinha que admitir um tratamento condescendente com aqueles pobres diabos, pois certamente é pai e avô, enxergando em todos os que o cercavam os seus filhos e os seus netos. São brasileiros e ele não foi estruturado para combater brasileiros.
O honrado e digno General demonstrou ser alguém esmerilhado e polido ao extremo, preparado para a vida em sua concepção integral – material e espiritual – e deve ter processado em seu coração tudo o que tem visto de bom e de errado acontecendo neste país e, seguramente, ficou impossibilitado de intervir manu militari como os manuais recomendariam.
Irmãos brasileiros, que terrível encargo têm os militares neste mar de mal feitos que toma conta do Brasil e é alimentado pelos que detêm as rédeas da política, os quais atentam, com a maior tranqüilidade possível, nada mais nada menos, contra a própria DEMOCRACIA!
Abraço fraternal,
Monnerat
O episódio, que foi antecedido do entoar da velha canção de parabéns, culminou por gravar uma cena insólita e que merece muita reflexão. Creio até que o General foi para a linha de frente porque o primeiro contato entre os verde-olivas e os PMs foi dramático, quase trágico, com um soldado verde-oliva apontando o fuzil para um sargento que é deputado estadual, este que reagiu abrindo o paletó e mandando o verde-oliva atirar primeiro nele antes de disparar contra os manifestantes. Seria uma tragédia como Carandiru, o que fez o General, decerto, tomar as rédeas para evitar o confronto. Claro que os PMs, que de algum modo souberam do aniversário, aproveitaram para agradecer a intervenção da alta autoridade militar no sentido de evitar um iminente confronto sangrento. Mas a cena, independentemente do modelito do grevista, talvez mais para se proteger do gás lacrimogêneo ou pimenta, pois a cara dele está descoberta, serve de recado aos fomentadores do caos instalados na alta esfera governamental. Se tentaram usar o EB contra a PM, a imagem que ficou foi inversa e perversa para essa gentalha que se alçou ao poder, dentre as quais se destaca o desequilibrado governante, que, paradoxalmente, estimulou greve ainda mais violenta da PMBA no passado recente. Quer dizer, em Chico pode dar pau, mas em Francisco, não. Cá entre nós, o episódio tende a se desdobrar em muitas reflexões, ficando primeiramente a ideia de que não fracionarão os fardados pondo uns contra os outros. Imagine só, cara, um General cuidando pessoalmente de evitar uma tragédia que talvez fosse desencadeada pelos mais novos, como quase aconteceu no caso do deputado com o fuzil ao peito e o verde-oliva (broncão) com cara de poucos amigos e doido para apertar o gatilho?... Que cenas!
CÓPIA DE COMENTÁRIOS POSTADOS SOBRE A ENTREVISTA DO GOVERNADOR NA CBN, EM 06/02/2012.
TEXTOS
Marcelo da Silva Moreira,20:41, 06/02/2012
Por que a CBN não convida o Governador e as lideranças da PMERJ, CBMERJ e PCERJ para conversarem? Quando em período eleitoral vcs promovem debates, seria difícil fazer essa intermediação?
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Wilson de Araujo Filho,19:20, 06/02/2012
Fabio F. Figueiredo,19:01, 06/02/2012
Agora todos podemos ficar mais tranquilos! Kkkkkkkkkkkk... A "Família Segurança Pública" está irmanada com o governador, segundo o "jornalismo isento" da CBN que só ouviu o GOVERNO, ignorando a opinião dos PROFISSIONAIS da segurança pública e de seus REPRESENTANTES SINDICAIS.
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JOSE COSTA,18:55, 06/02/2012
muito me admira a radio só ouvir a voz do governador que fala numeros inexistentes , se a tropa tivesse satisfeita não haveria a possibilidade de greve , o que ha é uma minoria ganhando gratificação e a maioria se ferrando para segurar a bandidagem , ouçam os dois lados voces são respeitados por iss
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ROBERTA MEDEIROS DA SILVA ABILIO,18:37, 06/02/2012
É ERRADO DAR AUMENTO PARA PMERJ,CBMERJ E PCERJ MAIS VC ESQUEÇEU DE FALAR QUE VC NÃO ESTAVA SATISFEITO COM SEU SALIRIO QUE QUE GANHOU AUMENTO NÉ QUE JANEIRO JA TEVE O REAJUSTE NA SUA CONTA ESTA LÁ NÉ 20.000,VC MENTE DEMAIS!!
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ROBERTA MEDEIROS DA SILVA ABILIO,18:35, 06/02/2012
O MAIS INTERESSANTE É QUE ELE DISSE QUE OS PMS ESTÃO SATISFEITOS COM ESSES GRATIFIÇÕES NÃO SÃO TODOS OS PMS QE RECEBEM ESSA GRATIFICAÇÃO DE 300 E 500R$ MUITOS NÃO RECEBEM PORQUE ESTÃO DOENTES EM CASA POR EXEMPLO QUEM ESTA DE IFP NÃO TEM DIREITO CADE A IGUALDADE GOVERNADOR?
Wilson de Araujo Filho,19:20, 06/02/2012
A polícia que vocês terão. Como não ter greve? RIO: CRISE NA SEGURANÇA PÚBLICA - VISITA DO COMANDANTE GERAL AO CFAP – A RESPOSTA DE UM ALUNO. COMENTÁRIO ANÔNIMO: Sou aluno do CFAP Sim, Comandante! Hoje tivemos a visita do "ilustre" Cmt da PMERJ que nunca sequer nos deu um "bem vindos" e apareceu para nos ameaçar. Reuniram a Cia na quadra do CFAP para ouvirmos ameaças da boca do CMT. "Eu tenho acompanhado tudo pelo facebook, sei da greve, vocês são alunos, não são policiais. Vocês podem ser expulsos se aderirem à greve. Não se envolvam com os líderes do movimento, pois os mesmos não irão ajudá-los se vocês forem expulsos. Não adianta vir bater na porta, mandar alguém, vocês são alunos." O que me indigna é que ele apareceu para nos ameaçar, contrariando toda a Constituição Federal. Onde já se viu? Ameaça de expulsão! Ele não sabe o que passamos. Que não temos água na CIA há 2 dias. Que não temos uniforme, que nosso salário atrasou 2 meses, que não recebemos o vale de R$100,00 no Natal. E olha que entramos em agosto! O rancho é uma imundície. Fede à gordura velha. O chão escorrega de tão sujo. A panela de pressão é limpa com uma vassoura. Isso mesmo, uma vassoura. Mas isso não é o problema. Ela é usada pra isso, mas só que a colocam no chão depois...
...As marcas dos alimentos são as mais desconhecidas do mundo: arroz Caxangá (nunca ouvi falar), palmito Real Gourmet ( depois q vc come, nunca quer saber, tem gosto de bagaço). Os terceirizados da cozinha não fazem nada. Tratam os alunos mal, como se eles fossem os policiais. Os pratos são mal lavados pela funcionária mal humorada lá. Os garrafões de suco ficam abertos, entra abelha, barata, e o que passar pelo gargalo. Lavei as máquinas de suco, elas estavam cheias de limo! Uma nojeira só! Tem uns lá que até trabalham direito, mas a maioria fica olhando. O chão escorrega. A cozinha não tem janela, fica aberta à noite inteira - entra rato, barata... O Contêiner que é geladeira fede à podre, e a carne fica aberta naquelas caçambas brancas - iguais as que guardam peixes, as mesmas são sujas, imundas! Não tem faca nem pra cortar alimentos! Você que use as unhas! Se a comida acaba, eles não ligam pra fazer mais, nós que temos que esperar ou ficamos sem comida. Quando sobra comida, vai tudo pro lixo, que é atrás da cozinha e fede como a cozinha. Gordura pura etc... fede muito! Quando tem strogonoff o cara mistura massa de tomate com vinagre pra tentar dar um gostinho... putz! Todo dia é o mesmo suco: uva ou groselha. Às vezes guaraná natural, às vezes! Os recrutas que lavam todas as panelas e utensílios da cozinha, salvo os pratos que são lavados pela (...) terceirizada!...
Tirar serviço na cozinha é pior que na guarda! Os coletes fedem muito! Nem vou comentar sobre alguns aspectos, pois não é bom revelar. Na Cia não tem alojamento pra quem tirar serviço. No meu 1º serviço queriam que dormíssemos na 2ª Cia, em beliches que estão caindo, todos e tortos ou quebrados, sem ventilador, um forno, cheio de mosquitos. Na Cia que eu estou não tem alojamento, dormimos no pelotão, temos que levar o próprio colchonete e roupa de cama. Sem estrutura alguma, e olha que a Cia é nova, 5 meses de uso. Falando nela... Toda mal feita! O piso é o mais vagabundo que existe! Serviço de porco! Quando molha, o piso que é branco fica transparente. Tem infiltração no piso! Só vendo! Tem rachaduras na Cia, fica pingando direto em uma parte, perto da caixa d'água, temos medo de cair. No banheiro, além do piso vagabundo, o caimento do box do chuveiro é pro meio do corredor e não para o ralo. Quando tomamos banho a água fica acumulada, só sai com o rodo. Obra de porco, burro e super faturada. Tá na cara que o material é vagabundo e mal feito. Eu entendo de obra! Você bate no piso e tá tudo oco! O teto rebaixado do pelotão debaixo caiu! Tá com infiltração tem meses...
Caiu gesso na cabeça dos recrutas! Sem falar da Cia sem água. Nunca tem água! Os residentes têm que tomar banho em outras Cias, não tem água nem pra beber! O bebedouro é velho, cheio de limo! A água tem um gosto estranho. De vez em quando ficamos com diarréia! Ontem tinha um sapo dentro da cisterna. Se estava vivo eu não sei, mas estava na água que bebemos e usamos pra tomar banho! A PMERJ não nos dá nada, só nos deu um CD com as apostilas ( que tivemos que imprimir e pagar do nosso bolso - R$50,00) e nos deu 1 garfo e uma faca pra não usarmos a da cozinha, pq dava barata! Comprei meu bichoforme, tênis, coturno, colete, coldre, bornal, óculos de proteção, abafador, MUG... tudo com o meu dinheiro. A PMERJ nunca me deu nada! O pagamento atrasou 2 meses, felizmente saiu o atrasado mês passado. Ouvimos de um instrutor que a PMERJ deu 93 milhões de reais pro governo do estado. Que dinheiro é esse? Por que deu pro estado? Por que não nos dão uniforme? Quando entramos preenchemos uma ficha com os tamanhos dos uniformes, mas cadê? Cadê o uniforme? Dinheiro tem! Aí me vem o Governador me falar na formatura da 3ª CIA que as viaturas têm ar condicionado. (...) o Ar!! Sabe onde! Ele veio fazer propaganda na formatura, falar que o CFAP formará 7 mil policiais. (...). (...)! Tinha que falar que as viaturas têm blindagem, que a PMERJ terá estrutura, armas decentes, instalações decentes. Diminuiu o tempo de promoção pra calar a boca da galera. Pega seus 2 anos e engole! De que adianta isso? Eu sei, tô na pmerj pq eu quero...
Amo meu trabalho, tô pq eu quero, mas é um absurdo ver isso acontecer num estado que tem $, estrutura e nos trata como se fosse um estado pobre. É só o 2º maior PIB do Brasil, resumindo: tem dinheiro em caixa, o qual só pode ter ido para as (...). Além do salário de 50 mil do Secretário de Segurança, que ganha mais que o Ministro do STF! Meu Deus, como que pode? O pior que ninguém faz nada! Ele chama os Bombeiros de vândalos, manda bala para cima dos professores, chama os médicos de vagabundos, e os policiais... são tratados como mendigos! E os alunos? Nos chamaram de PI - pé inchado para os leigos. Não somos policiais! Se eu fizer uma merda vou presa onde? No BEP, né? Pq sou PI? Vão nos mandar fazer policiamento na praia de cacetete, putz, e cadê o uniforme? Cadê o meu uniforme? Não tem desculpa. Ninguém desse concurso recebeu uniforme antes da formatura. Quem se formou recebeu 1 uniforme 3A, o azul. 1 só! Vc que lave e se vire! O CFAP tem estrutura, só não tem interesse de ninguém...
Todo mundo leva comida, come quentinha, come hambúrguer na cantina pra não comer a comida do rancho. O chão tá cheio de buracos, só cratera, ninguém conserta!! Quando chove só em poças!! No CFAP tem ótimos profissionais, que querem nos ensinar tudo, que fazem com prazer e dedicação, não são todos que não ligam para os alunos, que fazem parte do sistema. Alguns são civis, outros militares, alguns são os melhores no que fazem e procuram passar o melhor conhecimento para nós. É lamentável ser assim. Sei que tô reclamando, eu sabia em parte que seria assim. O que me (...) é que o TJ e MP do Rio não fazem nada. Se não me engano, os presidentes de ambos são indicados pelo governador, se são, pode crer que é peixada da grande! Não vão fazer nada! Já mandei email pra tudo que é buraco em Brasília, e como cada estado cuida de sua vida, a União não vai se meter aqui, só se rolar uma guerra mesmo! Nem a justiça do trabalho se mexe e se mete...
Não temos uniforme, se fosse uma empresa particular, um fiscal iria lá resolver, a jornada é terrível, vale transporte, péssimas condições, sem instalações - um fiscal do trabalho só apareceria se fosse empresa privada. O rancho é nojento - a vigilância sanitária só apareceria se fosse um restaurante privado! Fico triste em saber que é desse jeito. Lamento. Não me arrependo do que escolhi, quero até ser oficial. Sei que posso ser idealista, querer melhorar tudo, mas é um absurdo tudo ser assim. Eu ter que gastar meu dinheiro desde o exame médico e não paro de gastar, vivermos em péssimas condições de trabalho - ih, quase me esqueço. Os residentes, coitados, ficaram meses sem ventilador ou ar condicionado porque a polícia não mandou um eletricista pra instalar o ar condicionado. Um aluno que está consertando. Absurdo! As roupas de cama dos residentes foram trazidas pelos mesmos, de casa. A legislação da PMERJ diz que temos que ter uniforme e roupa de cama, mas só os alunos do CFO que têm tudo isso. Quem é praça se ferra legal!! Obs: Cmt disse que sou aluno, mas para tirar POG no carnaval, eu sou policial. Anônimo.
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