sexta-feira, 14 de agosto de 2009

DISCURSO DO MAJOR WANDERBY PARA OFICIAIS DA AOMAI

Sr Pres. da AOMAI, bravo Ten Paulo Tavares, a quem oferto minha continência pela forma digna, independente, proba, transparente e corajosamente democrática com que vem pautando as ações da associação que felizmente preside.
Sr Cel de Polícia e Barbono Paúl, camarada de luta, na pessoa de quem saúdo todos os superiores presentes.Dileta platéia.


Contrariamente ao que talvez alguns dos Srs possam ter ouvido, eu não sou louco!


Sou a terceira geração da família Medeiros na Polícia Militar, neto, filho e irmão de oficiais da Briosa, dois deles já desencarnados.
Ingressei na PM há mais de vinte anos por opção e idealismo e já realizei todos os cursos obrigatórios, além de alguns outros, todos sempre concluídos como “zero de turma”; sou casado, pai de Beatriz e Bruna, vivemos unicamente de meu salário de Major PM, moro de aluguel e tenho por propriedade, além de minhas idéias e convicções, um automóvel ano 2002 adquirido em 48 vezes.
Minha condição sanitária é de apto!
Por outro lado, devo reconhecer que nunca abri mão de minhas convicções em razão de conveniências pessoais e que a luta aguerrida que tenho travado em defesa da oferta aos militares estaduais de condições dignas de trabalho e remuneração gerou para mim e para minha família não poucos infortúnios. Já sou um dos Majores mais antigos da PM, estou sendo processado pelo crime militar intitulado “publicação ou crítica indevida”, fui três vezes punido e respondi já a uma infinidade de procedimentos administrativos motivados por meus escritos na rede mundial de computadores e por minhas declarações à imprensa. Fui excluído do Quadro de Acesso e estive na iminência de ser submetido a Conselho de Justificação pelo Comando anterior da PM. Voltei para o Quadro por deliberação da Comissão instituída já sob a égide do digno e honrado Cel Mário Sérgio... Mas mantenho minhas posições e minha luta!
Isso é loucura? Então devo admitir que sou realmente louco.
Agora, mais do que louco... sou “um hospício lotado, já que encabeço com orgulho uma chapa integrada e apoiada por ilustres personalidades da PM e do CBM. Observem a composição de nossa chapa e verão dentre outros de não menos importância nomes como Emir Campos Larangeira, Ubiratan de Oliveira Ângelo, José Guilherme de Moraes Neto, Jorge da Silva, Renato Hottz, Carlos Alberto Victoriano Guedes, Francisco D`Ambrósio, Edson Rodrigues Barros, Ricardo da Silveira Furtado, José Carlos Barbosa Braga, Wagner Marques da Silva, Pedro Jorge Marinho Gomes e tantos outros ilustres oficiais, com destaque para o inegável herói do fogo, Coronel BM Edson Tavares da Silva e tantos outros nomes de não menos valorosos bombeiros militares.
E falando em loucura, não posso deixar de reconhecer o inspirador exemplo que me foi dado à época em que cursava o CSP pelo então
TC Costa Filho, penalizado com a destituição do Comando por não haver cedido a anseios políticos e duvidosos oriundos de um político com interesses eleitorais na Mangueira.
Lembro-me de quando eu e meu saudoso pai, Cel Wander de Medeiros, abandonamos um ágape maçônico após sermos confrontados com menção crítica e de mau gosto em relação ao comportamento corajoso do então TC Costa Filho. Ele não teve medo de perder e venceu! Estou autorizado a manifestar publicamente o respeito dos integrantes da chapa identidade por seu legado.
A AME precisa de loucos!
De loucos que tenham coragem e independência suficientes para confrontar por exemplo o secretário Joaquim Levy, mais um tecnocrata que integra a administração do não menos insensível Sérgio Cabral Filho.
Ouçam o que foi publicado pelo Jornal O Dia, edição de 07 de agosto do corrente:





Pois bem, O Globo de ontem anunciou o corte dos royalties de 10% para 5%. Agora é vero! E agora?... Os Senhores vão dançar como disse o insensível secretário?




Vamos então solicitar à festiva presidência da AME que realize agora um ba
ile, quem sabe na véspera da eleição...




A AME precisa de coragem! E não falo de coragem para violação de preceitos democráticos, nem tampouco para a prática de abusos em proveito próprio, mesmo no campo eleitoral, e aproveito para destacar que mais uma vez o que deveria ser o informativo da associação, agora em cores custeadas com o suado dinheiro dos sócios, foi utilizado para campanha em prol da reeleição do atual presidente.
Também não falo de coragem para propiciar aos Senhores sócios da AOMAI estas modestas instalações, em detrimento do aluguel de dependências melhores de nossa AME a alienígenas.Poderia falar também do Riviera, mas acho que já não há nada a dizer que não seja conhecido ou pressentido pelos Srs.
É dessa loucura que precisamos?
Vou providenciar auditagem de tudo! Inclusive dos não poucos milhares de reais gastos na AME/RJ sob a simplória rubrica de “despesas diversas”.
Gostaria, mas sei que não posso me alongar.
Encerro lembrando-os de que a AME está cada vez mais fraca e que tal fato ocorre justamente no momento em que nossas Corporações enfrentam as mais diversas agressões, de todos os lados, a ponto do secretário de segurança, delegado Beltrame, colocar em cheque até mesmo a autoridade investigativa de um encarregado de IPM. Foi interpelado pela AME?
Estamos sucumbindo e precisamos reagir. Esperem de mim ação, transparência, lutas incansáveis em defesa dos nossos direitos e independência total no enfrentamento do sistema que nos é adverso desde muitos anos.
Os Senhores, dignos e calejados por árduas lutas de outrora, têm na mente a alma e a sabedoria de que a AME precisa; eu, ainda jovem-velho, tenho a minha alma no peito e dependo da sabedoria dos senhores... Nossas amadas Corporações dependem de nós! Eu lhes peço do fundo do coração: confiem nos jovens e nos seus arroubos idealistas! Lutemos juntos por nossos ideais corporativos! Que a AME seja a principal trincheira de luta de todos os militares estaduais e pensionistas, sem distinção! Lutemos juntos, porque juntos somos fortes!Muito obrigado.






(1º Ten Paulo Tavares, Pres. da AOMAI)





OBS.: O atual Pres. da AME/RJ não se fez presente à cerimônia, mas mandou uma carta na qual, dentre outras coisas, informou que dedica as sextas-feiras às suas atividades advocatícias privadas.

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