“O
mundo está perigoso para se viver! Não por causa daqueles que fazem o mal, mas
por causa dos que o veem e fazem de conta de que não viram.” (Albert
Einstein)
Por
conta de crises econômicas, financeiras e morais internas e externas a PMERJ
enfrenta, cabisbaixa, o ocaso institucional. Mais grave é que a passividade
impera também no âmbito administrativo que sustenta a operacionalidade, porque
este âmbito administrativo desde alguns anos vem discriminando no outro
(operacional) o militarismo essencial ao desenvolvimento da corporação como
estrutura pautada pela hierarquia e disciplina.
Ao
passar pelas ruas cariocas e fluminenses (separo de propósito para lembrar que
a PMRJ e a PMEG jamais se uniram numa só estrutura, a não ser por conta de uma
legalidade ditatorial sem legitimidade) as passar pelas ruas cariocas e
fluminenses o cidadão vê com naturalidade uma dupla de “cosme e damião” formada
de diversas maneiras, que lembram o “Belchior” do conto machadiano “ideias de
Canário” das “tampas sem panelas e das panelas sem tampas”: é subtenente com
cabo, é sargento com sargento, é sargento com cabo, é cabo com soldado, é
subtenente com subtenente, e em algumas situações há até oficiais ombreando praças.
Deste
modo avesso aos paradigmas militares outrora concebidos por mentes importantes em
vista de guerras nas quais a hierarquia e a disciplina conscientes são vitais,
a PMERJ inova em teimosia o seu policiamento. E mais ainda inovou e insiste em
errar ao manter as UPPs, modelo concentrador de tropa tão defeituoso quanto o
que se vê nas ruas.
Há
uma máxima estrutural, atribuída a Louis Sullivan, que diz que a “forma deve
seguir a função”. Sob o manto deste argumento simples, que, em síntese,
significa que a estrutura (eficiência) de uma organização deve seguir os seus
objetivos para alcançá-los de maneira ótima (eficácia ou efetividade,
dependendo do autor considerado), poderíamos até admitir uma teratogênese
estrutural nos meandros da PMERJ. Ocorre, porém, que numa avaliação de
resultados somos obrigados a concluir que a corporação está longe de ser
eficiente e eficaz em todos os seus aspectos internos e externos. Mais parece
uma bolha de sabão exposta aos azares do vento e dos espinhos arbóreos.
A
“ciclotimia decisorial” se sobrepõe à lógica do que se poderia dizer simples.
Porque a corporação se rende aos políticos e insiste num modelo estrutural
complexo, ou melhor, ininteligível sob a ótica da Doutrina de Emprego nas Seguranças
Individual e Comunitária que fundamentam a Segurança Pública. Daí passar a ser
normal a anormalidade estrutural, claro que com reflexos negativos na
seletividade do uso da força ante uma criminalidade armada para a guerra e
autista em relação às leis criminais vigentes. Prova disso mais contundente é o
somatório de assassinatos de PMs nos últimos anos, bastando somar o que ocorreu
de 1994 para cá, segundo dados publicados pelo jornal EXTRA de 27 de agosto de
2017 (3334 PMs mortos). Afinal, será que ninguém é responsável por isto? Continuará assim até
quando?... A QUEM ESSE GENOCÍDIO INTERESSA?
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