domingo, 12 de julho de 2009

"POR FAVOR, PÁRE AGORA!"






Desculpem-me os leitores por burlar o acordo ortográfico e manter o acento agudo no verbo. Vou ignorar o acordo em outros lugares do texto e que “tudo mais vá pro inferno”! Impele-me o sentimento de uma vida plenamente vivida. Sim, ontem acordei de um sonho e descobri que vivi e envelheci feliz. Sim, sim, não perdi o tempo de minha vida porque acompanhei cada página da vida do Rei RC e de seus "amigos de fé e irmãos camaradas" revivendo minhas emoções. Mais que Rei, RC é Anjo Mensageiro do Amor. E ontem, no Maracanã lotado em meia-lua, forma diversa dos jogos, a outra metade da lua era o palco do nosso Rei. Simples, como sempre, discreto em sua vida particular, ele próprio tomado pela emoção de corpo e alma e espírito, apresentou-se em noite inesquecível. E a cada música que cantava, eu ia rememorando a minha vida pela telinha da tevê. O memorável público, de todas as idades, sabia cada letra, cada melodia, e com o Rei cantava num choro de emoção que vinha do céu. Não era chuva, eram lágrimas de Anjos, pingos da alegria de milhões de anjos emocionados que acompanharam com as gentes brasileiras e estrangeiras a festa dos 50 anos de carreira do Rei RC. Não houve um só momento que não fosse de “tantas emoções”! Até as músicas não cantadas harmonizavam-se nos corações dos que tiveram o privilégio de nascer e têm ainda o de viver ao lado do Rei RC. Sou um desses seus anônimos e fiéis súditos. Como disse Erasmo Carlos: os milhões de amigos. As músicas do palco foram e são as da minha vida, dos meus amores adolescentes, dos meus suores, das minhas dores e da alegria de viver. Enfim, vida feliz porque não há vida feliz sem o seu contraste. Tive os meus momentos de tristeza, vocês também o tiveram, e nosso Rei RC manifestou tristeza igual, humana, em muitos momentos. Compartilhou com seus súditos sua intimidade tal como o faz no palco, momento mais íntimo dele com cada fã. Sinto-me, como seu súdito, um privilegiado. O nosso Rei efetivamente “não morreu” e não morrerá como Elvis Presley, frustrando-nos. Não apelou para a fama como fator destrutivo. O nosso Rei RC não é mito, é Rei autêntico, é carne, e osso, e alma, e espírito. Reina respeitando o nosso direito de tê-lo vivo, e saudável, e otimista, e romântico, e emocionado, e chorão. O nosso Rei RC é gente, exatamente como eu e muitos que ontem acrescentaram lágrimas à chuva, os milhões que ficaram na telinha da tevê como platéia igualmente molhada em lágrimas. E as páginas de minha vida foram viradas com amor, aquele representado pelo clímax do show: o abraço dos três artistas que marcaram a Jovem Guarda, movimento musical que se colocou acima e além dos fatos históricos a levarem muitos artistas maravilhosos do palco ao exílio. Imaginem só o tamanho da nossa infelicidade se o nosso Rei e seu “Ministério do Amor” não cuidassem da máxima musical do “show tem que continuar”? Assim foi e sempre será a Jovem Guarda, que ficou guardando o espaço dos outros artistas enquanto aguardávamos a volta deles. E o nosso Rei RC tocou a alegria, fez casais namorarem, fez gerações sucessivas cultuarem o amor, fez famílias unirem-se na fé e na alegria, e mandou seus recados de solidariedade aos exilados ocultos “debaixo dos caracóis dos seus cabelos”. Fez mais: arranjava pretextos e ia lá visitá-los. Cuidava disso em “detalhes tão pequenos” que não eram percebidos. Ou, se o eram, fingiam não vê-los os que até nos poderiam privar dele e do seu “Ministério do Amor”: a Jovem Guarda. Não sei... Creio que, se tentassem roubar da juventude brasileira o seu Rei, o Brasil não seria amor mesmo sem liberdade. O Rei nos garantiu o direito à felicidade. Cantávamos suas músicas sem temor. Por isso, e por tanta coisa mais que ocupa a minha emoção, ele é o meu Rei terreno; e, se não bastasse, o meu Rei RC devota-se à Virgem Mãe e ao seu Filho em humildade de quem se sabe humano. Ele, porém, é eterno. Porque tudo nele é de Anjo Mensageiro do amor mais puro, do amor criança, jovem, adulto, velho e infinito. Sim, o show do Rei RC fez-me sentir assim: felizardo e chorão, tal como o seu “Tremendão” e a sua “Ternurinha”. Que momento! E “tantas emoções eu senti” que não cabem numa página nem num livro: são emoções de uma vida que relembrei na música do meu Rei RC. Permitam-me, respeitável público, por favor, que eu “páre agora”!

4 comentários:

Sayonara Salvioli disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
fotojornalista Rosely Pellegrino disse...

Oi, como nos conhecemos ontem, este é o primeiro texto que leio escrito por vc.
Como nós sabemos que os comentários são importantes, deixo aqui o meu.
Na verdade achei o seu texto uma fala de coração. Legal. Vc exprimiu exatamente o que "algo do bem" pode significar na rotina do SER HUMANO, e se tornar infinito por gerações e gerações. Jovem guarda. Amor, histórias, estórias,sonhos, esperança, travessuras, seriedade ... Guarda emoções envolvidas em melodias de Roberto Carlos, em doses constantes nos momentos delicados, tanto por serem ... muito bons ou ... não tão bons assim. Cantávamos sempre a nossa canção rsrsrsrs
Quando li seu texto a vida me passou como um filme e o que tenho a te dizer é: Foi muito legal ter lido um texto inteligente adorei.

Anônimo disse...

De Vinícius Rabello:
Acho que o acento é para diferenciar "para" de "pára" (verbo).
Acho que "Pare" no imperativo não tem acento.
Bom, isso foi só para uma observacao pertinente rs.
Também adoro Roberto Carlos :)

Anônimo disse...

Caro Vinícius Rabello

Pela nova regra ortográfica o acento diferencial do verbo parar desapareceu. Mas eu, de propósito, mantive-o no título original da música para saudar o passado. Hoje seria escrito sem o acento, mas, cá pra nós, não teria o efeito de antes. daí o destaque proposital do acento que morreu.
Obrigado pelo comentário.
Emir