“O mundo está
perigoso para se viver! Não por causa daqueles que fazem o mal, mas por causa
dos que o veem e fazem de conta de que não viram.” (Albert Einstein)
'UPP foi uma tentativa ousada demais', diz secretário de segurança do RJ
Roberto Sá deu declaração sobre o projeto do Governo do Estado nesta quinta-feira (4). 'Talvez estejamos pagando um preço caro por termos tido essa tentativa de levar paz a todas as áreas', disse ele.
O secretário de
Segurança, Roberto Sá, destacou que o RJ tem registrado queda no número de
homicídios dolosos por 100 mil habitantes, com aumento no ano passado. Fazendo
um balanço do projeto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), ele acredita
que o projeto foi "ousado demais".
"A UPP foi uma
tentativa ousada demais do governo estadual com o instrumento que ele tinha de
segurança pública local. A experiência da Colômbia, com um governo federal, com
todos os poderes. Fomos ousados demais e talvez estejamos pagando um preço caro
por termos tido essa tentativa de levar paz a todas as áreas, inclusive as mais
carentes", explicou Sá.
Ele ainda destacou
que a PM está realizando um estudo aprofundado sobre a situação das UPPs e
sobre as possibilidades de que elas atuem de maneira melhor dentro das
comunidades.
"Estamos fazendo
um diagnóstico, determinei à Polícia Militar que através de um grupo de estudo
analisasse todas as hipóteses. A diretriz é o policiamento comunitário e
preservar direitos, mas o crime organizado perde com isso e vai tentar
desestimular o poder público de estar presente onde ele perde seu lucro",
destacou o secretário.
Ajuda da Força Nacional
O Rio de Janeiro deve
receber mais do que os cem homens da Força Nacional de Segurança que foram
anunciados na quarta-feira (4). A informação é do secretário nacional de
Segurança Pública do Ministério da Justiça, general Carlos Alberto Santos Cruz,
em reunião com o secretário de Segurança Pública do RJ, Roberto Sá; o chefe de
polícia Civil, Carlos Leba; e o comandante-geral da Polícia Militar; Cel.
Wolney Dias. A reunião aconteceu durante a manhã no Centro Integrado de Comando
e Controle (CICC).
"Temos hoje 125
homens que fazem uma tarefa específica na Alerj é no Palácio Guanabara. A
estruturação não passa pelo limite de 100 ou 200. Passa pela necessidade da
secretaria", destacou o general.
O reforço pode chegar
até 300 homens, de acordo com o secretário, mas ele afirma que há a necessidade
de planejamento logístico. Os homens da Força Nacional devem chegar em até 48
horas.
MEU COMENTÁRIO
Se se considerar que
grandes empresas multinacionais já fracassaram em alguns projetos de grande
porte e recuaram, arcando com seus prejuízos e seguindo em frente por outras
vias, não seria nada demais a SSP reconhecer que as UPPs deram água e são hoje
mais problema que solução. Mas como falamos de dinheiro público jogado fora e
que continuará sendo gasto sem parcimônia, porque não sai das algibeiras de
nenhum gestor, - e como esse gestor já se encontra fora do problema, - nada
demais insistir no erro
Porque não falamos de
lucro ou prejuízo pecuniário, mas de lucro ou prejuízo social, o que nem sempre
pode ser aferido em linguagem matemática, precisa, mas em subjetividades e
evasivas que não pesam no bolso a não ser dos contribuintes. Mas como estes são
apáticos e não se preocupam em como seu tributo é gasto, o erro segue em frente
junto com a natimorta empreitada. Por outro lado, sabe-se que as empresas
públicas têm sete vidas e não morre nem na falência. Daí permanecerão incidindo
no erro, embora o RJ tenha sido a ele levado por incapacidade e/ou inidoneidade
de sucessivos governantes e alguns seus específicos gestores.
Muito bem, há quem
diga que admitir a existência do problema é passo importante no sentido de
saná-lo. Pode ser que a fala do secretário titular da SSP se encaminhe para uma
pragmática alteração de rumo. Quem sabe até tenha sido motivada pela recente e
excelente ação operacional que não envolveu mais que PMs do batalhão da área,
dispensando-se os efetivos das UPPs, sempre reunidos quando uma delas é atacada
em área onde teria ido instalada depois de supostamente conquistada pela PMERJ.
Indago se a afirmação
é válida, nos dias de hoje, para alguma UPP, ou seja, que ela realmente tenha “pacificado”
algum ambiente escolhido entre milhares idênticos em se tratando de domínio do
tráfico. Indago porque confesso que não sei. Ademais, o recado do secretário ao
fim e ao cabo torna-se confuso, ao dizer que mandou a PMERJ reestudar uma
saída, talvez para fazer alguma espécie de “recall”, algo comum em se tratando
de veículos automotores, mesmo os mais sofisticados e caríssimos. Será isso?
Bem, não sei, só sei que até então vale o ditado: “Errar é humano, mas insistir
no erro é burrice.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário