De estilingue a vidraça
(ou vice-versa)
(ou vice-versa)
Os sucessivos escândalos no Congresso Nacional e as constantes maracutaias nas campanhas políticas denunciadas pela imprensa, indicando uma sem-vergonhice sem precedentes de muitos candidatos, sugerem uma indefectível podridão da qual quase que nenhum deles escapa. Só mudam de posição: ora são estilingues, ora vidraças. Pior é que a memória curta do povo é impregnada de novos floreios propagandísticos e os fatos indecorosos, tais como as águas assoreadas, são cobertos e recobertos pela lama escura e seca a evitar sua fetidez. São semelhantes aos dejetos caninos ressecados nas calçadas, parecendo entes inofensivos, até que os distraídos neles pisem e o miasma impregne o nariz dos passantes... Por pouco tempo, pois não faltará quem retire o dejeto malcheiroso e lave com florais de rosas e jasmins a calçada suja, tornando-a novamente agradável ao trânsito dos distraídos.
Tem sido assim o funcionamento do que chamam “democracia” no Brasil: aquele que vence eleições jogando pedras no ocupante do poder logo se torna vidraça ao abraçar as mesmas maracutaias que antes veementemente apedrejara. E não é fácil penetrar nesse círculo vicioso; eles, os políticos matreiros, profissionais do ramo, fecharam-no de tal modo que o ônus financeiro da campanha só é compatível com quem possuiu muito caixa (um e dois) para aplicar no ótimo negócio de ganhar pouco e enricar muito. Salvo o tropeço de alguns, ficam entre os mesmos personagens a eterna disputa do estilingue com a vidraça, e vice-versa, exclusividade que nos fez acostumar com esses caras-de-pau de ontem e hoje, e, com certeza, de amanhã. São os eternos detentores de uma res furtiva que nenhum salário, – nem o de marajá, – será capaz de se multiplicar tão exponencialmente...
Mas, cá pra nós, não sejamos injustos com os novos candidatos. Em todas as disputas eleitorais há os novéis não menos finórios, que, em possuindo capital para investir no mercado eleitoral, uma boa ideologia decorada e a eloquência na ponta da língua, conseguem vencer a primeira eleição; e, antes até de assumirem o mandato, penetram os azeitados caminhos das falcatruas, instituindo desde logo o representante de sua casta futura, de preferência oriundo da parentalha. Para tanto, porém, contam com a incompetência de alguns que, na ânsia de surrupiar em demasia, esquecem-se de trabalhar a reeleição ou garantir a vitória do seu sucessor familiar, de modo a continuar a roubalheira ao modo dos Irmãos Metralhas... Esses ambiciosos larápios saem de cena, – muito ricos, é claro, – guardando seus estilingues para posteriormente arremessarem pedras em vidraças alheias. E retornam ao círculo vicioso da peça teatral seguinte...
Tem sido assim o funcionamento do que chamam “democracia” no Brasil: aquele que vence eleições jogando pedras no ocupante do poder logo se torna vidraça ao abraçar as mesmas maracutaias que antes veementemente apedrejara. E não é fácil penetrar nesse círculo vicioso; eles, os políticos matreiros, profissionais do ramo, fecharam-no de tal modo que o ônus financeiro da campanha só é compatível com quem possuiu muito caixa (um e dois) para aplicar no ótimo negócio de ganhar pouco e enricar muito. Salvo o tropeço de alguns, ficam entre os mesmos personagens a eterna disputa do estilingue com a vidraça, e vice-versa, exclusividade que nos fez acostumar com esses caras-de-pau de ontem e hoje, e, com certeza, de amanhã. São os eternos detentores de uma res furtiva que nenhum salário, – nem o de marajá, – será capaz de se multiplicar tão exponencialmente...
Mas, cá pra nós, não sejamos injustos com os novos candidatos. Em todas as disputas eleitorais há os novéis não menos finórios, que, em possuindo capital para investir no mercado eleitoral, uma boa ideologia decorada e a eloquência na ponta da língua, conseguem vencer a primeira eleição; e, antes até de assumirem o mandato, penetram os azeitados caminhos das falcatruas, instituindo desde logo o representante de sua casta futura, de preferência oriundo da parentalha. Para tanto, porém, contam com a incompetência de alguns que, na ânsia de surrupiar em demasia, esquecem-se de trabalhar a reeleição ou garantir a vitória do seu sucessor familiar, de modo a continuar a roubalheira ao modo dos Irmãos Metralhas... Esses ambiciosos larápios saem de cena, – muito ricos, é claro, – guardando seus estilingues para posteriormente arremessarem pedras em vidraças alheias. E retornam ao círculo vicioso da peça teatral seguinte...
Por amor à verdade, devemos admitir que nesse quebra-quebra de vidraças e estilingues novel candidato não se enfia tão facilmente, a não ser que possua dinheiro sobrando ou então seja consangüíneo, como nos remotos tempos em que o poder divino era transmitido de pai para filho, e neto, e bisneto, e trineto, e tetraneto... Ufa!... Remotos?... Não! Nem tanto assim! Pois o coronelismo paternalista, bem próximo da “divindade feudal”, continua vivo na política e nas altíssimas finanças nacionais, e o máximo que assistimos é o troca-troca da vidraça pelo estilingue e do estilingue pela vidraça. Ressalvadas as mínimas exceções (alguns políticos são honestos até prova em contrário), o que vemos e ouvimos é a reedição da música “quem está fora não entra e quem está dentro não sai”: uma nojosa alternância entre direita-esquerda-centro-direita-esquerda-centro: vidraça-estilingue-estilingue-vidraça. E vice-versa.
Sim!... O estilo é o mesmo, sejam estilingues ou vidraças, experientes ou novéis: a maioria culmina com as algibeiras estufadas de dinheiro desviado do povo em nome do povo: é assim que a “democracia-representativa-terceiro-mundista-tupiniquim” passeia desenvolta e sem exceção nos Municípios, nos Estados Federados e na União, até o momento da alternância das peças políticas via voto obrigatório: uma excrescência. E lá estarão, à disposição do rebanho eleitoral, os estilingues e as vidraças, ou vice-versa. No fim de contas, tudo resultará no mesmo dejeto canino a ser pisado numa calçada qualquer, porém logo lavada e tornada cheirosa a perfume francês, afastando o miasma antes de chegar ao nariz do povo, que jamais será estilingue: o povo é e sempre será vidraça...
Sim!... O estilo é o mesmo, sejam estilingues ou vidraças, experientes ou novéis: a maioria culmina com as algibeiras estufadas de dinheiro desviado do povo em nome do povo: é assim que a “democracia-representativa-terceiro-mundista-tupiniquim” passeia desenvolta e sem exceção nos Municípios, nos Estados Federados e na União, até o momento da alternância das peças políticas via voto obrigatório: uma excrescência. E lá estarão, à disposição do rebanho eleitoral, os estilingues e as vidraças, ou vice-versa. No fim de contas, tudo resultará no mesmo dejeto canino a ser pisado numa calçada qualquer, porém logo lavada e tornada cheirosa a perfume francês, afastando o miasma antes de chegar ao nariz do povo, que jamais será estilingue: o povo é e sempre será vidraça...
Um comentário:
Saudades do senor no 9° bpm.
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