A julgar pela disputa entre as duas polícias, a Militar e a Civil, Beltrame deveria também instalar uma UPP internamente em 2012. Ou começar a pensar em ter uma polícia apenas, da investigação ao patrulhamento, como é o padrão nos países do Primeiro Mundo. (Revista ÉPOCA de 26/12/2011 – Personagem do Ano – José Mariano Beltrame – pág. 30)
Em qualquer organização existem conflitos; alguns são sanáveis e outros, não. Há hipóteses de conflitos bem administrados que se tornam molas propulsoras do ânimo interno das organizações. Por outro lado, há aqueles que, se ignorados ou fomentados, podem enfiar as organizações num processo entrópico capaz de levá-las à falência. Por conseguinte, o primeiro passo que se dá para administrar qualquer ambiente organizacional conflituoso é admitir honestamente a existência do conflito. Negá-lo, por sua vez, é perigoso em todos os sentidos, como nos ensina o mestre Idalberto Chiavenato:
Em qualquer organização existem conflitos; alguns são sanáveis e outros, não. Há hipóteses de conflitos bem administrados que se tornam molas propulsoras do ânimo interno das organizações. Por outro lado, há aqueles que, se ignorados ou fomentados, podem enfiar as organizações num processo entrópico capaz de levá-las à falência. Por conseguinte, o primeiro passo que se dá para administrar qualquer ambiente organizacional conflituoso é admitir honestamente a existência do conflito. Negá-lo, por sua vez, é perigoso em todos os sentidos, como nos ensina o mestre Idalberto Chiavenato:
Sempre que se fala em acordo, aprovação, coordenação, resolução, unidade, consentimento, consistência, harmonia, deve-se lembrar que essas palavras pressupõem a existência ou a iminência de seus opostos, como desacordo, desaprovação, dissensão, desentendimento, incongruência, discordância, inconsistência, oposição – o que significa conflito. (Chiavenato, Idalberto – Introdução à Teoria Geral da Administração – 7ª edição, Elsevier Editora Ltda. – Rio de Janeiro, 2003, pág. 305)
E quando a negativa parte de alguém que exerce um poder maior sobre as organizações, mas não tem compromisso moral com elas por se tratar de mando eventual no tempo e no espaço, aí estamos diante de uma crise de difícil solução, já que as decisões vêm de “estranhos no ninho”. Isto acontece mais miudamente nas organizações públicas, que costumam ter “sete vidas”, eis que sustentadas pela maquinaria estatal, que é mantida por impostos, taxas, multas e demais penalizações financeiras surrupiados das algibeiras do contribuinte. Enfim, e em última análise, é o contribuinte multiplamente afetado: paga impostos caros, não recebe a contrapartida do respectivo serviço público e não pode interferir no sentido de sanear crises organizacionais que lhe passam ao largo, como se ele, lídimo destinatário dos serviços públicos, não existisse.
Negar uma crise certa e sabida é o mesmo que adotar comportamento de avestruz diante do perigo. Não digo que poderia ser comportamento asinino porque não tratamos de asnos, mas de pessoas capazes de medir cada palavra que proferem ao respeitável público que compõe a plateia quase sempre passiva: o povo. Falo de pessoas inteligentes e suficientemente aptas a produzir reações animadas, ou levar a plateia ao máximo silêncio, como se todos os expectadores estivessem agrilhoados às cadeiras do imenso anfiteatro político assistindo a um espetáculo de marionetes em sucessivas batalhas de uma guerra sem vencedores, com os cordões, é claro, movimentados ao bel-prazer daqueles que seguram suas pontas na invisibilidade. E as ações se vão manifestando na arena, e o público vibra ao ver caírem os bonecos, ou amua-se diante de dois contendores que se recusam a lutar porque os cordões estão propositadamente quietos.
O clima organizacional da segurança pública no RJ, representado especialmente pelas PMERJ e PCERJ, contrariamente ao que anunciam seus gestores e mandatários do andar mais alto está ruim, sim! Aliás, está péssimo! A crise entre a PMERJ e a PCERJ existe e está acirrada, sim! Mas, por amor à verdade, não é de agora. Vem de longe, de antes da Constituinte de 1988, e se prolonga indefinidamente por vontade de gentes internas sectárias, de políticos mal-intencionados e de outros setores extremados da sociedade que torcem pelo fracasso de ambas as organizações policiais. Respondo assim, em intencional digressão e mais generalizadamente, às específicas indagações do Coronel PMERJ e Professor da UERJ, Jorge da Silva, postas no seu blog: “1 – Por que, por mera suspeita, prender o coronel? Para quê? 2 – Por que prendê-lo na chegada ao batalhão que comandava, e não ao sair de casa, antes de ir para o quartel? 3 – Como foi que a mídia adivinhou que ele seria preso ao chegar ao quartel? 4 – A quem interessa a execração pública, por mera suspeita, de um comandante de batalhão da PM e da instituição Polícia Militar?”
Ora, porque é certo que aquelas gentes sectárias e maliciosas a que me referi não esqueceram nem jamais esquecerão os DOI-CODI, os DOPS e as Comunidades de Informações, e sempre cobrarão dos corpos vivos os pseudo-erros dos corpos mortos, segundo a ótica de que as organizações é que são e serão eternamente culpadas pela repressão reinante no regime militar, tenha sido ela justa ou injusta. Desta forma, é de se concluir que toda vez que alguns detratores do regime militar, assumidos ou não assumidos, até nos afagam, isto é mais ou menos como um jogador a alisar a bola para depois a pontapear em ira abanada por extremistas, que, por conta de seus discursos e atos, estão ricos e rindo à toa.
Sim, nem tanto ideologia, nem tanto desforra, mas interesses escusos regados a muito dinheiro que escoa pelos ralos de ONGs sustentadas pela maquinaria estatal somente com o fim de retaliar as organizações policiais marcadas com o “x” da vingança. Advém daí a certeza de que não faltará gasolina a alimentar o fogo da crise, até que ela exploda e destrua tudo, levando de enxurrada seus facciosos fomentadores internos e os que almejam a paz fraterna entre as duas organizações policiais, aqueles que verdadeiramente torcem pela restauração do clima ideal para bem servir ao povo: a maioria silenciosa de policiais civis e militares: os dois lados de uma só moeda cuja valoração depende menos de conflito e mais de cooperação.
Um comentário:
Se fazem o que querem, jogam com o destino de uma pessoa confiável, que tras ao corpo uma farda merecidamente conquistada, como se fosse um "nada", o que já não fizeram e continuarão a fazer com aquele que nada tem além de sua própria vida que até onde sei somente Deus pode tirá-la mas também sei que essas pessoas se acham Deuses e fazem o que bem entendem, o que não farão para que continue a perpetuar toda essa traquinice e enriquecer assim as contas no exterior? Infelizmente a desunião de uns é riqueza para outros. Sempre foi assim e acho que será difícil mudar.
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